Colaboração com a Edição de Agosto 2012 do Jornal Take Off



Página central da Edição de Agosto de 2012 do Jornal Take Off - Artigo acerca do Festival Aéreo Red Burros 2012 | Mogadouro.
Texto de Pedro Ferreira e Luis Garção.
Fotos: João Corredeira; Luis Garção; David Marques; Pedro Ferreira; José Loureiro; Jorge Rocha e Nelson Reis.
Recordando o evento deste ano... que tem já data marcada para Edição de 2013 (4ª Edição), no mesmo local, no último sábado de Julho.

Primeiro contacto: Samyang AE 8mm f/3.5 Fisheye











Nas fotos: Minas de ouro romanas (Fojo das Pombas) - Valongo

Este fim de semana (mais concretamente hoje de manhã) tive oportunidade de experimentar pela primeira vez uma pequena objectiva Fisheye 8mm, de fabrico Coreano, da marca Samyang.
Esta marca, já estabelecida há vários anos, apesar de bastante divulgada na Europa Central e de Leste continua a ser pouco conhecida no nosso País.
A marca produz objectivas de focagem manual, desde os 8mm até aos 1300mm de distância focal, de custo realmente acessível. Esse é um do motivos que podem levar à suspeita da sua qualidade... Contudo, dependendo do tipo de objectivas (e da aplicação que lhes damos), o grau de qualidade óptico (ou a falta dele) pode ser mais ou menos relevante. Exemplificando: Será mais notória a falta de qualidade óptica duma teleobjectiva ou duma objectiva Macro do que uma grande angular ou uma Fisheye.
Esta pequena Samyang é, quanto a mim, um desses casos. Poucas fotografias captei com ela mas, como se vê pelas imagens, para certas aplicações resulta fantasticamente! Nem sequer, neste tipo de fotografia, damos muito conta da extrema distorção que a objectiva proporciona!
Por outro lado, era impossível fotografar, com esta amplitude, alguns destes estreitos corredores no interior das minas onde o espaço é pouco mais que o estritamente suficiente para passar um ser humano!
O ângulo de imagem que esta objectiva alcança (numa câmara DX) são 180º! Pois é! Por isso é que nalgumas fotografias verticais ainda apareço na imagem... ou, pelo menos, parte...
Como primeira impressão, fiquei satisfeito. Por acaso, recebi esta objectiva mesmo na véspera duma programada ida às Minas de ouro romanas na Serra de Valongo e serviu que nem "ginja" para o que precisava! Não poderia fazer estas imagens com qualquer outra objectiva! Sinceramente!
As fotos foram todas captadas no modo de exposição manual, tendo utilizado aberturas entre os f/4 e f/5.6. A velocidade de obturação foi de 1/30seg. e foram usados 2 Flashs: um Nikon SB-900 na Câmara (Nikon D2x) e um Nikon SB-26, que foi usado remotamente, para ajudar a iluminar e a preencher a enorme cobertura de ângulo (180º) da imagem. Para isso, foi usado no modo de disparo por "simpatia" (comandado pelo SB-900 colocado na sapata da câmara) no modo manual, com a potência de clarão no máximo 1/1 e com um ângulo de cobertura para distâncias focais entre os 18 e os 20mm.
Na verdade, nenhum flash é capaz, por si só, de emitir um clarão suficientemente amplo de modo a cobrir o enorme ângulo de imagem proporcionado por esta 8mm. Mesmo com os difusores frontais baixados, a cobertura é insuficiente. Por isso, levei dois! Solução: Um na câmara e outro usado como flash escravo fora da câmara para ajudar a preencher a cena, segurado na mão pela minha filhota que serviu de ajudante de campo!  
As condições no interior das minas (designadamente nos exíguos corredores escavados à mão pelos romanos), são de escuridão quase total. A captura de fotografias é realmente difícil... As pequenas lanternas na frente dos capacetes são, à excepção duma ou outra lanterna de mão, toda iluminação disponível.
Bom, acerca da Samyang 8mm Fisheye falarei daqui a mais algum tempo quando tiver já feito mais algumas fotografias e quando tiver formado uma opinião mais consistente acerca da mesma. De momento continuo em testes com a Carl Zeiss 80mm f/2.8 Biometar... Acontece que hoje, "estava em pulgas" por partilhar com vocês as fotos (editadas) de "estreia" com esta Fisheye. Por isso, cá ficam!
Sinceramente, gostei! 

Canon 6D | A nova câmara de entrada de gama (FX) da Canon



 
 

Continuam a "sair" novos produtos... há 4 dias atrás uma Nikon (D600)... Agora, a sua concorrente: A Canon EOS 6D!
Lançada hoje (17/09/2012), véspera da abertura da Photokina 2012, esta é a nova câmara FX da Canon.

Desde logo, o seu oportuno lançamento (quase coincidente com o da câmara concorrente da Nikon) é elucidativo acerca da gama onde esta câmara se insere. Tal como o mais recente lançamento da Nikon, no segmento de entrada de gama das câmaras com sensor full-frame (FX). Um lugar, até aqui, ocupado pelas Nikon D800 e Canon 5D, respectivamente.

Pelas características anunciadas, desde logo, ressaltam alguns aspectos diferentes entre os dois modelos concorrentes:

· Valor de sensibilidade ISO - 100-6400 (expansível a 50-25.600) na Nikon D600 e 100-25.600 (expansível a 50-102.800) na Canon 6D!

· Flash integrado: Nikon D600 - sim; Canon 6D - não

· Pontos de focagem: Nikon D600 - 39; Canon 6D - 11

· Cobertura do visor: Nikon D600 - ~100%; Canon 6D - 97%

· Wi-fi + GPS: Nikon D600 - não; Canon 6D - sim/sim

Depois (quanto a mim, apenas de relativa relevância), ainda outra diferença… A quantidade de Megapixéis - ligeiramente superior na Nikon: 24.3Mp contra 20.2Mp da Canon.

Estas câmaras constituem uma estreia e marcam um novo segmento no mercado: O das câmaras FX "mais acessíveis", pequenas e leves. Penso que é um bom complemento e patamar de transição entre as câmaras DX e as FX!
Uma boa opção para aqueles que sempre sonharam com um sensor de 35mm (FX) mas que, dado o elevado preço das câmaras desse formato, nunca conseguiram dar o gosto ao dedo… Ah! A propósito… também são concorrentes no preço: cerca de € 2.000,00 (preço previsível de lançamento).

Nikon D600 | Uma nova câmara adicionada à gama FX






E eis que finalmente a Nikon lançou, no pretérito dia 13/09/2012, a mais pequena câmara da gama FX. Apelidada e anunciada como "a câmara Nikon (FX) acessível", a Nikon D600 inserir-se-á, supostamente como câmara de entrada de gama nessa categoria. No entanto, as suas características não ficam aquém das restantes FX! Trata-se duma câmara com sensor CMOS, full-frame, de 24,3 Megapixéis.
A gama de sensibilidades ISO situa-se entre os 100 a 6400 (expansíveis de 50 a 25.000).

Em termos de tamanho é a mais pequena das FX (Nikon) e o seu preço de lançamento (cerca de € 2.000,00) torna-a também a mais "barata" da gama... um preço ainda alto que, no entanto, nos próximos meses, devera baixar...

Quanto a fotos/seg., fica-se por 5,5 e as capacidades vídeo HD cumprem as 1080 linhas (Full-HD) a 30, 25 ou 24 frames/seg.

Em teste este mês: Carl Zeiss 80mm f/2.8 Biometar


 Nikon D2x + adaptador Pentacon six > Nikon F + Carl Zeiss Jena DDR 80mm f/2.8 MC Biometar
@ f/4, 1/200seg., ISO 100, Medição Matricial (2D), Exposição Manual
Durante este mês foi-me cedida para testes uma objectiva da Carl Zeiss. Trata-se duma objectiva, de focagem manual, específica para câmaras de médio-formato. Todavia, com recurso a um adaptador, funciona nas actuais DSLR (Canon, Nikon, Sony, Pentax). Dependendo do modelo da câmara, pode ser usada nos modos M ou A (na Nikon D2x, depois de introduzidos os dados referentes ao uso de objectiva sem CPU podem fazer-se obturações inclusivamente nos modos "S" e "P"! A leitura de luz mantém-se correcta ao longo da escala de aberturas do diafragma. Não obstante, nos dados Exif, a única abertura indicada (independentemente do valor f/stop usado) é sempre o que foi introduzido nos dados...neste caso f/2.8.
Bom, essas considerações ficam para mais tarde...
Estas objectivas produzem imagens de características únicas. Desde logo, sendo construídas para o médio-formato, apresentam certos aspectos positivos e outros negativos... cada uma delas tem uma personalidade própria... mas isso também fica para mais tarde....
Hoje lembrei-me de partilhar esta fotografia somente para ilustrar um dos aspectos que, de imediato, me fez "render" ao uso desta Carl Zeiss 80mm Biometar em DSLR's.
Analisem a imagem e vejam se descobrem!

Nikon Nikkor 16mm f/2.8 AI - Fisheye







Geralmente costumo realizar testes às objectivas acerca das quais emito opinião. Inevitavelmemente, um deles consiste na avaliação da sua resolução óptica através de testes de gráficos efectuados em estúdio. Desde já digo que em relação a esta Nikon Nikkor 16mm f/2.8 Fisheye nem sequer me preocupei muito com isso...  a qualidade de imagem é globalmente boa, mas também quem é que se importa verdadeiramente com esse facto...? Não é suficiente saber que distorcem as imagens? Para quê o preciosismo de saber se as distorcem com bom recorte...?
Esta Nikon 16mm, tal qual todas as objectivas Fisheye, são destinadas a usos muito pontuais para libertar o nosso espírito criativo e/ou para puro divertimento! Pelo menos assim serão quando usadas no formato FX. Em formato DX podem na mesma ser usadas mas o ângulo de imagem não é tão relevante. Tornam-se em objectivas com uma distância focal equivalente a 24mm passando o ângulo de cobertura de imagem dos 180º para 84º.
Bom, desde logo, as deformação em forma de barril - principalmente em relação aos planos verticais quando usadas em formato DX- é um das características mais marcantes deste tipo de objectivas. Aliás o nome "Fisheye" (Olho de peixe) diz tudo... Diferem das chamadas objectivas Grande-angulares por isso mesmo. Contrariamente, estas últimas (Grande-angulares), não distorcem em forma de barril a imagem pois estão preparadas precisamente para corrigir esse tipo de deformação.
Contudo esta característica das Fisheye (distorção) pode até, certo ponto, ser controlada/doseada a gosto do utilizador. Ou seja, as Fisheye desenvolvem menos deformação quando utilizadas de modo a centrar as linhas (quer verticais, quer horizontais), sempre que possível, no meio do fotograma. Já numa utilização em cenários com elementos curvos a deformação será, obviamente, menos visível.
No entanto, em abono da boa verdade, há que dizer que com um uso controlado (tendo em conta o que acima ficou dito) estas 16mm f/2.8 Fisheye acabam por conseguir, em certas situações substituir uma grande angular como, de resto, mais abaixo poderemos ver... Se a intenção for a de utilizar estas 16mm com câmaras de formato de sensor DX e conseguir efeitos verdadeiramente dramáticos ou distorções exageradas... esqueçam! Não vão conseguir!

Abaixo podem verificar as diferenças de distorção existentes entre os dois tipos de objectivas referidos (Grande-angulares vs Fisheye):


Em todo o caso, com pouco trabalho, em posterior edição caso queiramos, podemos corrigir grande parte da deformação das imagens típica desta Fisheye convertendo-as em imagens bem mais próximas do resultado conseguido com uma verdadeira objectiva grande-angular como, por exemplo, com a espectacular (...e bem mais cara) Nikkor 14-24mm f/2.8 G, cujo teste podem ver aqui (abre em novo Link).

Em baixo fica um exemplo do que acabo de dizer...
Passem alternadamente o cursor sobre a imagem (em baixo) para comutar entre a imagem original tal como foi fotografada com uma câmara Nikon D2x e com esta objectiva Nikkor 16mm f/2.8 para a mesma imagem devidamente corrigida depois de editada:





Após a edição, a redução do ângulo de cobertura original é notória mas, mesmo assim, esta Fisheye não deixa de proporcionar imagens com uma óptima amplitude angular!

 Manuseamento: 
Preciso. A focagem, neste tipo de objectivas, é extremamente fácil. Existe apenas alguma possibilidade de errar a focagem com objectos a menos de 2 metros de distância pois a partir daí a focagem faz-se rodando na totalidade (ao infinito) o anel de focagem! Antes dessa distância e entre a mínima (0.30m) temos intervalos nos 0.40m; 0.6m; e  1m. Ou seja, o curso do anel de focagem é muito pequeno o que torna a focagem, mesmo sendo manual, fácil e rápida.
Quanto ao anel de aberturas (a menos que seja característica do modelo testado) achei-o um pouco "preso" ao comutar entre os vários f/stops.... nada de relevante mas comparativamente a outras objectivas de foco manual como, por exemplo, a Nikkor 50mm f/1.4 é menos suave exigindo mais força para rodar.

 Qualidade Óptica: 
Mesmo sem testes de gráfico, dá para constatar o bom recorte de imagem destas pequenas Nikkor 16mm Fisheye! Claro que quando visualizadas as imagens a 100% encontraremos diferenças entre a definição do centro da imagem e dos cantos... Essa diminuição de recorte nos cantos é mais notória nas aberturas mínimas e máxima. A f/5.6 ou f/8 a qualidade geral é francamente mais que aceitável.
"Fall Off" (escurecimento dos cantos da imagem) - praticamente inexistente em quase todas as aberturas.
Reflexos: Muito bem controlados. Mesmo em situações mais propicias ao seu aparecimento os reflexos são reduzidos .
Contraste: Globalmente bom. Apenas se poderá dizer que é algo "soft" se comparado com os actuais padrões das objectivas mais recentes. Aliás, exceptuando casos pontuais, esta é uma característica comum a quase todas as objectivas de construção "mais antiga".
Cor: Excelente!

 Construção: 


Robusta! O peso só não é maior devido ao pequeno tamanho que tem esta Nikon 16mm fisheye.
Pelo menos para durar aí uns 100 anos...! Neste concreto modelo até a tampa frontal é em metal!




 Uso com filtros: 
Infelizmente, esta objectiva (com pára-sol integrado) impossibilita por completo o uso dos tradicionais filtros de rosca na frente da mesma. No entanto, na sua parte traseira, existe a possibilidade de "troca" de filtros. Claro que não podemos utilizar polarizadores mas sim outros tipos de filtros como, por exemplo, de "aquecimento" (transmitem tons quentes - amarelados) ou"arrefecimento" (tons frios - azulados). No entanto são filtros específicos da marca para este modelo de objectiva e que vem fornecidos com a mesma. Por defeito, deve usar-se sempre um deste filtros montados na retaguarda da objectiva a fim de obter melhores resultados. O mais "neutro" será o L1 Bc, um filtro "Skylight", que deve estar sempre montado!


 * Algumas imagens captadas com a Nikon 16mm f/2.8 Fisheye: 





* Imagens sem qualquer edição além do seu redimensionamento.
Câmara usada: Nikon D2x (Sensor formato DX)

 Em suma: 
Uma pequena objectiva vocacionada a uma utilização muito específica capaz, todavia, de apaixonar os mais criativos - principalmente se utilizada com câmaras de formato FX. No entanto, face ao preço, é daquelas aquisições que devem ser bem ponderadas pois poderão não justificar o valor gasto...

Qualidade Óptica
★★★★
Qualidade de Construção
★★★★★
Versatilidade
★★☆☆☆
Manuseamento
★★★☆☆
Valor
★★★★

Aos eventuais interessados em adquirir este tipo de objectivas (ou outras), aproveito a ocasião para anunciar uma recente parceria efectuada com a loja “Sítio do Cano Amarelo”.
Nesta loja,  poderão encontrar bastante equipamento fotográfico “vintage” nomeadamente a objectiva testada cujo anúncio e preço podem ver aqui (abre em novo Link).