Um dia "livre" a fotografar aves!

Nikon D2x + Nikkor 80-400mm VR
(@ 400mm, 1/1000 seg., f/5.6, ISO 320)

Esta semana tive um dia "livre" para fotografar uma das coisas que mais gosto: Aves!
Mais uma vez saí de casa com a ideia de fotografar, em concreto, uma determinada espécie. Desta vez o objectivo eram (novamente) os Corvos-marinhos-de-faces-brancas que se têm visto às "molhadas" perto da foz do Rio Douro (entre a ponte do Freixo, onde "param" às dezenas, até ao estuário do Douro). 
Decidi ficar do lado do Porto, perto da Cantareira, local onde tinha passado à relativamente pouco tempo e verificado que os mesmos frequentavam aquele sítio. E uma coisa é certa: eles estavam lá! Só que para além da vegetação onde ainda tentei chegar... Isso valeu-me um valente "bate cu" devido ao lodo e algas existentes nas pedras!!! :)
Mas não há que desmoralizar... umas vezes é lama, outras picadas... Enfim, quem corre por gosto...
Além do mais o dia até foi proveitoso. Não consegui nenhuma foto "de jeito" da espécie de ave que tinha como objectivo mas, em contrapartida, consegui adicionar duas novas espécies ao site das Aves de Portugal! A Alvéola-cinzenta e o "arisco" Guarda-rios! No último caso trata-se mesmo dum mero registo que consegui a uma distância que não permitiu melhor... mas fica o registo! 
Ah! Para que quiser ver algumas das espécies que fotografei naquele dia aqui fica o link às fotografias recentes do "Aves de Portugal". (abre em novo link)

Fotografia de produto (II)


Nikon D2x + Nikkor 60mm f/2.8 Micro AF-D
(f/36, 0,6 seg., ISO 100, Auto WB, Medição Matricial)


Hoje, volto a falar num tema já, em tempos, abordado neste espaço... A fotografia de produto.
Por vezes precisamos de fotografar um qualquer objecto de maneira a realçá-lo ou destacá-lo. Pois bem, para o conseguir precisamos que toda a nossa atenção seja direccionada para esse concreto objecto. Existem várias formas de o fazer. "Jogando", por exemplo, com as diferença cromáticas entre os demais elementos que compõem a imagem; pela inexistência de outros elementos; ou somente destacando o objecto de maneira a isolá-lo por completo do cenário de fundo.

Da primeira vez que toquei neste assunto, expliquei uma técnica de fotografar um determinado objecto praticamente sem luz fazendo com que o jogo de sombras/luz transmitisse algum impacto à fotografia. Agora, faço o contrário... As fotografias deste artigo foram captadas durante o dia, num espaço interior mas com boa iluminação natural (contudo sem uma exposição directa à luz solar) e com recurso ao flash como complemento de iluminação. Na realidade, fazer este tipo de fotografia é relativamente simples e não constitui grande desafio... Algum sentido e gosto estético são aquilo que precisamos e pouco mais...
Foto ao lado: Nikon D2x + Nikkor 60mm f/2.8 Micro AF-D + Nikon SB-900 [f/36, 14 seg., ISO 100, Auto WB, Medição Matricial, flash reflectido a 180º (-0,3 EV)]
No caso das fotografias em causa foi usado o imprescindível Tripé, um cabo disparador, a Nikon D2x, a Micro 60mm e o SB-900 mas qualquer outra SLR-D dará "conta do recado". Obviamente que os resultados, em termos de recorte/definição estarão, entre outros factores, dependentes  e poderão ser influenciados pela qualidade da objectiva usada. Contudo, referindo-me ao caso em concreto e a este tipo de fotografia, até com uma objectiva de menor qualidade óptica se podem obter bons resultados. A explicação para isso reside nos largos tempos de exposição e nas pequenas aberturas usadas!

*  Passo a explicar (sumariamente através dumas meras dicas) como fazer este tipo de fotografia  

 1º Passo: A captura  
  • Primeiro que tudo, começamos por escolher uma base, da cor que pretendemos, que sirva para colocar o objecto a fotografar. Para pequenos objectos, uma simples cartolina de tamanho A3 servirá perfeitamente. Deve prestar-se atenção a que o fundo escolhido (cartolina, tecido, etc.) sirva, simultaneamente, de base e de fundo. Dependendo da cor que escolhermos e da incidência da luz no local teremos de ter em atenção ao reflexos emanados por esse fundo/base que serão repercutidos no objecto. Esta é uma das situações em que aconselho vivamente a fotografar em RAW. Dessa forma, em posterior edição facilmente corrigimos a temperatura de cor muitas vezes alterada pelos reflexos do fundo que escolhemos... por esse motivo, fotografar com fundos de cor preta facilita um pouco as coisas...
  • Por falar em "fundo preto", lembrei-me agora que essa cor é, por outro lado, responsável por alguns erros de leitura do fotómetro da câmara (designadamente se estivermos a usar medição matricial)... O fotómetro tenderá a expor correctamente o fundo negro e a sobreexpor o objecto! Vai daí, uma "olhadela" ao histograma após as capturas, de modo a saber quais as devidas compensações de exposição a fazer,  não sejam nada má ideia... Como estamos numa daquelas situações em que podemos calmamente fotografar e ir revendo (designadamente no PC) os resultados, nada disto é complicado após alguma habituação. 
  • Depois, claro que escusado será dizer, face à baixas velocidades de obturação usadas a fim de obter mais profundidade de campo, o uso do Tripé, como no início referi, é absolutamente imprescindível!
  • Caso haja um cabo disparador à mão é favor usá-lo...
  • Ainda no seguimento do que acima disse... "baixas velocidades de obturação", como os tempos de exposição são grandes convém não esquecer de tapar o óculo do visor durante a exposição. Este é um dos pequenos "truques" para que a exposição seja correcta e as fotografias não fiquem com falta de contraste... Caso não se "tape" o visor, durante a exposição, enquanto o espelho está levantado, a luz entrará também por aí adicionando-se à que entre pela objectiva! Mas, adiante...
  • Caso se trate de macrofotografia (em casos de grandes aproximações ao objecto) para "ganhar" mais alguma profundidade de campo convém focar de maneira a aproveitar toda a distância hiperfocal;
  • A medição de luz que uso, regra geral, para estes pequenos objectos, é a matricial. De qualquer modo, cada captura é revista logo de seguida e efectuadas as devidas compensações de exposição (quer da câmara quer da intensidade do flash) atendendo ao que acima ficou, também sobre esta aspecto, já dito;
  • Por falar em flash, embora não seja essencial e possa ser perfeitamente prescindido, casos há em que como complemento final contribui para uma maior homogeneidade da iluminação e ganhos em termos de contraste...
  • Pessoalmente, quando recorro à utilização do flash, uso-o na função de sincronismo à cortina traseira e sempre de maneira reflectida. O mais comum são os 180º (contra um tecto branco) mas pode fazer-se, uma outra combinação, por exemplo, lateral, caso nos interesse incidir e realçar algum dos lados mais especificamente.
  • Por ultimo, onde fotografar? Muito boa gente certamente tenderá a procurar o local mais iluminado possível, designadamente com incidência directa do sol... Este é um dos erros comuns... Mais luminosidade não significa obrigatoriamente mais qualidade de luz! Dessa forma, além de facilmente se criarem sombras duras, só teremos mais problemas em lidar com os contrastes de luminosidade do objecto e com os reflexos! Um dia de chuva ou encoberto, perto duma janela, com cortinados fechados de modo a difundir de maneira homogénea a luz são as condições ideais! Pessoalmente são estas condições que procuro e em que "trabalho". A maior parte das fotografias que publico neste espaço (de equipamento) foram captadas nessa circunstância.
 2º Passo: A Edição  
  • Hoje em dia, completamente desassociável à captura e mais ainda no caso de fotografia de produto está a posterior edição. Acerca deste aspecto não vou entrar em grandes explicações pois o processo varia de caso para caso... Posso, sim, dizer que além dos acertos de níveis (cor, contraste, brilho, etc...) serão necessários por vezes outros, como foi no caso da fotografia do topo em que, com o Photoshop CS4 foi removido o fundo existente (inicialmente de cor preta - cartolina) através da ferramenta "Magic Wand Tool" e substituído pelo verde/acinzentado que achei realçar de maneira mais eficaz e conveniente os tons dourados do velho relógio. Mas sobre edição associada a fotografia de produto ou publicitária muito haveria certamente para descobrir e falar...
  • Por fim, caso pretendamos, vem a moldura... algumas dicas de como fazer uma, de maneira bem simples, podem ser vistas aqui (abre em novo link).

CHPM (Centro Hípico do Porto e Matosinhos) - Concurso de saltos CSN-C


Nikon D300 + Nikkor 80-200mm f/2.8 ED AF
(@ 80mm, f/2.8, 1/60 seg., ISO 640)



Mais um fim de semana passado nos cavalos... Desta vez no CHPM onde a "pequena" (nas fotos) participou em mais um concurso de saltos.
Apesar das provas se terem realizado durante o dia, no interior do picadeiro, isso de pouco vale não sendo, por isso, sinónimo de boa iluminação.
As condições de luz foram aquelas a que já estou habituado: Pouca e má qualidade de iluminação com alguns planos do picadeiro em contra-luz... o que não ajuda em nada! Não dá para fazer muito melhor (penso eu). Sobe-se o valor ISO até aos 640 permitindo, desse modo, com a objectiva que uso especificamente para fotografar neste tipo de situações - a Nikkor 80-200mm f/2.8 - na sua abertura máxima, velocidades de obturação razoáveis. Os valores de obturação conseguidos, nesta situação em concreto, a 640 ISO @ 80mm, com aberturas de f/2.8 situam-se sensivelmente entre 1/60 e 125 seg.. Valores esses que, quanto a mim, estão dentro dos ideais para fotografar o tema em causa. Isto porque não é necessária muito mais velocidade de obturação. O motivo é simples: Não queremos "congelar" por completo a imagem. Partes da fotografia têm de transmitir algum "arrastamento" (fundos, obstáculos, patas dos cavalos...) de modo a ilustrar a sensação de deslocação. Caso contrário, toda a cena seria absolutamente estática e perder-se-ia a sensação de movimento... Importante, também, é manter devidamente focado e definido o rosto do cavaleiro pois é precisamente o ponto principal a partir do qual se faz a inicial leitura da fotografia.

*  Ainda a propósito do tema, para quem quiser fotografar este tipo de eventos, posso deixar mais algumas dicas básicas:
  • Fotografar sempre o conjunto Cavaleiro/Cavalo no início do salto e não no fim. Ou seja, sempre com as patas dianteiras do cavalo no ar e não o contrário;
  • Fotografar verticalmente. Será, porventura, uma dificuldade adicional mas resulta numa maior dimensão do conjunto e numa melhor leitura. (No caso em concreto não o fiz porque, face à minha localização no recinto, caso o fizesse, incluiria a parte superior das paredes do picadeiro, em acrílico... Pouco estéticas, além dos "tais" problemas da contra-luz em relação ao interior escuro do picadeiro).
  • Utilizar o modo de exposição contínuo seguindo o conjunto conforme a Técnica de panning;
  • Escolher uma boa localização que nos permita captar fotos a cerca de 45º. Em fotografias completamente de lado o cavaleiro ficará parcialmente encoberto pelo obstáculo enquanto que nas de frente, que poderão em certos casos ser interessantes, não se conseguirá tão facilmente a sensação de movimento.

Nikon F80


Ainda se lembram destas câmaras? Curioso como parecem fazer já parte dum passado tão distante!!!
Pois bem, esta semana publico somente esta fotografia para lembrar os "velhos" tempos do analógico!
Quantas fotografias e recordações ficaram do tempo em que usei esta F80... e outras câmaras analógicas...
Pessoalmente sinto que, durante muito tempo, fui um dos resistentes à "passagem" para a "era digital". Nada que me tenha arrependido, mas andavam já as câmaras nos 6/7 Megapixéis quando decidi, ainda "meio a medo" dos resultados que poderia eventualmente obter, que era altura de experimentar...  Todavia, tenho de confessar que depois do "salto" já não resta grande hipótese de retorno.
Contudo, o "sabor" do analógico fica... A curiosidade de mandar revelar os rolos o mais rápido possível para ver o que se tinha conseguido... As boas surpresas, as desilusões, os rolos "queimados" em alguns laboratórios... enfim, agora tudo é rápido, imediato. No fundo a fotografia adaptou-se à rotina dos actuais dias. Rápidos, com margem para "falhar" cada vez menos...

Já agora, passando para os tempos recentes.... Há dias publiquei neste blogue o artigo acerca do flash SB-900. Esta fotografia é mais um exemplo da iluminação possível: "Rear Slow" direccionado a 180º (f/13, 5 seg., ISO 125).