Carl Zeiss 80mm f/2.8 Biometar "Red MC"



Especificações
Distância focal/Abertura:
80mm f/2.8
Construção (elementos/grupos):
5 / 4
Ângulo de imagem:
38º (Médio-formato)
Escala distâncias focais:
n/a
Diafragma:
Automático
8 lâminas redondas
Escala de aberturas:
f/2.8 ~ f/22
Medição de exposição:
Por método de abertura
Escala:
Desde 1m até ao ∞
Distância mínima de foco:
1m
Tamanho do filtro:
58mm
Dimensões (diam./comp.):
75 x 47mm (s/adaptador)
Peso:
282g



Esta é a segunda vez que faço testes com uma Carl Zeiss 80mm Biometar f/2.8. Há tempo atrás utilizei a versão mais antiga do modelo. Agora foi a vez do modelo "Red MC". Pois bem, a designação de "Red MC" é praticamente a única coisa que distingue as duas versões. As siglas "MC" apostas a vermelho na parte frontal da objectiva (daí o nome "Red ..") indicam que as lentes desta objectiva possuem revestimentos "Multi-coating" melhorados. Ou seja, traduzindo, revestimentos ópticos, com várias camadas, destinados a diminuir e a controlar melhor as aberrações cromáticas e os reflexos. Desde logo, a pergunta que se pode colocar é se existem diferenças notórias no que respeita à qualidade de imagem entre um e outro modelo. Para ser sincero, não posso responder com exactidão a essa questão pois não efectuei testes comparativos entre as duas... A impressão com que fiquei é que os modelos são muito semelhantes. Quanto à questão das aberrações cromáticas, apesar da "suposta" diferença nos revestimentos ópticos, também não encontrei diferenças relevantes. Por isso, estar aqui a escrever mais acerca desta objectiva seria "duplicar" um artigo. Aqueles que estiverem interessados, podem ver aqui (abre em novo Link) a opinião mais aprofundada sobre estas Zeiss 80mm f/2.8 Biometar.



Uma vez que estamos a falar da utilização de objectivas de médio-formato em câmaras digitais (com sensores de formato FX ou DX), prefiro aproveitar a altura para abordar dois assuntos relacionados com o tema:
O primeiro, tem a ver com a medição de luz. Com estas objectivas, este aspecto carece de atenção especial. Mesmo em câmaras onde é possível “indicar” os elementos essenciais para que seja efectuada a medição de luz (abertura máxima e distância focal da objectiva), os valores “lidos” e indicados pelo exposímetro não são, regra geral, os correctos. Na verdade, quase sempre há uma tendência para a sobre-exposição. A falta de controlo directo, por parte da câmara, das aberturas efectivas do diafragma destas objectivas é o principal responsável por tal facto. Por outras palavras, a câmara não “sabe” qual a abertura seleccionada na objectiva. Somente controla e indica a leitura de luz com base na passagem da mesma pelas lentes mas não relaciona essa quantidade de luz com a abertura seleccionada. Por isso, não é de estranhar que as leituras de luz mais correctas ocorram quando utilizámos estas objectivas na sua abertura máxima (abertura, de resto, coincidente com o valor que indicámos à câmara – nos modelos em que tal é possível). Este fenómeno é indiferente ao modo de exposição utilizado. Todavia, a leitura de luz é mais precisa (ou, melhor, a indicação do exposímetro, é mais correcta) quando são usados os modos de medição Central-ponderada ou Pontual (Spot). Aliás, pese embora, seja possível a utilização do modo de Medição matricial (como foi o caso dalgumas fotos de teste incluídas neste artigo), esse modo destina-se às objectivas Nikon de fabrico mais recente. Por isso, este tipo de medição é o que, por norma, é menos preciso com este tipo de objectivas mais antigas de médio-formato. Este é mais um dos factos que levam a que nem todos os fotógrafos consigam “tirar” o melhor partido destas objectivas. Controlar a luz de forma correcta é um dos princípios mais básicos da fotografia. No entanto, também não deixa de ser verdade que as mais recentes objectivas, nomeadamente devido à sua intercomunicabilidade com a câmara, evitam que nos preocupemos muitas vezes com isso… Na maior parte das situações, as leituras de luz efectuadas pelas recentes câmaras digitais (quando acopladas objectivas da marca) são bastante precisas! Pelo contrário, com as objectivas de que hoje vos falo, isso não é assim… cada foto carece de cuidados quanto à medição de luz... A foto do farol (ao lado) é um exemplo disso. Para se conseguir uma correcta exposição foi necessário compensar negativamente a exposição em -1.3 Ev. Nada de transcendente para quem tiver alguma prática e souber usar um dos grandes “trunfos” da fotografia digital – O Histograma!   

Bom, falando do “outro” assunto relacionado (necessário) para utilizar estas objectivas com câmaras D-SLR… Os adaptadores!
Pois bem, também quanto a estes deve haver um cuidado especial… O aperto! Facilmente, após algumas utilizações os adaptadores Pentacon Six/Nikon com o manusear (focagem e mudança de aberturas) bem como com o próprio transporte do conjunto “câmara/adaptador/objectiva” à mão vão apertando naturalmente  à objectiva. Por isso, de vez em quando, aconselho uma confirmação do nível de aperto (desapertando e apertando novamente) de modo a confirmar e a evitar uma crescente “prisão” da rosca que une o adaptador à objectiva. Se alguma vez se depararem com uma situação idêntica à relatada convém saber que o desaperto da rosca se faz no sentido dos ponteiros do relógio (para a direita e, por isso, de forma inversa ao “normal”)… Caso insistamos a fazer o contrário estaremos cada vez mais a apertar o conjunto…






Quando publiquei o artigo acerca da versão mais antiga desta objectiva não publiquei, na altura, fotografias que captei com a referida objectiva em modo "Macro" utilizando, para o efeito, um tubo de extensão Nikon PK-13.
Ao lado: O conjunto a que me estou a referir (para ampliar clicar na imagem).
Esta é uma interessante utilização que podemos efectivamente dar a este tipo de objectivas. O tubo de extensão permite uma aproximação ao objecto a fotografar com uma distância de trabalho de cerca de 20cm. Poderá não ser o suficiente para fotografar pormenores minúsculos mas já é uma boa distância (associada a uma distância focal de 80mm) para captar alguns pormenores interessantes. Claro que, estando acoplado o tubo de extensão, se perde a possibilidade de focagem ao infinito. Quanto à focagem, nesta situação, a utilização é extremamente simples. Tudo o que precisámos para focar é aproximar ou afastar o conjunto câmara/objectiva do objecto e quando estiver em foco, carregar no obturador! Além de mais, os tubos de extensão (sem contactos eléctricos) são acessórios relativamente económicos.
Bom cá ficam então algumas fotografias de exemplo, captadas com o conjunto acima descrito, sem qualquer "crop" (todavia ligeiramente editadas - correcção de níveis/compensação de nitidez):





Qualidade Óptica
★★★★
Qualidade de Construção
★★★★★
Versatilidade
★★☆☆☆
Manuseamento
★★★☆☆
Valor
★★★☆☆

Campeonato Nacional de Corridas de Cavalos a Galope e Trote - Maia 2013


Nikon D300 + Adaptador Nikon/Pentacon SIX + Carl Zeiss 80mm Biometar "Red MC"
@ f/16, 1/60 seg. (-1,3 Ev), ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Nikon D300 + Adaptador Nikon/Pentacon SIX + Carl Zeiss 80mm Biometar "Red MC"
@ f/16, 1/50 seg. (-2,3 Ev), ISO  100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Nikon D300 + Adaptador Nikon/Pentacon SIX + Carl Zeiss 80mm Biometar "Red MC"
@ f/11, 1/100 seg. (-1,7 Ev), ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Nikon D300 + Adaptador Nikon/Pentacon SIX + Carl Zeiss 80mm Biometar "Red MC"
@ f/11, 1/50 seg. (-1,7 Ev), ISO 160, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Nikon D300 + Adaptador Nikon/Pentacon SIX + Carl Zeiss 80mm Biometar "Red MC"
@ f/16, 1/160 seg. (-1,3 Ev), ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial



Bom, para quebrar a monotonia e a falta de “post’s” no Blogue, aproveito para vos mostrar algumas das fotos do fim-de-semana. Pois… retomei também um tema que tem andado ausente: Cavalos!

As fotos retratam a primeira jornada do Campeonato Nacional de Corridas de Cavalos a Galope e Trote da época de 2013, realizada hoje (21/04) no Hipódromo Municipal da Maia.

Claro que, mantendo a tradição, vou dizer mais alguma coisa acerca das fotos…

Há já algum tempo, que tenho em casa uma “nova” objectiva para testar: uma Carl Zeiss 80mm Biometar “Red MC”. Aproveitando a altura e numa atitude descontraída (até porque seguramente esta não seria a melhor objectiva para o efeito…) lá aproveitei para acoplar a Zeiss 80mm (objectiva de médio formato + adaptador Pentacon Six) na Nikon D300.

Pode parecer um pouco louco ir para um evento onde pretendemos captar fotos a algo que se move com velocidade levando uma objectiva de foco e medições de luz manuais… mas, na verdade, com alguma preparação acaba por ser fácil.

Chegado ao local, depois de escolher uma posição com o sol pelas costas, tornou-se obvio que a paisagem envolvente não era de todo a melhor para figurar como fundo… tudo era descampado e agreste. No fundo, pouca diferença me fez por já tinha decidido que iria captar todas as fotos em Panning (Podem ver aqui em pormenor do que se trata e como conseguir - abre em novo Link).

Para isso, tudo o que há a fazer é preparar, dentro dum determinado espaço de passagem dos conjuntos cavalo/cavaleiro, a câmara para uma correcta medição de luz. Por razões de ordem prática utilizei maioritariamente o modo de exposição de prioridade à abertura “A”. Este modo permite que, depois de escolhida uma determinada abertura de diafragma, a velocidade de obturação vá mudando “automaticamente” em função da luz da cena. Preferi também utilizar uma medição Matricial (sendo certo que este tipo de medição de luz não funciona correctamente com este tipo de conjunto) corrigindo-a negativamente entre -1/3 a – 2Ev’s.

Bom, questão da medição de luz resolvida, restava o problema da focagem. Na verdade, não é problema nenhum. Basta efectuar uns disparos para o centro da pista a aberturas grandes (f/2.8, por exemplo) e depois de verificar que o ponto de focagem se encontra na zona onde irão passar os conjuntos, basta fechar o diafragma e “jogar” com a profundidade de campo (não esquecendo também a “margem de manobra” da distância hiperfocal). E já está! Desde que não se altere a nossa distância (paralela) e o local de passagem dos conjuntos que escolhemos para fotografar teremos sempre tudo em foco!

Neste caso concreto, utilizei aberturas de diafragma bastante pequenas (entre os f/11 e f/16) de modo a, associado a valores ISO baixos (entre ISO 100 e ISO 200, no máximo), conseguir velocidades de obturação lentas. Para quê? Para conseguir o efeito de arrastamento do fundo (Panning). Esta técnica fotográfica acaba por ser mais interessante neste tipo de tema por dois motivos: Primeiro, destaca o objecto fotografado do restante cenário. Segundo, consegue transmitir a essência deste tipo de corridas – a velocidade!
(Ao lado: Para comparação e melhor compreensão do acima explicado, fica um exemplo duma foto captada da maneira "tradicional" com uma velocidade de obturação de 1/320 seg.. Com esta velocidade de obturação o conjunto em acção parece estar "congelado" e o desinteressante fundo revela-se)

Quanto à Zeiss 80mm Biometar “Red MC”… Para já estou a gostar…


Carl Zeiss 50mm f/4 Flektogon






Especificações
Distância focal/Abertura:
50mm f/4
Construção (elementos/grupos):
7 / 4
Ângulo de imagem:
78º
Escala distâncias focais:
n/a
Diafragma:
8 lâminas
Escala de aberturas:
f/4 ~ f/22
Medição de exposição:
Por método de abertura
Escala:
Desde 0,5m até ao ∞
Distância mínima de foco:
0.5m
Tamanho do filtro:
86mm
Dimensões (diam./comp.):
87 x 86mm
Peso:
480g
A Carl Zeiss 50mm f/4 Flektogon era uma das objectivas que sempre tive curiosidade em usar/testar.
Tive-a, precisamente com esse propósito, durante semanas em casa sem que o tempo permitisse saídas para a testar convenientemente (actualmente estou exactamente com o mesmo problema com uma outra Zeiss que oportunamente também aqui divulgarei). Mas, mal surgiram uns dias melhores lá se conseguiram fazer umas fotos com vista a perceber as potencialidades desta 50mm.
Devo dizer que depois de o fazer nem tudo correspondeu às minhas expectativas... A versão que me foi cedida, chamada de "Zebra" (fácil de descobrir o porquê de tal nome só de olhar para ela) não tem revestimentos ópticos (Coatings) sofisticados. Apesar disso, as aberrações cromáticas são bem controladas (com uma excepção, que mais á frente mencionarei) e muito menos notórias que noutras objectivas com revestimentos muito mais evoluídos.
Todavia, a opinião que posso "dar" acerca desta Zeiss 50mm f/4 Flektogon é feita sob reserva. Estas objectivas contam já com alguns anos e, por isso, algumas delas acabam por sofrer algumas alterações às suas qualidades originais. O exemplar testado parece-me reflectir precisamente essa situação...
A qualidade óptica (recorte/definição) é boa mas fica prejudicada por alguma falta de contraste. Os piores resultados que obtive com este exemplar foi aquando da utilização da mesma com aberturas de diafragma a f/16 e acima desse valor. O nível de difracção é enorme... Mas, como disse, pode tratar-se duma exclusividade do exemplar testado...
Exceptuando esse "senão" a objectiva é extremamente bem construída, fácil de manusear, designadamente no que concerne à utilização dos anéis de aberturas e de focagem, e conseguem-se resultados bons.
Tal como a Carl Zeiss 65mm Flektogon, esta 50mm é uma objectiva originalmente concebida para o médio-formato que, todavia, mediante adaptadores específicos pode ser utilizada em câmaras digitais SLR.

 Resumidamente:  
+
Robustez
Facilidade de utilização (mesmo com D-SLR a focagem é fácil e precisa)
Recorte/nitidez- bom desde os f/4 até f/8
Separação de planos - Não sendo uma referência é, contudo, boa

-
Bokeh - pouco agradável
Aberrações cromáticas - extrema difracção quando usadas aberturas de diafragma pequenas (acima de f/16)

 Imagens de testes/exemplos: 






 
Qualidade Óptica
★★★☆☆
Qualidade de Construção
★★★★★
Versatilidade
★★★☆☆
Manuseamento
★★★☆☆
Valor
★★★☆☆

Onde comprar:
Sítio do Cano Amarelo