Fotomate LP-01 - Carril de Macro-focagem





Quem se dedicar, verdadeiramente, ao maravilhoso mundo da macrofotografia, mais cedo ou mais tarde, vai ver-se na "obrigação" de adquirir um destes acessórios:
Os carris de Macro-focagem.
A sua finalidade é simples: Suportar a câmara pela sua base e através de minúsculos e precisos movimentos facilitar a focagem de coisas igualmente minúsculas.
Regra geral, quem se dedica à macrofotografia opta muitas vezes por focar os objectos movimentando a câmara e/ou todo o suporte da mesma, designadamente o tripé, em vez de proceder à "normal" focagem através do anel da objectiva próprio para o efeito. Porque? Porque, na realidade, para efectuar movimentos milimétricos é mais fácil dar uma pequena batida no tripé para a frente ou para trás, a fim de focar correctamente o que queremos, do que rodar o anel da objectiva. Assim evitamos outros movimentos além do sentido pretendido.
Claro que, para quem não estiver familiarizado com a macrofotografia, nomeadamente com relações de reprodução iguais ou superiores ao tamanho real do objecto que fotografamos, a técnica acima referida pode parecer estranha e pouco ortodoxa mas, em boa verdade, quando pretendemos, por exemplo, focar a parte da frente do olho dum determinado insecto em vez da parte mais afastada desse mesmo olho, esta teoria/prática começa a fazer todo o sentido!
OK! Então que fazer para contornar esta situação e focar, em modo macro, de maneira mais cómoda e eficaz neste tipo de situações?
Usar carris de macro-focagem!
Com alguns inconvenientes (que mais à frente mencionarei) a melhor solução, para focar em macrofotografia, reside na utilização combinada de dois destes carris de focagem. Dessa forma, facilmente deslocaremos o conjunto em dois eixos. Ou seja, um carril permitirá a focagem no sentido frente/trás e o outro, acoplado ao primeiro (tal como visto na imagem do topo) permitirá movimentos laterais no sentido esquerda/direita.
Existem no mercado variadas marcas e modelos destes carris. Os do artigo de hoje, "Fotomate", serão porventura os que terão melhor relação preço/qualidade.


A sua construção é inteiramente em alumínio e a precisão de movimentos que permite é, globalmente, boa.
Digo "globalmente" pois em certas condições não permite assim uma tão grande suavidade de movimentos. Dois exemplos disso: Quando são usados inclinados a partir de certo ângulo e, quando usados com uma câmara pesada, quando esta se encontra afastada do centro. O peso faz com que o metal sofra alguma torção dificultando (travando) os movimentos de rotação do perno que faz deslocar o carril. Com uma utilização combinada de dois destes carris (eixo X e Y) este problema agrava-se...  Todavia, não "abusando" dos limites, permite um focagem fácil, precisa, contínua e, acima de tudo, sem ressaltos.
Voltando ao uso conjugado de dois destes carris, os pernos do  carril responsável pela deslocação esquerda/direita terão de ficar virados no sentido contrário à frente da câmara sendo a sua activação pouco prática quando esta se encontra em certas posições.


Utilizando um só carril, conforme ilustrado na imagem acima, o único movimento possível é num só sentido mas as combinações de posicionamento da câmara são várias.
Para isso contribuem os dois parafusos de 1/4" que estes carris dispõem para apertar a câmara: Um fixo, próximo duma das extremidades e outro que corre livremente ao longo do carril possibilitando o aperto da mesma onde for mais conveniente.

Para uma melhor fixação, após focado o objecto, estes carris "Fotomate LP-01" possuem um perno (o mais pequeno) que depois de apertado fixa de maneira eficaz o carril bloqueando o curso da placa. Por seu lado, o perno maior serve para deslocar o carril efectuando, desse modo, a focagem.
Pormenor importante são os pequenos parafusos que se encontram nos limites do carril e servem de "fim-de-curso" ao sistema. Sem este "travão" facilmente a câmara se deslocaria mais que o possível no carril e cairia ao chão!
Em suma: Um sistema de micro-posicionamento que, apesar dos "senãos" acima apontados vale bem o que custa. Esta é uma opção tanto mais válida quanto mais fizermos contas ao que despenderíamos na aquisição dum idêntico sistema de marcas mais conhecidas no mercado. Os preços, para estes acessórios, tendem a ser... exorbitantes!

Iluminação contínua e temperatura de cor (Uma questão de graus Kelvin...)




Uma das dificuldades com que nos deparamos ao fotografar com luz artificial reside em conseguir uma correcta temperatura de cor. Certamente que todos já reparamos no tradicional tom amarelado que apresentam as fotos captadas em interiores iluminados com lâmpadas convencionais (incandescentes). Pois bem, isso deve-se às cores quentes que essas lâmpadas irradiam. A temperatura de cor mede-se em graus Kelvin (ºK) e varia desde os tons quentes (valores mais baixos) até às cores frias (valores mais altos).

A temperatura de cor é influenciada, em exteriores, pelas condições naturais de luz (nascer do dia, nublado, etc.) e, do mesmo modo, em interiores, de acordo com o tipo de lâmpadas usadas.
Um típico pôr do sol, com os seus intensos tons quentes, apresenta valores de temperatura de cor de cerca de 1,850K. Já um dia de sol radioso (na altura em que o sol está vertical à terra) apresentará uma temperatura de cor mais fria com valores entre os 5,000 a 6,000K.

Em interiores, nas nossas casas, a temperatura de cor mais vulgar é de cerca de 2,700K sendo, por isso, amarelada. Essa é a temperatura de cor que emana das tradicionais lâmpadas incandescentes. Claro que este valor pode ser diferente consoante a iluminação, ou melhor, consoante o tipo de lâmpadas usadas. Uma iluminação fluorescente é muito menos amarela e os valores podem ser (conforme o tipo de lâmpada usada, pois existem também variantes na cor deste tipo de lâmpadas) próximos da iluminação exterior diurna. (Todavia, usando luz fluorescente as cores serão mais correctas se escolhermos manualmente um WB na ordem dos 5,500K em conjunto com lâmpadas "Cool White"...). Já a iluminação de estúdio (com lâmpadas específicas) ronda os 3,400K. Por sua vez, a temperatura de cor conseguida com flash's electrónicos aproxima-se dos valores da iluminação exterior num dia de sol e situa-se em cerca de 5.500/6,000k.

Pode não parecer existirem muitas diferenças entre alguns valores como, por exemplo, o das lâmpadas de estúdio e as lâmpadas convencionais incandescentes mas os resultados são bem diferentes...

Hoje em dia todas as SLR-D estão dotadas dum excelente trunfo para a correcção deste problema: O equilíbrio de brancos. Através desse ajuste, designadamente utilizando os valores pré-configurados ou mesmo seleccionando manualmente a temperatura de cor, minimiza-se este problema.

Em todo o caso, em interiores, mesmo com uma iluminação predominantemente de cores quentes (típica das lâmpadas incandescentes) ou mesmo com as da nova geração de lâmpadas economizadoras podemos conseguir bons resultados usando o equilíbrio de brancos automático e deixando para depois a correcção de cor.

 


As fotos acima são o resultado duma iluminação conseguida com três lâmpadas economizadoras de 20w (equivalendo, em lâmpadas tradicionais, a uma potência de 100w cada com uma temperatura de cor de 2,700K) montadas em projectores de fundo branco. (Uma delas, não visível, está por baixo da bancada).

A foto da esquerda não mais é do que o resultado final conseguido directamente da câmara sem qualquer correcção com um valor da temperatura de cor de 3,500K. A da direita, por sua vez, é  a mesma fotografia com uma simples correcção de cor (arrefecimento da temperatura para os 2,700K) em pós-produção.

Fotografando em RAW corrigir a temperatura de cor em posterior edição em Photoshop é mesmo muito simples.

Com um conjunto de três ou quatro destas lampadas podemos criar uma iluminação barata e praticamente isenta de sombras. Acresce ainda que, este tipo de lampadas, tem a vantagem de não provocar grande aquecimento o que as torna ideais para utilizações em fotografia de assuntos em que o calor é de evitar, tais como alimentos ou outros ...

Take / Off - Nova colaboração com a edição de Abril/2011



A edição deste mês do Take-Off, um jornal mensal de informação aeronáutica, conta com mais uma pequena colaboração minha. Desta vez com quatro fotografias a ilustrar um artigo, na página central, relativo à actual situação em que se encontra o Aeródromo Municipal de Aveiro, redigido pela Ana Sofia Ribeiro.
Curiosamente são fotos de arquivo, que captei há já algum tempo...

Por detrás de cada foto há sempre uma estória e estas não fogem à regra. A fotografia com maior destaque (aérea) foi captada durante um voo que fiz no Cessna 152 II (que faz parte do Aeroclube) acompanhado do amigo e piloto Pedro Ferreira...

Bons velhos tempos! Ainda se voava a partir daquele aeródromo... Estávamos ainda nos meses com dias quentes e levantamos voo numa altura em que o sol estava ainda muito vertical. Não é a melhor altura para fotografar pois as cores não são muito apelativas mas, por outro lado, é a altura do dia em que existem menos sombras (em fotos aéreas, claro…).

Numa das passagens que fizemos sobre aquela zona aproveitei para fazer várias fotos da vista aérea do Aeródromo e área circundante. Afinal um dia vieram a "dar jeito"...

Bom, já agora "passo a publicidade" e aconselho a compra do dito Jornal para saberem mais pormenores.

Nikon D5100. Aí está mais uma nova câmara!




Lançamento no dia 5/4/2011.
Será a "substituta" da Nikon D5000 que já saiu de produção há algum tempo e vai preencher o nicho de gama entre as recentemente lançadas Nikon D3100 e Nikon D7000.
Para já não há muito mais a dizer além do que consta do vídeo... Portanto, quem precisar de comprar uma nova câmara (para as férias do verão) talvez esta possa ser uma das opções!

Nikon PK-13 (Tubos de extensão)






Nikon PK-13: Imprescindível para os amantes da verdadeira macrofotografia!
Já lá vão uns bons tempos desde que falei pela última vez em equipamento...
Pois bem. Então cá fica mais um artigo acerca dos "Tubos de extensão".
Os tubos de extensão são acessórios, desprovidos de elementos ópticos, destinados a aumentar a distância entre o corpo da câmara de o encaixe da objectiva aumentando, dessa forma, a distância entre a frente da objectiva e o plano focal.*

 Qual a sua função?  
Incrementar o que de mais precioso tem a Macrofotografia: A relação de reprodução. Acerca disto, podem ver alguns conceitos aqui (abre em novo link).

 Mas afinal qual a diferença entre tubos de extensão e teleconversores?  
Não são ambos acessórios com vista a incrementar o tamanho das imagens?
A resposta é sim e não... Os teleconversores destinam-se, essencialmente, a ser usados com teleobjectivas e a aumentar a distância focal. Ou seja, uma objectiva de 300mm com um teleconversor de 2x equivalerá a 600mm de distância focal.
Por outro lado, os tubos de extensão como são desprovidos de lentes só aumentam a distância entre a objectiva primária e a câmara.

 Os Tubos de extensão aumentam a distância focal? 

Não!  única coisa que provocam é a possibilidade duma maior aproximação ao motivo com o inerente aumento deste em relação ao tamanho do sensor/película. Por isso, usar estes tubos de extensão implica a perda da possibilidade de focagem ao infinito na objectiva onde forem montados. Destinam-se a ser usados apenas em fotografias captadas a muito próxima distância ao objecto. Por outras palavras: Macrofotografia!

 A qualidade da imagem é afectada pela utilização destes tubos de extensão ou varia em função da marca ou modelo usado? 
Não! Contudo, as objectivas opticamente mais indicadas para o seu uso serão as concebidas para macrofotografia ou as "primes"...

O tubo de extensão (ou anel de extensão, se assim lhe quiserem chamar) Nikon PK-13 tem 27.5mm e é o maior que a Nikon produz. Alem deste, existem ainda o PK-11** (na versão automática: PK-11A) com 8mm e PK-12 com 12.5mm. Uma variante, destes tubos de extensão, é o PN-11 com 52.5mm que integra um suporte de tripé.
Claro que, todos estes tubos podem ser acoplados uns aos outros com vista a um maior incremento da relação de reprodução.
** O PK-11 não poderá ser montado nas actuais câmaras pois não proporciona a auto-abertura do diafragma da objectiva. Além disso, (embora não tenha pessoalmente confirmado) devido ao seu desenho e construção, danificará os contactos eléctricos da câmara onde for acoplado. A versão de 8mm automática (e que pode ser acoplada sem problemas tal como o PK-12 e PK-13) é o PK-11A.

Convém saber que, no caso dos Nikon, se tratam de simples "tubos" que não têm quaisquer contactos eléctricos. Isso significa que não transmitem à câmara quaisquer informação acerca da distância focal usada ou abertura máxima da objectiva acoplada bem como serão "perdidas" todas as informações referentes a auto-focagem ou sistema de estabilização... No fundo funcionarão em câmaras posteriores à Nikon D2 e D200 (D3; D700 e D300/s) da mesma maneira que com as velhas objectivas AI/s. 
Mesmo que acoplada, num destes tubos de extensão, uma objectiva com auto-focagem (AF) a focagem terá SEMPRE de ser efectuada manualmente.
Acerca das compatibilidades entre objectivas/câmaras e como funciona podem ver aqui. A acrescer às câmaras aí mencionadas, a "nova" D7000" também suporta e efectua medição de luz com estes Tubos de extensão. Quanto às Nikon D3000; D5000, D3100, D100, D90, D80, D70, D60, D50 e D40 infelizmente, esses modelos, não permitirão efectuar a medição de luz.
Apesar disso, mesmo com os modelos compativeis, usando tubos de extensão, o valor f/stop seleccionado no anel de aberturas poderá não coincidir com rigor à abertura correspondente.
A série de tubos da Nikon pelo menos permite uma coisa: Escolher a abertura que pretendemos. Claro que essa regulação terá de ser efectuada na própria objectiva através do anel de selecção de aberturas pelo que, objectivas da série "G" (sem anel de aberturas), estão fora de questão!

Como alternativa, a "KENKO" possui um "Kit" destes Tubos de extensão, composto por um conjunto de 3 diferentes medidas: 12, 20 e 36mm e, ao que julgo, em três versões: Canon e Nikon e Minolta (Sony). Todos dotados de contactos eléctricos que permitirão transmitir as informações à câmara (AF, VR, Medição de luz, etc.).
Em todo o caso posso dizer que, a este nível de macrofotografia, a questão da leitura de luz além de ser uma boa ajuda é importante mas já o mesmo não se passa com a focagem automática que pode ser perfeitamente dispensada!

Em baixo:
Exemplo da ampliação máxima numa moeda de €1,00 (aumento da relação de reprodução) com a Micro-Nikkor 60mm f/2.8 + Nikon PK-13


Sem mais qualquer elemento óptico (lente) a relação de reprodução aumentou de 1x para 1,6x.
Mas, como disse, nada impede de se acoplarem mais que um destes tubos de extensão... em baixo fica um outro exemplo das diferenças de aumento verificadas com a adição dum segundo destes PK-13:







A imagem representa uma moeda de 10 cêntimos cujo diâmetro é de 19,75mm.

Claro que, as imagens (sem qualquer corte) representam não só o efeito do incremento da relação de reprodução, à medida que se vai aumentando a distância entre a objectiva primária e o corpo da câmara mas também o aumento conseguido em virtude do chamado factor de conversão do sensor DX. No caso em concreto foi utilizada uma Nikon D2x cujo factor de conversão é, como de resto em todas as câmaras Nikon de sensor DX, de 1,5 vezes.
O que significa que, nestas circunstâncias (usando 2 tubos de 27,5mm), ficamos com um aumento da imagem (no sensor) em relação ao seu tamanho real de 3 vezes!
Duas vezes por força dos tubos a que acresce ainda 1,5 x do factor de conversão do sensor!

Mas, para o pessoal não se animar muito e sair já a correr por aí fora a comprar uma série de tubos de extensão devo dizer que as dificuldades de fotografar em macrofotografia vão aumentando de forma correspondente ao incremento da relação de reprodução. Desde logo, a profundidade de campo fica reduzidíssima... por vezes é de cerca de 1mm!

Depois, o inevitável aumento de comprimento entre a câmara e parte frontal da objectiva faz com que seja mais complicado usar o flash sem provocar sombras. Mesmo sendo um flash externo montado na sapata da câmara... Por isso, o uso de pelo menos um difusor ou uma "softbox" tornam-se aconselháveis. Melhor ainda se estiverem montados num suporte externo ou num braço de flash!
Caso queiram ver algumas fotos conseguidas com estes tubos de extensão, designadamente quanto ao nível de aproximação/ampliação que proporcionam, podem ver aqui (abre em novo link).

* Plano focal é o ponto coincidente com a localização do sensor (ou película). A sua localização é indicada, nos corpos das câmaras, por uma pequena marca cujo desenho consiste numa circunferência cortada a meio por um traço. É a partir desta marca (plano focal) que se efectuam todos os cálculos relativos a distância focal vs profundidade de campo vs factor de ampliação, etc.. 
Quando, por exemplo, se fazem referências à distância mínima de focagem duma determinada objectiva, essa distância conta-se, precisamente, a partir deste ponto e não (como muita gente pensa) da frente da objectiva.