Fotografias para concurso... de culinária! (ou como fotografar receitas...)


Nikon D300 + Nikkor 24-70mm f/2.8
@ 52mm, f/4, 1/2 seg., ISO 100




Hoje vamos falar de culinária...

Não, ...na verdade, não!
Acontece que, recentemente, tive de fotografar umas receitas destinadas a um concurso... de culinária, claro!

Por isso, lembrei-me de colocar umas amostras dessas fotos "home made" e dar umas dicas.... não vá alguém também precisar...



Quanto às questões culinárias não faço a "mínima" mas, quanto à receita (das fotografias), essa é simples...

Ingredientes:



- 1  Câmara
- 1 Objectiva Zoom 
- 1 sala (ou cozinha) 
- 2 tripés
- 1 cabo disparador
- 2 Flash's... e acho que chega!
Preparação:
  • Colocar os pratos a fotografar de maneira a conseguir um fundo homogéneo e isento doutros elementos que só servirão para confundir o aspecto final.
  • Fazer a composição/enquadramento pretendido colocando o "prato" o mais próximo possível da frente da objectiva (desde que não ultrapasse o alcance mínimo de foco)
  • Escolher uma abertura de diafragma suficiente para que o prato se apresente focado (ou somente parte dele) mas que desfoque o fundo (ou, também, a parte mais afastada do motivo)
  • Colocar a câmara de modo a que não fique num ângulo muito vertical (elevado em relação ao motivo). É preferível ajustar a exposição para uma abertura menor (aumentando valor f/stop) para conseguir uma maior profundidade de campo do que captar uma fotografia "chapada".
  • Se utilizar uma objectiva zoom escolher uma distância focal "normal" que não distorça os planos. Distâncias focais pequenas tendem a inclinar/convergir as linhas e a deformar mais a imagem.
  • Para eliminar sombras duras (mas permitindo algumas sombras suaves), foram utilizados dois flash's (um Nikon SB-900, como comando, na câmara e um Nikon SB-26, em modo remoto, a 1/32 de potência, num outro tripé), ambos direccionados para o tecto de maneira a reflectir o clarão o mais uniformemente possível por toda a mesa de suporte. Caso seja usado um só o processo seria análogo.
  • Caso a luz em que estejamos a fotografar nos agrade e queiramos manter essa atmosfera deverá ser usada a opção de Flash "Rear Flash". Deste modo, a câmara fará a leitura da luz existente, mantendo esse ambiente, servindo o flash (que será disparado só na fase final da exposição, depois de captada a luz ambiente) para "preencher" ou "encher" as sombras e zonas que se apresentem sub-expostas. Eventualmente, caso a iluminação existente seja boa, pode, por outro lado, perfeitamente ser prescindida a utilização de flash's...
  • Fotografar em "RAW" neste tipo de situações é uma boa ideia! Em posterior edição torna-se muito mais simples corrigir o "Equilíbrio de brancos" caso não esteja correcto ou a nosso gosto!
  • Este é um dos casos em que é possível (e é também uma boa ajuda) manter o computador ligado directamente à câmara de modo a visualizar e corrigir de imediato os resultados obtidos no que toca à exposição, iluminação, etc... 
Por último, (depois de tudo cozinhado, ehehe) em posterior edição, "dar" os últimos retoques que sejam ainda necessários (correcção de níveis, balanço de cores, etc...) de modo a tornar apetecível o conteúdo das fotos...

By the way... as fotografias às receitas para o concurso foram um "pedido especial" da minha esposa...
Espero que as receitas agradem, que as fotos ajudem e.... que ela ganhe!

Dicas de Photoshop - Motion Blur...


Pois bem!
Então cá fica, sem grandes palavras pois penso serem desnecessárias, a explicação de como conseguir o efeito da fotografia da semana passada "Margens do Vouga". (clique aqui para ver)

É um efeito um pouco “dejá vu” que, contudo, continua a resultar bem com certos temas… florestas ou aglomerados de árvores são alguns exemplos.
Existem duas maneiras de o conseguir: a “natural” e a "pós-produção”. O segundo método é um dos casos em que, aproveitando a tecnologia ao nosso dispor, conseguimos rapidamente um efeito que, no local, poderia demorar algum tempo e bastantes tentativas até "dosear" correctamente o "tremido" vertical.
Mas, se quiserem tentar o modo directo só têm de colocar a câmara num tripé "estável" e, bloqueando a possibilidade de efectuar movimentos horizontais, "abanar" ligeira e verticalmente a câmara durante o decurso da exposição. Para tal deve ser seleccionada uma abertura pequena (f/22) e o ISO mais baixo possível que câmara permita e fim de conseguir aumentar o tempo de exposição.

Se quiserem conseguir o mesmo efeito de maneira mais prática é só usar o Photoshop seguindo as dicas abaixo:



Depois de aberto o efeito "Motion Blur" deve ser seleccionado o ângulo vertical (90º) e a distância em pixeis que determina o aumento ou diminuição do efeito pretendido (que varia consoante o motivo e o nosso sentido estético...)


Como vêem e extremamente simples!

Nikon D300 + Nikkor 24-70mm f/2.8 + BW-CPL
@ 34mm, f/2.8, 1/100 seg. (-0,7 Ev), ISO 200

Serra da Estrela - Primeiros nevões!

Nikon D300 + Nikkor 24-70mm f/2.8 + BW-CPL
@ 24mm, f/3.5 (- 0,3Ev), 1/500 seg., ISO 200



 



Caíram os primeiros nevões, deste ano, no local mais alto de Portugal (Continental): A Serra da Estrela!
Acima dos 1.400m de altitude, na encosta do lado de Manteigas, o manto de neve cobria já toda a paisagem de branco!
O acesso à Torre esteve cortado e, entre as Penhas Douradas e Manteigas (locais na altura ainda não bloqueados), havia estradas onde já só se conseguia passar com veículos de tracção às 4 rodas...
Foi precisamente por um desses acessos (que leva ao centro das Penhas Douradas) que, com denso nevoeiro, lentamente fui avançando...
Uma vez que continuava a nevar, não me demorei muito... o entardecer e o risco de não conseguir localizar a estrada no regresso era eminente...
Mesmo assim, com neve a cair e um "frio de rachar", ainda deu para sair por alguns instantes e fazer uma ou outra fotografia.