Nikon Nikkor 60mm f/2.8 Micro AF-D


Nikon Nikkor 60mm Micro...
Quanto a mim, esta é também uma das objectivas fabricadas pela Nikon que se pode incluir, em termos de definição e detalhe de imagem, entre as melhores.
A que tenho, é uma das minhas objectivas favoritas e já me faz companhia há cerca de 16 anos! Penso mesmo que foi das primeiras AF-D que se venderam por cá. Na realidade, esta foi a minha primeira compra de uma objectiva via internet. Na altura, a diferença de preço para as nossas lojas comerciais em Portugal era abismal (cerca de 40 a 45% a menos)!
Em termos de preço o seu valor tem-se mantido quase inalterado ao longo de todos estes anos e, à data, era sensivelmente igual ao que ainda hoje custa a sua nova versão, a 60mm AF-S! É evidente que hoje em dia esse valor representa muito menos.

A Nikon Nikkor 60mm f/2.8 Micro AF-D é, como o próprio nome o indica, uma objectiva vocacionada para a macrofotografia. A Nikon opta pela designação de “Micro” e não “Macro” sendo, no fundo, só uma questão de nome.
Esta objectiva é capaz de reproduções máximas de 1:1, ou seja, no formato de filme 35mm (24x36mm), o tamanho do objecto fotografado na película (ou sensor), é igual ao seu tamanho real.

A construção é robusta e, em proporção com o tamanho que tem, pode dizer-se que é pesada. Pesa mais do dobro da pequena Nikkor 50mm f/1.8 Series E que é toda construída em metal!
A qualidade de imagem (QI) em fotografias, quer de pessoas, quer em casos de focagem ao infinito, como por exemplo de paisagens não é, contudo, melhor do que a da 50mm. É uma objectiva feita para captar fotografias macros usando, por isso, de pouca distância entre esta e o objecto a fotografar.
Os 21cm que se indicam acima nas especificações (distância mínima de foco) são contados, sempre, desde o plano focal e não da frente da objectiva. O plano focal nas câmaras está graficamente representado por aquela pequena marca, regra geral, no seu topo, (pequena circunferência traçada a meio - Ø) e que representa o local onde se encontra o plano do filme fotográfico. As DSLR continuam a ter essa marca representando, na mesma, o local do filme, desta vez substituído pelo sensor.
Na realidade, fotografar em verdadeiro modo macro 1:1 (relação de proporção de 1 para 1), significa quase tocar com a extremidade da objectiva no objecto. Após uma rápida (e por isso, não exacta) medição cheguei à conclusão que essa distância mínima de foco se situa nesta objectiva, quando na sua capacidade máxima de aproximação, apenas entre 5 a 7 cm entre o objecto fotografado e a frente da objectiva (que fica bastante saliente quando nesta relação de proporção). Este é um aspecto em que a Nikkor 105mm tem vantagem sobre esta pequena 60mm porquanto o espaço de trabalho, para obtenção da mesma relação de reprodução, é maior.
Para contrariar as distorções que surgem quando fotografamos a tão curtas distâncias, esta nikkor 60mm está dotada do sistema denominado CRC (Close Range Correction System) o que permite uma correcção dessa “normal” distorção aquando em macrofotografia, portanto fotografias captadas de muito perto. Este sistema é também usado nas objectivas grande-angulares para corrigir distorções.
Curiosamente, consegue usar-se esta Nikkor com aberturas extremamente pequenas com uma boa QI, designadamente em termos de definição de imagem, algo que contraria um princípio natural, pois seria normal a aberturas de f/32, ou menos, haver difracção.
Claro que isto é uma boa notícia pois em macrofotografia é normal e frequente o uso de distâncias pequenas ao objecto e de f/stop grandes (aberturas pequenas) para consegui alguma profundidade de campo.
Aqui fica um exemplo duma fotografia de um Gafanhoto do Egipto captada com esta objectiva a f/32.

Auto-focus:
Lento, mas em macro-fotografia isso não é importante pois usa-se quase sempre focagem manual.

Outros aspectos relevantes:
Botão limitador de foco com 2 posições:
Full – para utilização em modo macro (permite o foco em toda a extensão de distâncias – dos 0,219 até ao ∞;
Limit - para uma utilização geral permitindo o foco somente desde os… deixa cá ver…. ah!, 0,3m até a infinito. Diga-se que, mesmo usando esta posição, que “obriga” a um menor percurso do foco interno, quando este se perde… demora um pouco a chegar ao seu limite e regressar… nesse aspecto, certamente, que a nova Nikkor 60mm AF-S, deve ser melhor. Por falar nisso, um dos aspectos menos agradáveis nesta objectiva é o barulho que tem aquando da focagem provocado pela deslocação do foco controlado pelo sistema de motor servo da câmara. Estes dois aspectos negativos, o facto de ser lenta a focar em AF e o barulho não são nada com que não se possa viver… nem sequer são importantes para a utilização principal a que esta objectiva se destina.
Todavia, como referi, é uma objectiva específica para macrofotografia e para uma utilização mais genérica é preferível comprar, por exemplo, qualquer uma das bem mais baratas 50mm que têm melhor abertura, são mais pequenas, pesam menos, são mais rápidas….

Escalas: Tem três. Uma relativa á medição em metros (em branco), outra em pés (em amarelo) e uma última de relação de reprodução (em vermelho).

A selecção de passagem de modo Auto-focus (AF) para Manual-focus (MF), além de poder, claro, ser feita nas câmaras pode, também, ser feita na própria objectiva através do selector de modo A/M.

Como sugestão, sempre direi que o uso do conjunto de uma SLRD com uma objectiva macro não é tarefa simples e, por isso, nada melhor que, para conseguir bons resultados, usar um tripé e uma boa cabeça de tripé dadas as baixas velocidades com que se trabalha a fim de se conseguir alguma profundidade de campo (a Manfrotto 468MGRC2 é excelente para macrofotografia).
Abaixo deixo um exemplo da relação directa do aumento da profundidade de campo com a abertura.
Reparem como (sem alterar a luminosidade ambiente) à medida que se aumenta a profundidade de campo (f/stops maiores) diminui a velocidade:

f/5 - 1/125 seg.
f/8 -1/50 seg.
f/16 - 1/13 seg.
f/32 – 1/4 seg.

Portanto, com o mesmo ambiente e com a mesma luminosidade, se com uma abertura de f/5 temos uma velocidade já rápida (para a distância focal desta objectiva), a f/32 ou até mesmo a f/16 essa velocidade já diminui para valores abaixo do desejável para obter fotografias com boa definição.

Parasol- HN-22 metálico e vendido separadamente (dada a localização profunda da lente frontal, que fica muito recuada em relação á frente da objectiva, o seu uso é dispensável – raras vezes cheguei a usar o que tenho!)

Ver mais imagens captadas com esta objectiva.

Qualidade Óptica
★★★★★
Qualidade de Construção
★★★★★
Versatilidade
★★★☆☆
Manuseamento
★★★★★
Valor
★★★★★

19 comentários:

CPDL disse...

Bom dia e desculpe estar a chateá-lo com uma pergunta de iniciante. Tenho uma Nikon D80 e estava a pensar comprar uma 60mm micro. Será que esta objectiva dá para a minha máquina ou só pode ser usada em Nikon mais avançadas?
Obrigado e desculpe mais uma vez.
Se me pudesse contactar para o meu mail agradecia:
rpacl1@hotmail.com

José Loureiro disse...

Caro,
A objectiva em causa é a Micro Nikkor 60mm AF-D, e sim, pode ser usada com compatibilidade a 100% na Nikon D80 uma vez que a câmara é motorizada.
Agora acontece é precisamente o contrário. Ou seja, esta Nikkor 60mm AF-D não pode ser usada, sob pena de perder a possibilidade de usar a focagem automática, em câmaras mais recentes que não sejam motorizadas (caso das D3000/D5000/D3100, entre outras)
Além desta Nikkor, qualquer umas das outras Micro Nikkor (de focagem automática) pode ser usada também com a mesma compatibilidade na sua D80. Desde a mais antiga versão 60mm AF até à mais recente versão 60mm G AF-S. Além destas pode ainda ser usada, de igual modo, a Micro Nikkor 105mm VR.
Cumprimentos

Anónimo disse...

ola boa noite ....
tenho uma nikon d5100 e estou querendo adquerir uma lente macro a nikon AF Micro-Nikkor 200mm f/4D IF-ED, mas nao tenho sertesa se esta lente e compativel com minha maquina ....
obrigado desde ja..

José Loureiro disse...

A Micro-Nikkor 200mm f/4 é uma objectiva AF (não motorizada) e como tal não é 100% compatível com a D5100. Apenas possibilitará uma leitura de luz correcta mas terá de efectuar a focagem sempre manualmente… o que a torna, face ao preço que custa, uma desinteressante opção para utilizar em conjunto com a Nikon D5100!

Anónimo disse...

ok tirei uma duvida e veio outra ,,
qual cera a melhor obsao de objetiva macro .claro uma motorisada . tamben estava a ver outra objetiva a 105mm macro ....

José Loureiro disse...

A Nikkor 105mm AF-S f/2.8 é, quanto a mim, uma das melhores propostas da marca em termos de objectivas “Macro”. Principalmente para utilização em fotografia de natureza.
Funciona a 100% com câmaras sem motorização e quando usada em formato DX torna-se uma (ainda) mais interessante compra… ficámos com o equivalente a cerca de 150mm!

Anónimo disse...

ola estava a procurar a Nikkor 105mm AF-S f/2.8, e nao ha encontrei entao achei uma similar . a AF-S VR Micro-Nikkor 105mm f/2.8G IF-ED
ela consertesa servira pois e motorisada ... ela e tao boa quanto a outra?
obrigado desde ja

José Loureiro disse...

É exactamente a mesma objectiva!
Existem várias designações possíveis para a mesma objectiva… 105mm Micro-Nikkor; 105mm AF-S; 105mm Micro VR f/2.8G, etc, etc.. Actualmente, só existe uma objectiva 105mm, da marca Nikon, vocacionada para a Macrofotografia em comercialização.
Por isso desde que veja as siglas 105mm Micro-Nikkor AF-S é a mesma e única!

Fernanda Sabença disse...

Primeiramente parabéns pelo rico artigo.
Vejo que você conhece bem esta objetiva e gostaria de compartilhar uma dúvida: Embora ela seja 2.8, nem sempre consigo obter 2.8 com ela, pois em algumas distâncias focais ela assume automaticamente o controle da abertura, embora a câmera esteja em modo manual sempre.
Será que tô fazendo algo de errado ou será a minha com algum problema? É normal?

Obrigada desde já.

José Loureiro disse...

Olá Fernanda.
É sim normal! A sua objectiva não tem nenhuma anomalia.
Mesmo regulando a exposição (abertura) manualmente o valor de abertura máxima altera-se em função da relação de reprodução que está a usar. Por outras palavras, a abertura máxima da Micro Nikkor 60mm não é constante. Quanto maior o incremento de ampliação da imagem (relacionado com a focagem – menor distância ao objecto) menor entrada de luz chega ao sensor… como a objectiva tem CPU vai automaticamente ajustando o valor de abertura máxima de luz.
Aliás, para compreender melhor, posso dar o exemplo das objectivas zoom (de abertura não constante) … Por exemplo uma 18-55mm f/3.5-5.6 terá, a 18mm uma abertura máxima de f/3.5 e a 55mm uma abertura máxima de f/5.6. Essa é a equivalência da redução da entrada de luz com o incremento da distância focal. O mesmo acontece na Micro Nikkor 60mm em que o anel externo e bem assim os elementos ópticos internos se movem com a focagem alterando a quantidade de luz que atinge o sensor.
Entendido?

Luis Borges Alves disse...

José Loureiro - Nikon 60mm ou Tamron 90mm ?

José Loureiro disse...

Depende da utilização que lhe vai dar. Sinceramente ainda não experimentei esta nova Tamron com sistema de estabilização (…conto experimentar amanhã durante o Workshop ). Para fotografia de vida selvagem penso que a Tamron tem duas vantagens: Estabilização e uma maior distância mínima de focagem. Isso é uma mais valia importante em Macrofotogrfaia. Estou a partir do princípio que em termos de qualidade óptica e de construção esta versão ”nova” da Tamron 90mm f/2.8 VC não fica atrás da antiga que era muito boa. Por outro lado, se a sua intenção for a fotografia de objectos inanimados então a Micro Nikkor 60mm será uma boa escolha.

Eduardo Vales disse...

Boa tarde
Não sei se ainda vou a tempo de pôr uma dúvida, já que este post já é muito antigo. Tenho uma Nikon D7100 e tenho como objetivas a Nikkor DX 18-140 mm, f/3.5-5.6 VR (lente Kit) e uma Nikkor DX 35 mm F/1.8. Como gosto de macrofotografia e de retratos, e como nesta altura não é muito viável investir em duas lentes dedicadas a esses dois tipos de fotografia, será que tem algum cabimento optar por comprar uma boa lente macro e que seja simultâneamente uma boa lente de retrato? As lentes macro são, de facto, boas para retrato? E já agora, sendo a minha máquina uma DX qual será a distância focal ideal para uma lente que sirva bem os dois propósitos? 60 mm, 90 mm 105 mm?
Obrigado pela sua atenção.

José Loureiro disse...

Olá Eduardo
Nunca é tarde para colocar questões sobre qualquer “postagem”.
Parte da resposta o Eduardo já a deu... efetivamente, por norma, as “verdadeiras” objectivas Macro (que alcançam relações de reprodução de 1:1) são boas escolhas, também, para a fotografia de Retrato. Isto porque são objectivas exigentes e, por isso, construídas com rigor e com elementos ópticos de boa qualidade.
Agora, quanto à questão da distância focal mais adequada:
Pessoalmente acho que, quer os 60mm, quer os 90mm, se adaptam bem. Dentro dos padrões, a mais adequada será a de 60mm pois equivalerá a 90mm quando acoplada a uma câmara DX, como é o caso. E as objectivas supostamente “ideais” para retrato rondarão os 80 a 105mm.
No entanto, a 90mm (135mm em DX) permite captar imagens do sujeito (com o mesmo enquadramento) a mais distância física do mesmo o que pode ser útil para não intimidar tanto a pessoa que fotografámos... em termos gerais acaba por não ser muito notória a diferença... mas eu preferiria a 60mm se o objectivo for maioritariamente esse tipo de fotografia (retrato). Já pelo contrário, se a principal utilização que tem em mente for a macrofotografia, optaria pela 90mm. Resta dizer que, em termos de relação de reprodução, ambas lhe darão a mesma “ampliação”.
Cumprimentos

Eduardo Vales disse...

Muito obrigado, José Loureiro, pela sua simpatia e pela resposta muito célere e muito esclarecedora. Pelos argumentos que apresenta, possivelmente a Tamron Macro f/2.8 VC (por tudo o que já li sobre a qualidade desta objetiva) será uma melhor opção para a minha máquina do que a Nikkor 105 mm 2.8 G VR, pois terá uma distância focal mais ajustada à fotografia de retrato numa D7100, e com uma qualidade semelhante ao nível da fotografia macro.
Cumprimentos

S&S disse...

Boa tarde e, antes de mais, parabéns pelo artigo extremamente completo.
Comprei recentemente uma D7200. Será a 60mm a melhor opção para fotografia macro de animais?
Obrigada

José Loureiro disse...

Boa noite
Partindo do princípio que se está a referir a vida selvagem como, por exemplo, insectos, uma distância focal de 90mm ou 105mm será melhor. A diferença não estará na capacidade de "ampliação" uma vez que a relação de reprodução será na mesma de 1:1 mas, tão somente porque lhe permitirá maior distância de trabalho e não assustará tanto os insectos.
Em qualquer dos casos, uma objetiva com sistema de estabilização (se a temática a fotografar for aquela que mencionei) será sempre uma boa escolha.

S&S disse...

José

Antes de mais obrigada pela sua resposta.

Neste caso, estarei a fotografar cachorros bebés - com tamanho aproximado de um punho.

Estou com alguma dificuldade em escolher a melhor objectiva para este trabalho.

José Loureiro disse...

S&S
Nesse caso até nem necessita duma verdadeira objectiva Macro. Uma 50mm consegue fotografar a uma distância de trabalho suficientemente próxima para que os cachorros preencham toda a imagem... a menos, que pretenda captar pormenores mais próximos...
De qualquer modo, as objectivas Macro também são excelentes escolhas para fotografia de retrato... ou de cachorro!
Assim, quer uma 60mm, quer uma 90mm, servirão o propósito. O que vai variar é a distância a que pode fazer as capturas para ficar com o memo enquadramento. A 90mm permitirá fotografar "mais de longe" do que a 60mm e vice-versa.