PELIKULA No. 4 | 2015


 

Sem necessidade de grandes apresentações, para ver/ler calmamente durante a semana, partilho hoje com os leitores o último número da "PELIKULA", uma revista em formato Foto-álbum recheada de boas fotografias!

Rallye de Portugal 2015 | Dois (diferentes) modos de abordagem fotográfica


TAMRON SP AF 10-24mm F/3.5-4.5 Di II LD Aspherical [IF] 
@ 24mm; f/10; 1/200 seg.; ISO 100

Ao fim de mais de uma década, este ano o Rally de Portugal voltou ao Norte e teve uma passagem pelo concelho de Valongo.
Com o evento tão perto não podia, obviamente, deixar de dedicar algum tempo para ver os bólides e captar umas fotos.
Bom, Rally "puro e duro" a fazer jus ao nome é na estrada e em terra batida. É nesse ambiente natural que se consegue transmitir, em fotografia, o espírito da modalidade.
Em todo o caso, e este é o ponto base deste artigo, nunca é de desperdiçar a oportunidade de fotografar com uma diferente abordagem o Rally...
As maneiras como podemos fotografar são variadas. Graças a uma maior proximidade com os carros, desde logo, podemos tentar perspectivas impossíveis  (pelo perigo na nossa localização) nas etapas de terra. 
Em todo o caso, para que estas fotos captadas em circuito urbano tenham algum impacto devemos tentar focalizar a atenção em duas coisas: Ou nos carros do Rally ou, noutra perspectiva, englobar esses carros no ambiente urbano e transmitir uma ideia global do cenário. São dois tipos completamente diferentes de abordagem que se conseguem com diferentes técnicas e, eventualmente, diferentes objectivas.

Teoricamente, o melhor tipo de objectiva para fotografar este tipo de eventos será uma teleobjectiva de distância focal média: Uma 70-200mm ou 80-200mm ou ainda as polivalentes zoom do género 16/18-200/300mm.
Com a variação de ângulo e "ampliação" que este tipo de objectivas permitem podemos conseguir planos em que os carros "preencham" a imagem sem corrermos o risco de nos ter de aproximar em demasia. Esta será a "teoria" e tem perfeita aplicação no troços de terra batida, locais onde nos encontrámos mais distantes da acção!

Nas passagens urbanas, por sua vez, sem querer generalizar, as coisas são diferentes e este tipo de objectivas não tem grande utilidade. Os veículos podem ser fotografados de muito perto. Ora, nestas circunstâncias, com uma teleobjectiva nas mãos somente conseguiremos planos parciais dos veículos uma vez que, com estas distâncias focais, a "ampliação" conseguida é demasiada! 
Depois, muitas vezes temos mesmo de optar por fotografar de perto por não poder ser doutra maneira. A título de exemplo, posso referir que a fotografia do topo (Editada mas sem qualquer "crop") foi captada a uns meros 3 ou 4 metros de distância do carro do conjunto piloto/co-piloto Jari Matti Latvala-Mikka Anttila.
Num cenário urbano, é normal não existir espaço físico suficiente para nos afastarmos do local da passagem dos carros ou, mesmo que haja, acabámos por colocar na nossa frente publico, carros estacionados, grades... enfim, uma série de elementos que vão prejudicar a fotografia! 

Sabendo disso, saí de casa com duas objectivas TAMRON que permitem as tais diferentes abordagens como mais à frente demonstrarei:
Uma Grande-angular 10-24mm e uma 90mm.

Sinceramente, senti necessidade no local de algo intermédio entre os 24mm e os 90mm... mas era o que havia...

A 10-24mm, fruto do grande ângulo de imagem, permite capturas que ilustram todo o cenário e envolvência, mas  tem também outra característica necessária para fotografar em cidades: Consegue, mesmo fotografando de muito perto, preencher a fotografia com um só carro.
A fotografia do início deste "post" foi tirada precisamente com uma destas objectivas estando eu a não mais de 3 ou 4 metros de distância do mesmo!
Bom, por sua vez a 90mm permite, sem nos arriscarmos, captar fotos a maior distância.

Passando, então, aos dois diferentes tipos de fotografia...


TAMRON SP 90mm F/2.8 Di VC USD MACRO 1:1
TAMRON SP AF 10-24mm F/3.5-4.5 Di II LD Aspherical [IF]


Olhando para as duas fotografias acima, desde logo, ressaltam duas óbvias diferenças. Assim, foto da esquerda para a direita:
  • Posição da captura (frontal vs lateral)
  • Cenário envolvente (público) vs destaque do carro
Além disso, outra grande diferença: uma das fotos (esquerda) transmite a sensação dum cenário estático ao passo que a outra, em contrapartida, nos transmite a sensação de movimento! 
São, portanto, dois tipos de abordagem diferente ao mesmo tema que obrigam a diferentes técnicas.

Em baixo os Exif's das fotografias que, de seguida, passo a explicar:


EXIF
Foto da Esqª
Foto da Dtª
1. Distância Focal
90mm
24mm
2. Abertura de diafragma
f/2.8
f/10
3. Velocidade de obturação
1/2500 seg.
1/250 seg.
4. Compensação de exposição
-0,3 EV
0
5. ISO
100
100
6. Modo de exposição
A
A
7. Medição de luz
Matricial
Central ponderada


  1. O primeiro item descrito na tabela (Distância focal) não é de todo determinante para conseguir um ou o outro tipo de fotografia. Somente tem a ver com a distância a que nos encontrámos do objecto que fotografámos. Nenhuma das fotos tem qualquer "crop" o que significa que, quanto menor a distância focal utilizada, tendo o objecto fotografado (neste caso - carros) o mesmo tamanho, teremos de nos aproximar mais do mesmo para preencher com a mesma proporção a imagem.

  2. Abertura de diafragma: este sim, é um dos factores que influência os resultados e as diferenças finais. Para se conseguir destacar o veículo utilizando a técnica de Panning torna-se necessário fechar o diafragma de modo a aumentar o tempo de exposição. Acerca destes conceitos, caso queiram, podem ver este artigo acerca da técnica de Panning e este acerca das aberturas de diafragma e a sua influencia com os tempos de obturação.

  3. Relacionado com o antecedente, claro está que este é um dos factores primordiais para a diferença dos resultados. Quanto menor for a velocidade de obturação mais notório será o efeito "Panning" mas, consequentemente, será mais difícil conseguir capturas nítidas. A velocidade a que se move o objecto a fotografar (carro, avião, pessoa,..) também é determinante... o efeito de "Panning" gerado por um carro movendo-se a grande velocidade é mais notório, memo que utilizando uma velocidade de obturação mais elevada, que o efeito produzido pelo mesmo carro se passar a velocidade mais lenta. Portanto a velocidade de obturação deve ser escolhida mediante o efeito pretendido e a velocidade a que se move o tema!

  4. Compensação de exposição: não é determinante. Quando muito faz variar a velocidade de obturação mas em valores não significativos para este tipo de cenário/captura.

  5. Valor ISO: Este sim! Deve ser, caso pretendamos fazer Panning, escolhido um valor baixo. Por norma, o valor de menor sensibilidade que a câmara conseguir. ISO 100 ou, como disse, se possível, menor.

  6. Modo de exposição... importante sim! Não sendo determinante a escolha do modo de exposição para a obtenção dos resultados deve ter-se em atenção os valores de obturação indicados pela leitura da câmara. Explicando: É redundante usar o modo de abertura "A" (prioridade à abertura) ou o modo "S" (prioridade ao obturador)  - "AV" no primeiro caso e "TV" no segundo, caso fotografem com Canon e não Nikon - pois um influência directamente o outro. Portanto, se estivermos a fotografar no modo "A" prioridade à abertura" e quisermos obter "x" velocidade, somente teremos de mudar a abertura até encontrar a velocidade de obturação pretendida ou vice-versa!

  7. Por último, a medição de luz... bom, nada tem a ver nem influência... tal como o nome indica só interfere na forma como a luz é medida pela câmara.
Grande parte dos textos que escrevo surgem de pequenas questões ou dúvidas que me ocorrem que alguns leitores possam, eventualmente, ter. Este é mais um deles e surgiu a propósito da passagem, este ano, do Rally de Porugal pelo Norte em circuito citadino e da maneira como o fotografar...

PELIKULA 2015 | Aí vem mais uma edição!



Pelikula nº 4


Com o 1º número lançado em 2012, a PELIKULA (revista em formato Foto álbum), tem mantido um carácter regular de edições.
Passados 4 anos, este novo número terá a sua apresentação já no próximo sábado, dia 23 de Maio de 2015, pelas 16:30 horas.
Este ano, o local escolhido foi, novamente, a Livraria UNICEPE (Praça Carlos Alberto, nº 128, Porto).
Como sempre a apresentação contará com um folhear explicativo da revista, dos seus autores e das suas fotografias.
Tal como tem acontecido nos anteriores anos, penso que o evento preencherá de forma agradável a tarde de sábado!
Portanto, quem quiser aparecer poderá certamente contar com bom e animado ambiente, convívio entre fotógrafos e discussão de interesses comuns.
E não vale a pena dizer mais... é aparecer!

Blue Box Band "ao vivo" | Mary Spot Vintage Bar




Bom, como muitos sabem, a "minha praia" (termo agora em moda...) é a Fotografia de Natureza e Vida Selvagem. Outra vertente é a Fotografia de Produto em  Estúdio associada aos testes a equipamentos.
Mas, de quando em vez, lá saio da zona de conforto... esta foi uma delas e uma cedência ao amigo Pedro Ferreira (guitarrista do grupo) que me convidou para assistir à atuação ao vivo da "Blue Box Band" na passada sexta feira no Mary Spot Vintage Bar em Matosinhos.
Apesar de ter passado grande parte do tempo a fotografar em vez que assistir, posso assegurar que valeu a pena! ... A musica, porque as fotos sinceramente não me agradaram lá muito... mas cá ficam uns registos.




Desta vez, o "set" que levei foi a Nikon D300 e duas objectivas. Para não dizerem que agora sou 100% "Tamronista", além da Tamron SP 10-24mm seguiu também a Nikkor 24-70mm f/2.8!
O Flash, imprescindível para este tipo de cenário, foi o Nikon SB-900 que foi utilizado na maioria das vezes em modo refletido de modo a evitar a projeção de sombras.








Com a "casa cheia" o espaço de manobra para fotografar não era muito... assim tive de "inventar"! Como o pessoal do estabelecimento era simpático não se opuseram a que fotografasse inclusivamente dentro da zona interior do balcão do bar!  





Tamron Lens - 150-600mm | Sample series # 4


Alvéola-amarela (Motacilla flava)
Nikon D300 + TAMRON SP 150-600mm f/5-6.3 Di VC USD
@ 600mm f/8, 1/400 seg., ISO 400, Modo de Exposição "A", Medição Pontual

Já lá vão uns meses desde que, como embaixador da Tamron em Portugal,  comecei a utilizar objectivas daquela marca para fotografar. 
Uma das objectivas que tenho para uso pessoal e que mais tenho utilizado é a Tamron SP 150-600mm. Ao longo do tempo tem-se revelado uma excelente companheira  para fotografia de Natureza e Vida Selvagem! De tal modo que, cada vez tenho gostado mais desta objectiva e não tenho tido saudades das anteriores teleobjectivas que costumava usar.... 
Neste tipo de fotografia de Aves a distância focal mais solicitada são os 600mm. A f/6.3, para o meu gosto, a imagem é um pouco "soft"... mas fechando um pouco o diafragma o recorte melhora! Entre os f/7.1 e f/8 atinge-se o pico do recorte. Basta subir um pouco o valor ISO para manter as velocidades de obturação aconselhadas e com a ajuda do sistema de estabilização conseguem-se bons resultados!      
Claro que pode parecer tendencioso ou suspeito da minha parte esta afirmação mas facto é que, actualmente, é imbatível a relação preço/qualidade que esta 150-600mm tem. 
Para verem uma das razões porque o digo, cliquem na foto e abram em tamanho real em novo link!
(Fotografia captada sem tripé com sistema VC activo. A imagem tem um ligeiro "crop"!)

As cores da primavera | Serra da Freita


Serra da Freita: Urze e a Carqueja cobrem as montanhas de cor!
Nikon D300 + TAMRON SP 10-24mm f/3.5-4.5 Di II LD Aspherical IF + BW-CPL
@ 10mm f/13, 1/125 seg., ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


A estação da primavera convida à fotografia de natureza e são inúmeros os locais do nosso país onde podemos aproveitar para respirar ar verdadeiramente puro e aliar isso à prática da fotografia!

Tive a sorte de, dias atrás, contar com a companhia dum amigo que, por ser natural da região, conhece bem a Serra da Freita (Arouca) e alguns dos locais que são excelentes Spots. 
Já há bastante tempo que se havia combinado esta "saída fotográfica". Foi preciso esperar alguns meses desde que surgiu a ideia e se falou no assunto pela primeira vez até efectivar a ida. Isto porque, tal como foi dito (e confirmado) a Serra apresenta, nesta altura do ano, uma  completa explosão de cores!!! Os amarelos da carqueja conjugados com os lilases da urze enfeitam os cimos das montanhas com cores fabulosas!

Embora a Serra esteja lá 365 dias para ser fotografada, apenas durante cerca dumas breves duas semanas é que podemos captar com todo o esplendor o manto de cor que cobre os cumes das montanhas!
O timing e a programação tem de ser, por isso, o correcto.







Com as duas últimas semanas de chuva e com perspectivas meteorológicas ainda algo incertas para o dia, lá arriscámos a saída... 

Partida bem cedo após um breve pequeno almoço e com cerca de 1 hora e pouco de viagem.
Chegados, tal como era previsível a serra apresentava-se coberta dum intenso nevoeiro que não permitia ver a mais de 20 ou 30 metros. De certa forma uma desilusão pois, nestas condições, as fotos ficam "deslavadas", sem cor e não conseguem transmitir aquilo que tínhamos ido procurar: Cor!
Além disso, de tão cerrado que era, o nevoeiro, não possibilitada também outro tipo de fotografia que poderíamos aproveitar para fazer... Acompanhado de vento e com um índice muito elevado de húmidade, em poucos segundos as lentes frontais das objectivas ficavam molhadas...pena! 
Deu apenas para uma ou outra fotografia com aspeto mais místico...




Ainda durante a manhã, a primeira paragem para fotografar fez-se numas quedas de água existentes na serra. Devido à sua distante localização do ponto onde nos encontrávamos, a melhor opção foi ir à mala do carro e trazer a TAMRON 150-600mm. Montada no tripé com cabo disparador e com sistema VR desligado foi possível obter estas capturas de pormenor das quedas de água. O local não é o mais "fotogénico" da serra mas, mesmo assim, permite interessantes fotografias (...penso eu).
Uma vez que não dispunha de algum filtro, ND ou Polarizador, que servisse na Tamron 150-600mm (que utiliza filtros de 95mm) tornou-se necessário aumentar o tempo de exposição somente à custa do fecho da abertura de diafragma. Sempre que possível evito a utilização deste método (de utilizar aberturas de diafragma limite) para não me deparar com problemas de difracção.

        
A mesma Cascata - Dois pormenores distintos: O início e o sopé
Nikon D2x + TAMRON SP 150-600mm f/5-6.3 Di VC USD
Foto lado Esqº: @ 300mm f/32, 1/8 seg. (-0.7 Ev), ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial
Foto lado Dtº: @ 280mm f/22, 1/20 seg. (-1 Ev), ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial



E assim ficámos da parte da manhã!
Com promessa de melhoria de tempo (que se veio a confirmar) a parte da tarde era toda para gastar a fotografar. Claro que antes disso, chegada a hora de almoço, era altura de comer e na região há que aproveitar o que o local tem de melhor: a "carninha" das vacas Arouquesas!
E comer bem (sempre que possível) também faz parte das saídas fotográficas! Ademais, da parte da tarde todo o almoço viria a ser desmoído durante as andanças...!
Parte da tarde: Dia encoberto com muito poucas abertas mas, pelo menos, já com alguma luz. Sem luz não há cor... Apesar disso, infelizmente, a persistência duma  nebulosidade baixa nos cimos da serra faziam "mossas" no contraste das fotografias... 



Mais uma perspectiva das montanhas
Nikon D300 + TAMRON SP 90mm f/2.8 Di VC USD MACRO 1:1
 f/13, 1/125 seg., ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial




Um dos sitios emblemáticos da Serra que nos propúnhamos fotografar era a Cascata da Frecha da Mizarela.
Perto do local, numa encosta frontal à cascata, existe um miradouro que possibilita uma visão global sobre a mesma. Digo "sobre" porque o miradouro se encontra a uma altitude superior ao início das quedas de água.

Essa não era, por isso, a perspectiva que eu pretendia para fotografar... Portanto, como habitual, há que meter pés ao caminho em busca do local ideal para captar a grandeza desta Cascata que, com uma altitude superior aos 60 metros, é a maior da Península Ibérica e uma das maiores da Europa.


Cascata da Frecha da Mizarela
Nikon D300 + TAMRON SP 10-24mm f/3.5-4.5 Di II LD Aspherical IF + BW-CPL
@ 24mm f/10, 1/40 seg., ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Carregado com 6 ou 7 Kg de equipamento fotográfico, o estreito e vertical carreiro que desce a escarpa frontal à cascata, não se torna fácil de percorrer...
À medida que vamos descendo vai-se efectuando umas fotografias com diferentes enquadramentos. O objectivo tende sempre a ser o mesmo: descer cada vez mais para conseguir um foto duma perspectiva desde o sopé da cascata! 
Todavia, durante o percurso, o cansaço e a sensação de "missão impossível" vão-se apoderando do nosso espírito...!
Bom, após uns bons minutos a descer, eis que as perspectivas do local começam a agradar-me! Das várias capturas, esta foi aquela que mais gostei. Captada com a Tamron 10-24mm @24mm, fruto da estação do ano, consegui uma foto das Cascatas com uma moldura de vegetação com coloração bem intensa.
E assim se passou o dia!

(Agradecimentos ao amigo Nuno Brandão pela informação, disponibilidade e companhia!)

Fotografia Equina | Algumas dicas...


Nikon D300 + Tamron SP 90mm f/2.8 Macro Di VC USD
f/5, 1/125 seg., ISO 400, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Um dia destes fui "matar" saudades e recordar um dos temas que mais gosto de fotografar: Cavalos!
Por norma, costumo fotografar este tipo de tema ("retratos" de Cavalos) com objectivas com distâncias focais em torno dos 50mm.
Bom, desta vez, decidi fotografar estes animais com a TAMRON SP 90mm USD VC, uma objectiva específica para macrofotografia mas que consegue, também, excelentes resultados com objectos que se encontrem a distancias mais afastadas do plano focal.


Aproveito a ocasião para transmitir algumas dicas sobre o tema (daquilo que sei e como costumo fotografar este tipo de cenário). 
Um dos cuidados especiais a ter em conta quando se fotografam estes belíssimos animais tem a ver com o problema das diferenças de luminosidade entre as zonas de sombra e as altas luzes. Um dos "truques" para resolver este problema e conseguir melhores resultados consiste em fotografar sempre em dias nublados ou em alturas do dia em que as Boxes estejam cobertas por sombra.

Este é, para este tipo de fotografia de retrato de cavalos, o melhor método para conseguir resultados de iluminação o mais homogéneos possíveis. Também evito o uso do Flash. Este acessório somente deve ser utilizado em condições de Boxes muito pouco iluminadas e deverá reduzir-se a potência do clarão de modo a não provocar o mesmo resultado da iluminação solar directa: Reflexos de luz espelhados no pelo do animal.
A pelagem dos equídeos é sedosa pelo que, em situações de exposição directa à luz solar (e iluminação de Flash mal controlada), reflecte essa luz provocando desagradáveis resultados na imagem final.

Outra particularidade, ainda consequência do que acabo de referir, prende-se com as partes da pelagem branca. Quando fotografámos cavalos com diferentes tonalidades de pelagem, por exemplo castanho avermelhado/branco (colorados), existe uma dificuldade acrescida em equilibrar a exposição. As zonas de pelagem branca tendem a ficar "estouradas" e, por isso, sem leitura. Ficam apenas representadas como "manchas brancas" não se distinguindo qualquer textura. Para evitar isso, deve-se, se necessário, efectuar uma leitura pontual nessas zonas e expôr em consonância. Outra opção (a que por norma utilizo), consiste na medição de todo o cenário (Matricial) e após uma captura de teste visualizar o Histograma e os "highlights" com atenção. Depois, caso seja necessário, compensar a exposição negativamente (-0,3 Ev, -0,7 Ev, ...) Neste tipo de situação, é sempre preferível sub-expôr as fotografias que o contrário!
Também em fase posterior, na edição de imagens, podemos aproveitar e corrigir (até certo ponto) este problema. Contudo, nada como uma captura inicial o mais correcta possível pois esta correcção tem limites e no caso de brancos "estourados" nada há a fazer. Brancos "estourados" significam falta de informação no ficheiro. Portanto, não existe programa de edição milagroso que consiga repor a informação em falta. Pelo contrário, é sempre mais fácil recuperar algumas sombras desde que não representem o preto puro.
No caso das fotografias em apreço, ademais, não existe qualquer inconveniente em que o interior das Boxes fiquem representadas parcialmente como "preto puro" pois é essa mesma a intenção com a finalidade de destacar o animal!

Nikon D300 + Tamron SP 90mm f/2.8 Macro Di VC USD
f/8, 1/60 seg., ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial

Dependendo da distância física a que nos encontrámos em relação ao sujeito a da distância focal da objectiva que estejamos a utilizar, deverão ser escolhidas aberturas de diafragma suficientemente grandes de modo a conseguir desfocar o fundo mas não de forma exagerada. Se utilizarmos, por exemplo, aberturas de diafragma de f/2.8 e estivermos perto da animal, provavelmente o que irá acontecer é que  bem sequer toda a cabeça do cavalo ficará nítida. Hã! Já agora, outro ponto importante: a focagem deve ser sempre efectuada nos olhos! Caso estes não estejam alinhados no mesmo plano focal, no mais próximo. Digo isto porque vamos precisar de aproveitar a distância hiperfocal para que o que antecede esse primeiro olho fique também devidamente nítido, designadamente a parte da boca e das narinas. 

Resumidamente: Com objectivas de distância focal "normal" por volta dos 50mm até aos 90mm (utilizadas em câmaras DX), aberturas entre os f/4 e os f/8 serão as mais ajustadas. Claro que isto não são valores fixos e as aberturas de diafragma deverão, como acima disse, ser conciliadas com a distância física ao sujeito. 


Falada que está a questão da iluminação/exposição, resta apenas tentar efectuar um bom enquadramento (aproximando-nos/afastando-nos ou caso estejamos a fotografar com uma objectiva zoom, escolhendo a distância focal adequada), ser paciente e despertar alguma atenção ao animal de modo a este ficar representado de forma expressiva. Também existem alturas do dia melhores e piores para fotografar... por exemplo, após serem alimentados os equídeos tendem a ficar "meio adormecidos"...

Ainda outro aspeto a ter em atenção: Já que estamos com tempo para fotografar (afinal o animal está preso na Boxe e não sairá dali), tal como numa fotografia de retrato humano efectuada em Estúdio, deveremos ter alguns cuidados estéticos. Esses cuidados passam pela verificação do estado geral da limpeza e pelagem do animal. Remelas, restos de palha... ou outros elementos devem ser limpos antes de iniciarmos as capturas de fotos.   

Além destes cuidados básicos, caso seja necessário e o proprietário do cavalo dê a sua anuência, uma prévia tosquia (por vezes apenas aparar o bigode) vem a calhar!