Nikkor Lenses


Algumas…!
Da esquerda para a direita e do topo para baixo:
ED; AF-D; AI; AF-S….enfim, que significam todas estas letras?
Aproveitando a altura, porque não esta semana “traduzir” a nomenclatura que está subjacente a cada uma destas e a outras objectivas?
Já agora, porque não também um pouco de história…
A Nikkor é actualmente um nome de marca da gama de objectivas da Nikon (esta última fundada com este nome só em 1917). A Nikkor é uma designação mais antiga daquela marca que se dedicava já desde 1881, sob outro nome, ao fabrico de objectivas (não gosto de usar o termo vulgar de lentes, pois uma objectiva é formada por um ou mais conjuntos de elementos ópticos, esses sim, “lentes”).
A primeira designação da marca foi Nippon Kogaku K.K., significando o conjunto de 3 pequenas firmas de óptica. A produção sob este nome foi de objectivas denominadas Pre-AI.
A primeira produção de objectivas denominadas Nikkor (abreviatura do nome japonês Nippon Kogaku a que foi acrescentada a letra R) só começou, contudo, em 1937. Nesta altura a Nikon, que ainda não produzia as suas próprias câmaras, chegou a produzir objectivas para outros fabricantes japoneses, entre os quais, a Canon.
Até aos dias de hoje pensa-se que a marca já produziu mais de 400 modelos diferentes de objectivas!
As mais antigas são as objectivas denominadas de “Pre-AI”, que têm uma terminologia própria usando somente uma letra para indicar o número de elementos ópticos que compõem a objectiva, por exemplo, 2 elementos “B” de Bi; 3 elementos “T” de Tri; 4 elementos “Q” de Quadra…e por aí fora.
Mas, como tinha referido, aqui fica o significado, por ordem alfabética e com alguns comentários, de alguma da nomenclatura mais recente associada às objectivas NIKKOR:

AF-I – Objectiva com auto focagem através de motor (de focagem) interno (entretanto penso que já não se fabrica nenhuma e este sistema deu lugar ao mais recente AF-S que tem mais vantagens e compatibilidade com diferentes câmaras)
AF-S – Objectiva com auto focagem através de motor interno denominado SWM (silent wave motor). Basicamente tem esta denominação porque funciona de maneira silenciosa através da energia de ondas convertida em energia de rotação que faz mover o foco (um conceito um pouco difícil de explicar e de perceber por simples descrição…). As primeiras objectivas a usar este sistema era todas da gama “pro” designadamente as super teleobjectivas. Hoje está aplicado ás “baratas” objectivas de “Kit” vendidas em conjunto com as mais pequenas e recentes SLRD. Tanto mais que estas últimas câmaras (Nikon D40; D60, … D5000) só podem usar objectivas que sejam “auto-motorizadas” e comandadas via electrónica pois não dispõem de motor próprio destinado a comandar a focagem das objectivas.
AI – Abertura indexada. Termo aplicado às “velhas” objectivas de foco manual.
AI-P – Como na designação anterior com a diferença na letra “P” que significa que dispõem de um “chip” que transmite electronicamente à câmara informação designadamente para efeitos de medição de exposição. Uma das mais conhecidas, e penso que mais vendidas, objectivas a usar este sistema foi a Nikkor 500mm f/4 ED-IF AI-P.
AI-S – No fundo é um termo aplicado a objectivas AI (abertura indexada) com a nuance de poder ser usada com o programa de prioridade ao obturador e “Program” . A distinção entre estas e as AI torna-se um pouco difícil. Contudo há uma característica que as distingue visivelmente. As AI-S têm, na escala de aberturas, o seu numero maior (abertura mais pequena – f/22, f/16..) pintado de cor de laranja, tal como no modelos mais recentes que possuem esta escala. Esta característica é irrelevante se as objectivas AI ou AI-S forem usadas nos mais recentes corpos de máquina de séries “pro” ou “semi-pro” nomeadamente séries D200, D300..; D2, D3, uma vez que só “trabalham” nos modos M (manual) e A (prioridade à abertura). Nas câmaras referidas a compatibilidade com este tipo de objectivas quer sejam AI , quer sejam AI-S é igual e é possível, em termos de medição de exposição, qualquer um dos 3 modos permitidos pelas câmaras, com a diferença que a medição matricial é simplesmente 2D matrix por falta de chip que transmita a informação da distância.
ASP – Objectivas com lentes “aspherical”. As lentes asféricas são lentes com um desenho não homogéneo ao longo da sua curvatura. Deste modo corrigem-se as imagens compensando, de maneira diferente, as deformações existentes no seu centro e nas suas extremidades. A aplicação destes elementos permite uma redução do nível de aberrações ópticas características, principalmente, em objectivas grande-angulares.
CRC - “Close Range Correction”. Geralmente usado em objectivas de focagem muito próxima ao objecto. Quais? Por exemplo, as denominadas macro ou micro. Quando focamos de muito perto um determinado objecto é normal surgirem deformações ópticas. Este sistema não é mais de um “corrector para uso a distâncias próximas”. Neste sistema de objectivas as lentes movem-se internamente de maneira independente (não por conjuntos) de forma a obter um nível mínimo de deformação de imagem. Também é usual ser aplicado a grande-angulares e “fisheye”.
D – Significa que as objectivas portadoras desta sigla conseguem transmitir, electronicamente através de “chip” (ou seja, através daqueles contactos eléctricos existentes na baioneta), a distância ao objecto focado. Qual o interesse disto? No fundo tem a ver com o novo de tipo de medição matricial da Nikon que tendo em conta este elemento faz uma medição de exposição mais correcta. A chamada medição “3D Matrix”. Embora as “recentes” objectivas da série “G” não tenham mencionado na sua designação esta sigla são também, todas, “D”.
DC – “Defocus Control”. Controle de desfoque. Permitem controlar e mudar o nível de aberração cromatica existente no desfoque. Por outras palavras, permitem dosear o “bokeh” ou desfoque.
DX – Tanto se reporta a objectivas como a câmaras. Indica o formato de imagem. Por oposição ao “FX” é um sistema que usa só uma parte do tamanho convencionado da película de 35mm (dado o tamanho do sensor usado) ao passo que o FX é considerado “full format” ou seja um sensor que permite imagens finais no tamanho equivalente ao 35mm. Em termos de tamanho, o formato “DX” (16x24mm), tem um factor de ampliação de 1.5 vezes nas imagens finais em relação ao “FX” (24x36mm). Explicando, este formato “DX”, como só usa uma parte central do tradicional tamanho do formato de película 35mm faz com que as imagens captadas pareçam um “crop” à imagem total (35mm). Logo essa imagem vai parecer ampliada as tais 1.5 vezes. Quanto às objectivas portadoras desta sigla “DX” embora possam ser usadas com câmaras “FX”, facto é que, no caso das de distância focal fixa e nas “zoom” nas distâncias focais mais pequenas, parte da imagem tem de ser “cortada” em pós-produção a fim de eliminar os bordos pretos provocados pela parte interna do corpo das câmaras. Como só estão preparadas para um determinado ângulo e tamanho de sensor “DX” se usadas num tamanho maior vão captar mais quantidade de imagem do que devem.
E – Designação de uma gama de objectivas (manuais) de preço mais acessível e destinadas a ser usadas com as câmaras da série EM. A sua cotação nunca foi muito boa, em parte devido ao facto de ter sido a primeira vez que a Nikon usou plástico na construção de objectivas de maneira a diminuir o seu custo. De qualquer modo, nem todas as objectivas “Series E,” eram de plástico, como é o caso de uma toda metálica 50mm f/1.8 que possuo, e a nível óptico a sua qualidade é idêntica às AI ou AI-S.
ED – “Extra-low Dispersion”. Reporta-se à qualidade dos elementos ópticos usados, ou melhor, do seu revestimento, de maneira a reduzir as aberrações cromáticas.
FX – Recente formato introduzido nas Câmaras digitais equivalente ao 35mm. A explicação, por antagonismo, encontra-se mais acima no formato “DX”.
G – Objectivas isentas de anel de aberturas. A abertura é feita unicamente através do corpo da câmara. Em termos práticos é exactamente o que se passa com as objectivas de outras séries como é o caso das “AF-D” em que temos que bloquear o anel de aberturas na sua posição menor (a que está em números cor de laranja) para funcionarem com as recentes câmaras. A única desvantagem destas objectivas “série G” é que não podem ser usadas em antigas câmaras de filme como as Nikkormat, EM, FM, etc, pois não é possível controlar a abertura do diaframa por falta do anel de aberturas.
IF – “Internal focus” – Objectivas em que o foco é interno. Isto é, as lentes movem-se internamente para efectuar a focagem e não há nenhum elemento exterior que se mova (rode) ou aumente de tamanho durante este processo.
IX – Designa o formato de objectivas exclusivamente usado pelas câmaras da série “Pronea system”. Não servem em qualquer outro formato.
K – Sistema usado nas objectivas Pre-AI em que os anéis de focagem eram de borracha.
N – “Nano Crystal Coat”. Uma recente inovação no que toca ao revestimento das lentes das objectivas com o intuito de reduzir reflexões de “flare” e ghost”
NIC – “Nikon Integrated Coating”. Mais uma terminologia que tem a ver com o revestimento dos elementos ópticos no sentido de reduzir o “flare” e “ ghost”.
PC – “Perspective Control” - “Controle de perspectiva”. Aplicado a objectivas especificas para arquitectura, ou outros fins, que permitem corrigir ou controlar a perspectiva. São objectivas que permitem um deslocamento, quer vertical (tilt), quer horizontal (shift), dos seus elementos ópticos em relação á localização do sensor permitindo controlar ainda o desfoque.
RF – “Rear Focusing”. Significa que as objectivas portadoras desta nomenclatura fazem a focagem de modo interno, à semelhança das objectivas “IF” mas através dos seus elementos traseiros. Sistema geralmente aplicado às objectivas macro.
SIC – “Super Integrated Coating”. Mais uma designação que tem a ver com o sistema de revestimento das lentes (composto por várias camadas) a fim de reduzir o “flare” no caso das objectivas zoom.
SWM – “Silent Wave Motor”. Para não haver duplicação de explicações ver acima em “AF-S”.
UW – “Underwater”. Designação das objectivas especificas para uso aquático com as câmaras do sistema “Nikonos”.
VR – “Vibration Reduction”. Sistema de estabilização de imagem das objectivas Nikkor. Consiste num conjunto de lentes “suspensas” controladas por um microprocessador que as faz movimentar contrariando o sentido do “tremer” causado por pequenos movimentos involuntários logo que detectados por 2 pequenos sensores – um vertical e outro horizontal.
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