Certamente que quem possui várias objectivas, da marca Nikon, já reparou no facto de nem todas terem o mesmo número de contactos eléctricos na zona da baioneta (“encaixe” com a câmara).
De facto, existem objectivas sem quaisquer contactos eléctricos (
AI/AI-S, series E); objectivas com 5 contactos (4+1); 7 contactos e 10 contactos.
Nas mais antigas, de foco manual, só na série
AI-P é que encontramos estes contactos. Quanto às mais recentes objectivais
AF; AF-D; AF-S e AF-I todas têm contactos eléctricos.
Para que servem?
Obviamente, para troca de informação entre a objectiva e a câmara.
Quando encaixamos a objectiva no corpo da câmara esta reconhece, via esses contactos eléctricos, o tipo de objectiva bem assim como a distância focal da mesma, abertura…
Dois deles são sempre positivo e terra para fornecer energia. Depois existem até mais oito que servem, dependendo do tipo de objectiva, para comunicação de dados entre a objectiva e a câmara como por exemplo activar o sistema de VR, etc.
No fundo só 8 contactos é que são necessários se “ligarmos” a objectiva directamente à câmara. No caso de objectivas que possuam 10 contactos, 2 deles só são usados se acoplarmos um teleconversor (AF-S) às mesmas servindo precisamente para transmitir a informação à câmara de que a objectiva está a ser usada com um TC e qual o seu tipo, designadamente o factor de ampliação (daí que os teleconversores AF-S tenham 10 contactos na “ligação” à objectiva e apenas 8 na “ligação” com a câmara.

Por seu lado, existem câmaras Nikon com 7 destes contactos, por exemplo a D40,D60;D80;D90, e outras como a D200;D300;D700;D2;D3 que têm 8.
No caso das objectivas motorizadas (AF-S e AF-I) um dos contactos existentes serve para captação directa, da câmara, de energia para alimentação do motor interno que este tipo de objectivas possui. Outros dois servem para comunicar à câmara a direcção e a velocidade do movimento das lentes (focagem para o infinito ou pelo contrário regresso do infinito à mínima distância de foco e respectiva velocidade).
Nas objectivas AI; AI-S e Series “E” não há qualquer informação entre a objectiva e a câmara pelo que, por exemplo, nem sequer a
medição matricial de luz é possível. A câmara não dispõe, quando usamos este tipo de objectivas, de informação quanto á distância focal da mesma nem quanto à sua abertura máxima.
Bom, mas continuando a falar das que usam contactos eléctricos…
Que utilidade, em termos práticos, pode ajudar saber o que acima ficou dito?
Pois bem, como já me aconteceu, se porventura alguma vez uma objectiva “teimar” em não funcionar correctamente, quer seja o auto-focus que se recuse a funcionar, quer seja obtermos erros ou problemas de medição de exposição, antes de “desesperar” pensando que a câmara ou a objectiva “pifaram” vale sempre a pena verificar duas coisas. A primeira será ter a certeza que a objectiva se encontra correctamente unida ao corpo da máquina (por vezes, durante o manuseamento, seja a retirar do saco ou mesmo durante o transporte, acontece de clicarmos no botão que destrava e permite retirar a objectiva do corpo da câmara e esta fica mal conectada). Em segundo lugar, e excluída a anterior hipótese, deve-se verificar se esses contactos estão mesmo a fazer “contacto”.
Caso não estejam, ou estejam a fazer um contacto imperfeito, tal significa que está na altura de proceder a uma limpeza dos mesmos.
Essa “limpeza” é extremamente simples de efectuar. Porém, há certos aspectos a ter em conta e a observar.
Antes de mais convém lembrar que por eles passam sinais através de micro-voltagens eléctricas pelo que o contacto precisa de ser perfeito.
Depois devemos ter em conta que esses contactos são, de certo modo, frágeis. Regra geral, este tipo de contactos eléctricos é revestido/banhado a ouro para evitar oxidações. Esse revestimento tem ainda a vantagem de permitir a passagem de corrente eléctrica de muito baixa voltagem de maneira mais eficaz.
Dito isto, claro que fica excluída a hipótese de limpeza destes contactos com produtos abrasivos!
Há inúmeras maneiras de limpar estes contactos. Há quem use uma borracha de apagar (daquelas que geralmente estão na extremidade oposta das pontas dos lápis); há quem use cotonetes embebidas em álcool (penso que deve danificar as propriedades do metal dos contactos…), etc.
Pessoalmente, uso o seguinte método:
Como faço este tipo de intervenção com certa frequência quase sempre passo directamente do passo 1 ao passo 3! Se procedermos a uma limpeza regular dos contactos eléctricos, quer dos existentes na câmara quer nas objectivas, dificilmente chegamos a ter problemas com os mesmos. Deste modo evita-se que a “sujidade” se vá acumulando/fixando e a uma posterior necessidade de recurso à utilização de líquidos para a retirar.