Usando iluminação de luz "LED" em Estúdio


Nikon D300 + Micro Nikkor 60mm
@ 3.1 seg., f/9, ISO 200, Exposição Manual (Bulb)

 
Pois é… o tempo chuvoso parece não nos querer deixar! Assim, na falta de melhor, nada como fotografar no interior...

Há dias publiquei aqui no blog um artigo algo extenso com alguns conceitos e dicas acerca da Fotografia de Estúdio. No referido artigo, a certa altura, referi que o sucesso deste tipo de fotografia depende muitas vezes de pequenos truques de iluminação com recurso a acessórios banais e simples.
A fotografia que vêem no topo comprova precisamente o que disse e é um desses casos. Aliás, a ideia de a publicar aqui serve como demonstração e incentivo para que todos possam tentar fazer o mesmo lá em casa.

Depois de desvendar o “segredo” por detrás da fotografia verão como é extremamente simples conseguir idênticos resultados sem necessidade de grandes sistemas de iluminação ou equipamentos…

 Tudo o que necessitam (além do objecto que pretendam fotografar, claro): 

  1. Câmara fotográfica
  2. Uma objectiva
  3. Um tripé
  4. Um cabo disparador (preferencialmente)
  5. Uma mesa
  6. Uma cartolina preta
  7. Uma lanterna de luz “LED”

Têm isso tudo aí em casa?
Óptimo! Então podem fazer fotos idênticas a esta! Acreditem que não precisam de mais nada além do acima descrito!

 Ok! Então, agora vou passar a explicar como devem usar todo esse equipamento/materiais:  

  1. Comecem por dispor o vosso objecto sobre uma cartolina de cor preta colocada em forma de “S” ou somente em forma de "C" sobre uma mesa. Desta forma, a mesma cartolina servirá de base e de fundo ao mesmo tempo que eliminámos o (eventual) problema da quebra entre esses dois planos.   
  2. Depois de colocada a câmara no tripé, deverá ser seleccionado o modo de exposição e focagem Manual;
  3. Escolham um valor de sensibilidade baixo (entre os 100 a 200 ISO);
  4. Seleccionem um valor f/stop (abertura do diafragma) que permita a profundidade de campo suficiente para revelar todo o objecto (ou somente parte dele se assim o quiserem);
  5. De seguida, teremos de desactivar a escolha de tempo de exposição “automático” pela câmara. Para isso, deve ser seleccionada a posição “Bulb”;
  6. Desactivem o “Autofocus” e efectuem a focagem do objecto em modo manual. 
  7. Feito isto, se tiverem cabo disparador ou controle remoto preparem-no para efectuar a obturação… Hã! Não se esqueçam, antes de fotografar, de fechar completamente as persianas (caso seja dia) ou apagar completamente todas as luzes! Sim! Este tipo de fotografia capta-se em completa escuridão!
Bom, é nesta fase que vamos, então, utilizar a lanterna de luz “LED” (pessoalmente usei uma caneta – brinde/oferta duma farmácia - com uma destas luzes LED no topo e serviu perfeitamente!)

Agora, depois de “carregado” (e mantendo pressionado) o botão do cabo disparador ou mesmo o botão obturador da câmara (não tão aconselhável pois pode fazer a foto ficar tremida…) tudo o que há a fazer é descrever movimentos em volta do objecto iluminando-o de maneira uniforme ou insistindo mais nas zonas que se queiram mais reveladas! Se a emissão de luz for fraca (normalmente com uma só luz LED, é...), podem inclusive aproximar a lanterna a escassos centímetros do objecto e fazer movimentos passando com a mão sem qualquer problema entre a câmara e o que estão a fotografar. (Esses movimentos, nomeadamente o movimento da mão, não ficarão registados uma vez que a exposição vai relevar somente os locais para onde apontarem o foco de luz e por outro lado a exposição será demasiado longa para os registar!)  
Não vos posso indicar um "tempo correcto" para a duração da exposição uma vez que este será variável em função de vários factores tais como: Valor ISO usado; tamanho e tipo do objecto; potência da luz da lanterna; distância a que a mesma é utilizada, etc…

Resumindo: Capta-se uma (ou mais) fotos e utiliza-se o método de “tentativa por erro” até “acertar” com a combinação correcta!
Depois de tudo isto, em posterior edição podem-se sempre fazer alguns ajustes ou correcções. No caso desta foto, em concreto, pouco foi feito... apenas uma correcção do equilíbrio de brancos (a luz LED usada tinha uma temperatura de cor demasiado fria) e um pequeno acerto de níveis... nada mais!
Espero ter sido claro e não ter esquecido de referir nenhuma das fases do processo….
Nada como tentarem (eventualmente num dia de chuva…) e boas fotos!

Jupiter 36b - 250mm f/3.5



Especificações
Distância focal/Abertura:
250mm f/3.5
Construção (elementos/grupos):
4 / 3
Ângulo de imagem:
18º
Escala distâncias focais:
n/a
Diafragma:
Manual (em D-SLR's)
7 lâminas
Escala de aberturas:
f/3.5 ~ f/16
Medição de exposição:
n/a
Escala:
Desde 3,5m até ao ∞
Distância mínima de foco:
0.35m
Tamanho do filtro:
82mm
Dimensões (diam./comp.):
85 x 180mm
Peso:
1478g (pesados)





Nem todas as objectivas são construídas da mesma maneira. Isso é um facto certo e perfeitamente compreensível. Existem objectivas pequenas, existem objectivas grandes e, obviamente, o tamanho e peso duma determinada objectiva são indicadores da sua construção mais ou menos cuidada e da sua distância focal.
Mas, outra coisa certa, também, é que dentro duma determinada gama de distâncias focais o tamanho e peso de diferentes modelos e marcas costumam ser idênticos... mais coisa, menos coisa...!
Bom, de facto, esta Jupiter 36b de 250mm de distância focal com uma abertura máxima de f/3.5 varia um pouco...
Trata-se duma objectiva de médio-formato de construção Soviética.
Sair para o "campo" com uma destas objectivas Jupiter equivale a uma ida ao ginásio e a uns bons exercícios com halteres!
Lá pesada e robusta é! Peso? Na balança digital, nada mais, nada menos que 1.478g! Sem tampas!



Construção:

Tipicamente Soviética... idêntica a um "Tanque de Guerra"! Quase tudo é metálico!
Todavia, manifesta algumas falhas... Na verdade, é uma objectiva muito peculiar....Vista, por comparação, com a grande maioria das objectivas que conhecemos, tudo parece estar no sítio errado! Ergonómicamente, esta foi uma das objectivas mais mal concebidas que experimentei até hoje!
Passo a explicar: O anel de aberturas encontra-se na parte frontal da objectiva, mais concretamente onde era suposto estar colocado o anel de focagem! E este último, então, onde havia de estar? Não, não é bem no sítio do anel de aberturas... mas não anda lá muito longe!
Outro dos maiores "erros" ou falhas desta objectiva reside na falta dum local onde apertar um suporte para tripé. Fotografar com quase 1,5Kg de peso (além da câmara) acaba por ser maçador. Além disso, os f/3.5 de abertura máxima não possibilitam velocidades de obturação suficientes para permitir captar fotos a 250mm em condições de pouca luz sem recorrer a valores de sensibilidade ISO elevados ... (como, por exemplo, em dias mais encoberto ou nublados).
Portanto, tendo em conta a falta dum colar ou outro qualquer tipo de possibilidade de montagem ou fixação em tripé e o peso desta Jupiter 36b, fácil é de perceber que todas as fotos tem de ser captadas "a punho". Outra solução, seria a de fixar esta objectiva acoplada a uma câmara, pelo sistema de aperto existente na base da câmara. Todavia, isso representa um esforço exagerado na zona da baioneta (ligação entre câmara/objectiva) que também deve ser evitado....



Parasol! Outra falha! Depois de alguém ser ter dado ao trabalho de incorporar nesta objectiva um útil parasol rectrátil por que raio não se lembrou também de colocar um simples ponto de fixação ou possibilidade de bloqueio para o mesmo?! Na realidade, o parasol desliza quando quer... se virarmos a objectiva para baixo ou para cima para fotografar qualquer coisa, quase sempre o parasol desliza nesse mesmo sentido! Solução simples: um pequeno fragmento duma simples folha de papel atracada entre este e o corpo da objectiva! E fica resolvido o problema. Mas era escusado ter de "inventar"...!



 Manuseamento:
Bom, acima mencionei o problema da "troca" de lugar dos anéis de focagem e de aberturas. Pois bem, pode parecer não ter importância e ser somente uma questão de habituação, mas não! Interfere mesmo com a normal focagem. Relembro que, nesta objectiva tudo é manual... incluindo, claro está, a focagem. Ora o que acontece é que sempre que pretendemos focar, o mais usual de acontecer é mudar a abertura em vez disso! A melhor colocação da mão (por uma questão de equilíbrio) é precisamente numa posição mais próxima da frente da objectiva, no lugar onde está o anel de aberturas... Focar não é de todo prático e fácil com esta objectiva!
Por outro lado, o anel de aberturas é demasiado suave mal se sentindo os tradicionais "cliks" de mudança de f/stop.
De resto, esta Jupiter 250mm f/3.5 torna-se desequilibrada quando montada numa D-SLR. Grande parte do peso concentra-se na parte frontal e, como acima já referi, não podemos segurar a mesma nesse local pois a focagem tem de ser efectuada bem mais atrás...



Qualidade óptica:
A qualidade das imagens produzidas por esta Jupiter 250mm varia bastante... Em função de quê?
De duas coisas:
Primeiro, como é típico, em função das aberturas escolhidas. Pelos testes que fiz, as melhores imagens conseguem-se a aberturas entre os f/4 e f/5.6.
A partir de aberturas mais pequenas que f/8, mesmo em condições de boa luz, a câmara "perde" o rigor da funcionalidade de confirmação de aquisição de foco (o pequeno ponto verde no visor) e a qualidade de imagem diminui. A diferença de qualidade é mesmo muito grande... como podem ver nas imagens comparativas mais abaixo.



Infelizmente, usar "tais" aberturas ideais acaba por se tornar numa condição limitativa... a menos que usemos valores de sensibilidade ISO altos, a percentagem de fotos verdadeiramente focadas/nítidas acaba por ser reduzida... Uma distância focal de 250mm, sem qualquer sistema de estabilização óptico, sem possibilidade de usar tripé não ajudam...
A "solução" para fotografar com esta objectiva reside no "truque" de compensarmos a falta de estabilidade recorrendo a uma estabilização externa: usando o nosso corpo como suporte (ajoelhando-nos e apoiando o conjunto no cotovelo); encostando o braço ou mão a um poste ou parede, etc...
Em segundo, convém também, estar consciente que esta objectiva (como muitas outras...) não é selada, pelo que exige sempre algum tempo de espera antes de se poder começar a fotografar sempre que mudamos de ambientes. Não é de estranhar que, se não se respeitar esta "imposição", as fotos fiquem sem coloração e com falta de contraste!
Portanto, respeitando as "condicionantes" acima apontadas, designadamente usando valores em torno dos f/4~f/5.6, a Jupiter 36b 250mm até produz boas imagens!
A cor é boa (com uma ligeira tendência, a meu ver, para os tons frios), o contraste é bom e o Bokeh não sendo particularmente excepcional, também não é mau.
Quanto à separação de planos, por mais voltas que se dê, independentemente da abertura usada e da distância ao sujeito, esta objectiva Jupiter não é capaz, incompreensivelmente, de o fazer... (nas imagens de exemplo, mais abaixo, facilmente entenderão o que estou a dizer!)
Este aspecto, para mim, constituiu um verdadeiro enigma que me deixou deveras intrigado... Na minha opinião, não conseguimos captar com esta objectiva imagens em que os planos focados se destaquem devidamente do cenário secundário ou de fundo.
Por antítese, podem ver aqui um exemplo duma imagem captada com uma objectiva capaz de produzir uma excelente separação de planos (abre em novo link)
Já quanto a aberrações cromáticas, as "franjas azuladas" são comuns e surgem nos contornos dos objectos fotografados sempre que direccionámos a frente da objectiva a ângulos inferiores a cerca de 45º na direcção do sol.


Exemplos:





 


Em resumo:
Particularmente, esta Jupiter 250mm f/3.5 não me entusiasmou muito. A distância focal desta "Prime"- uma teleobjectiva de alcance médio - limita os motivos que podemos fotografar.
Depois, a falta de colar de tripé associada uma construção pouco ergonómica, "obriga", em muitas situações, a usar valores de sensibilidade ISO elevados. Caso contrário, a percentagem de fotos devidamente nítidas é pequena...
(De facto, é imperdoável a falta de colar de tripé numa objectiva, como esta, que pesa quase 1.500g!)
Mas se "esquecermos" esses factos e com alguma habituação, a Jupiter 250mm 36b até proporciona boas imagens!
Em complemento, com alguma correcção dos ficheiros, em posterior edição, conseguem-se resultados finais ainda mais interessantes!
 
Qualidade Óptica
★★★☆☆
Qualidade de Construção
★★★☆☆
Versatilidade
★★☆☆☆
Manuseamento
★★☆☆☆
Valor
★★☆☆☆

Onde comprar:
Sítio do Cano Amarelo

Primeiras macrofotografias do ano de 2013


 Nikon D300 + PK-13 + Micro Nikkor 60mm + SC-28 e SB-900 (c/Softbox)
@ 1/60 seg., f/22, ISO 200
 
 
 
Hoje aproveito para partilhar aqui as primeiras Macro-fotografias que captei neste novo ano que ainda agora está a começar.
Pessoalmente gosto de fazer este tipo de fotografia em dias mais quentes. A Primavera, é por excelência, a melhor altura do ano para fotografar vida selvagem como, por exemplo, insectos e flores. No Inverno, quer uns, quer outros, mal se vêem… mas há sempre outros motivos!
Há dias saí de casa com a ideia de fotografar aqueles pequenos fetos que crescem nos muros nesta altura do ano. No entanto, insisti mais a fotografar outro motivo que pelas formas e cores despertou a curiosidade…  


 

 Nikon D300 + Micro Nikkor 60mm + SC-28 e SB-900 (c/Softbox)
@ 1/80 seg., f/13, ISO 200
 
 
 
As fotos são parte das que tirei durante essa saída de campo (vá lá, mais concretamente, num carreiro ladeado de campos…) que fiz acompanhado dum dos leitores deste Blog (que por acaso, com o decorrer do tempo descobriu que eu morava por perto…). Bom junta-se o útil ao agradável. Por um lado, deu-me imenso “jeito” a sua presença pois doutro modo seria impossível sozinho captar este tipo de fotos… (mais à frente explico porquê). Ao mesmo tempo trocam-se umas ideias, respondem-se e fazem-se algumas perguntas e dessa “cavaqueira” lá se vai aprendendo mais qualquer coisa!
Parte do que sei, acerca de fotografia, posso dizê-lo, aprendi-o à minha custa e dessa maneira! Desde jovem costumava acompanhar fotógrafos de profissão e, ao mesmo tempo que satisfazia a minha curiosidade, ia tentando experimentar e por em prática aquilo que ouvia e via durante essa saídas… Lembrei-me agora de vos contar uma estória curiosa que me veio à memória! Certo dia, contráriamente ao que sempre fazia, depois de ter sido "chamado" para acompanhar um "trabalho" recusei-me determinantemente a acompanhar dois deles… O “trabalho de fotojornalismo” em causa era macabro demais para mim… tratava-se de fotografar um acidente... na linha do comboio… e mais não conto…!
Bom, mas houve também muitas outras alturas em que as saídas serviam para adquirir conhecimentos acerca de muitas “coisas” que queria fotografar sem saber, na altura, muito bem como. Ao mesmo tempo, o desafio de conseguir este ou aquele resultado, lá me iam fazendo gostar cada vez mais da fotografia e de fotografar!


 

 Nikon D300 + PK-13 + Micro Nikkor 60mm + SC-28 e SB-900 (c/Softbox)
@ 1/60 seg., f/45, ISO 200
 
 
 
Regressando ao presente… as fotos que acima podem ver são… fotos de musgo. Sim, isso mesmo! Musgo fotografado em pormenor e numa escala de reprodução superior à própria realidade. Os pequenos “casulos” fotografados não devem ter, em tamanho real, mais de 5mm…
Correspondem tal qual à forma como foram fotografadas. Em posterior edição, nada foi cortado, acrescentado ou modificado. Apenas foram corrigidas as curvas e níveis.
Para descobrirem o porquê das variações ou, se quiserem, das diferenças de resultados destas imagens que tiveram por base o mesmo tema, fotografado na mesma altura, com o mesmo equipamento, desafio a uma atenta leitura dos dados de exposição referentes a cada uma das diferentes capturas que se encontram mencionadas por baixo de cada imagem.


 

 Nikon D300 + PK-13 + Micro Nikkor 60mm + SC-28 e SB-900 (c/Softbox)
@ 1/60 seg. (+0.7 Ev), f/11, ISO 200
 
 

Todas s imagens foram captadas com recurso a uma objectiva específica para fotografia “Macro” (Nikkor 60mm f/2.8) e algumas delas ainda com recurso a um tubo de extensão (Nikon PK-13) acoplado entre a câmara e a objectiva.
Depois, (e aqui é que entra a necessidade dum “assistente”) foi usado um Flash (Nikon SB-900) com uma Softbox conectado à câmara (Nikon D300) através dum cabo (Nikon SC-28).
A grande vantagem de utilizar um Flash fora da câmara ligado através dum cabo é o de podermos colocar e direccionar o clarão para onde pretendemos. Em complemento, uma Softbox montada na cabeça do Flash serve para difundir a luz emitida pelo mesmo de forma uniforme e suave evitando-se reflexos. Enquanto fotografava (e duas mãos não são demais para segurar a câmara…) o “assistente” (obrigado Nuno J) colocava o flash estratégicamente direccionado para onde se pretendia.
Lá está… fácil de fazer, difícil de explicar em texto! A vantagem de estar no local é precisamente ver como se fez….

Cores de Inverno


Nikon D2x + Samyang 8mm Fisheye f/3.5
(f/5.6, 1/30 seg., ISO 100, Medição Central Ponderada, Exposição Manual)

Numa serra não encontrámos muitos motivos fotográficos que justifiquem o uso duma objectiva Fisheye. Contudo, há dias estive na bonita e histórica cidade de Guimarães e como ao longo dos anos já a fotografei com diversas câmaras e com objectivas de diversas distâncias focais decidi, desta vez, pura e simplesmente divertir-me e explorar a cidade de maneira diferente com uma das objectivas com que ando ainda a fazer uns testes: A pequena Samyang 8mm Fisheye. Nada como umas perspectivas (distorcidas) da cidade a 180º para variar! :)
Depois, aproveitando o sol, que decidiu aparecer, houve ainda tempo para passar na Serra da Penha onde as cores do Inverno estão bem presentes nesta altura do ano e lá fotografei alguns dos penedos de formas redondas tão característicos no local.
A bem dizer, "arredondar" o que já é redondo não faz grande diferença... Assim, o resultado foi este...
Como é usual, gosto sempre de fazer um ou outro comentário (ou mesmo dar uma dica) que acompanhem as fotografias que publico neste blog. Penso que também é disso que muitos dos leitores estão à espera...
Neste caso, passo a explicar por que é que a fotografia se encontra com um "crop" no terço superior. 
Muitos certamente pensarão que para conseguir fotos com cores vibrantes e intensas terão de captar as fotos com os motivos expostos sob luz solar directa. Nada disso! Este tipo de "coloração" consegue-se precisamente (nestes casos) quando os motivos se encontram uniformemente encobertos pela sombra.
A explicação é simples: "À sombra"  a luz distribui-se de forma uniforme e difusa. Não existem grandes contrastes devido à ausência das sombras duras provocadas pelo sol e, por outro lado, também não existem reflexos que provoquem "brancos estourados" ou altas luzes.
Em conjunto, esta situação permite explorar mais as cores e os tons médios em posterior edição.
Então, voltando à pergunta "porque é que a foto se encontra cortada no terço superior", facilmente perceberão que o que estava acima dos penedos era o céu. Nesta situação, das duas uma: Ou se expõe correctamente o céu, ou os penedos completamente envoltos em sombra. As variações de luz em situações deste tipo podem chegar até 5 Ev's. Nenhuma câmara fotográfica é capaz de registar correctamente tal amplitude!
(poderia ainda resolver-se este problema recorrendo a um filtro graduado ND ou ainda combinando duas distintas fotos em posterior edição sendo, neste caso uma com a exposição correcta regulada para o céu e a outra para  motivo à sombra...)
Ainda outro motivo que justifica o "crop": A composição! Esta fotografia é uma das excepções à Regra dos terços... O grande penedo, em posição central, é o motivo principal e é para onde de imediato o "nosso olhar" se dirige fazendo-se, então, de seguida a leitura do restante cenário.

Outro exemplo com a "Jupiter 250mm f/3.5"








Nikon D2x + adaptador Pentacon Six + Jupiter 36b 250mm f/3.5
(f/5.6, 1/800 seg., ISO 200, Medição Matricial, Exposição Manual)
 
Com alguma edição (basicamente acertos de níveis), as imagens produzidas pela "Jupiter 36b" utilizando aberturas entre os f/4 e f/5.6 até que nem são más...
No entanto, das várias combinações e fotos que até agora captei, continuo a não gostar do desfoque... não que seja desagradável, mas por não transmitir uma boa separação de planos independentemente da distância ao objecto e da abertura usada...