(@ 80m; ISO 100; f/16; 1/40 Seg.)
Esta semana, aproveitando o facto de aqui publicar algumas fotografias recentes, vamos abordar uma técnica fotográfica adequada a objectos em movimento. É a chamada técnica de “panning”. Consiste em fotografar objectos (em movimento), desfocando propositadamente o fundo, criando um tipo “esborratado”, mas mantendo nítido o objecto que se move. É uma técnica que exige alguma paciência e é tanto mais fácil de usar quanto mais rápido a focar for o conjunto câmara/objectiva. Para obter este tipo de efeito devemos usar velocidades de obturação baixas, geralmente entre 1/60 – 1/30seg., podendo inclusive esses valores serem um pouco mais amplos e conseguindo-se idênticos resultados com valores entre os 1/125seg. e os 1/15seg. consoante a velocidade do que pretendemos fotografar seja bastante rápida, ou pelo contrário, bastante lenta. O efeito do desfoque será tanto maior quanto menor for a velocidade de obturação. A dificuldade desta técnica consiste na capacidade de, a velocidades de obturação tão baixas, conseguir manter mais ou menos definido o objecto fotografado.
A técnica consiste em seguir o objecto que queremos fotografar acompanhando a sua velocidade até premir o botão do obturador. Isto permitirá obter uma fotografia em que o sujeito da fotografia estará, mais ou menos, definido enquanto que o fundo dará a impressão de estar “tremido”. Este tipo de fotografia resulta bem em fotografias de desportos motorizados, pessoas a correr, animais em movimento…
Explicando… começamos por acompanhar o objecto em movimento (pessoa, veículo, etc.) seguindo-o à sua velocidade a uma certa distância tentando sempre mantê-lo em foco e quando o tivermos devidamente enquadrado captamos a cena. Convém não esquecer, mesmo durante o momento em que carregamos no botão obturador, de continuar o movimento de acompanhamento do mesmo pois caso não o façamos, dadas as baixas velocidades de obturação usadas, o motivo principal não vai ficar devidamente nítido!
Regular a câmara para o modo de captação de exposições rápidas contínuas (caso a câmara o tenha) é uma boa ideia pois enquanto seguimos o objecto em movimento fazemos várias exposições tornando-se mais fácil escolher aquela que nos parecer melhor em termos de nitidez e enquadramento. Paralelamente, seleccionar o modo de focagem contínuo pode ajudar mas este aspecto é uma questão de gosto e de adaptação pois também se podem obter iguais resultados com o modo de focagem "single".
Nikon D200 + Nikkor 28-70mm f/2.8 ED-IF AF-S
(@ 70mm; ISO 100; f/10; 1/45 Seg.)
As fotografias dos exemplos, que foram captadas sem tripé, transmitem a sensação de movimento precisamente pelo efeito de “tremido/arrastado” do fundo. Contrariamente a esta técnica, podemos também fotografar objectos em movimento usando velocidades de obturação rápidas de maneira a que a fotografia não fique “tremida”. Todavia, esta última técnica, “congela” toda a cena, tornando-se os resultados menos apelativos porquanto não conseguem transmitir aquilo que estamos precisamente a fotografar, ou seja, o movimento!
Nikon D200 + Nikkor 14-24mm f/2.8 G ED-IF AF-S
(@ 24mm; ISO 100; f/20; 1/15 Seg.)
(@ 24mm; ISO 100; f/20; 1/15 Seg.)
A técnica consiste em seguir o objecto que queremos fotografar acompanhando a sua velocidade até premir o botão do obturador. Isto permitirá obter uma fotografia em que o sujeito da fotografia estará, mais ou menos, definido enquanto que o fundo dará a impressão de estar “tremido”. Este tipo de fotografia resulta bem em fotografias de desportos motorizados, pessoas a correr, animais em movimento…
Nikon D200 + Nikkor 28-70mm f/2.8 ED-IF AF-S
(@ 70mm; ISO 100; f/10; 1/125 Seg.)
(@ 70mm; ISO 100; f/10; 1/125 Seg.)
Explicando… começamos por acompanhar o objecto em movimento (pessoa, veículo, etc.) seguindo-o à sua velocidade a uma certa distância tentando sempre mantê-lo em foco e quando o tivermos devidamente enquadrado captamos a cena. Convém não esquecer, mesmo durante o momento em que carregamos no botão obturador, de continuar o movimento de acompanhamento do mesmo pois caso não o façamos, dadas as baixas velocidades de obturação usadas, o motivo principal não vai ficar devidamente nítido!
Regular a câmara para o modo de captação de exposições rápidas contínuas (caso a câmara o tenha) é uma boa ideia pois enquanto seguimos o objecto em movimento fazemos várias exposições tornando-se mais fácil escolher aquela que nos parecer melhor em termos de nitidez e enquadramento. Paralelamente, seleccionar o modo de focagem contínuo pode ajudar mas este aspecto é uma questão de gosto e de adaptação pois também se podem obter iguais resultados com o modo de focagem "single".
Pessoalmente, para este tipo de fotografia, regulo geralmente a câmara (Nikon D200) da seguinte forma:
- Focagem: "Single Point" - prefiro usar a focagem num único ponto AF (a focagem dinâmica por vezes foca em sítio diverso do que pretendemos);
- Modo de focagem: Contínuo - selector em "C"; e
- Modo de Exposição: Exposições contínuas - "CH" (5 fotografias p/seg.)
Já quanto às velocidades de obturação, como já foi referido, variam em função da velocidade do objecto a fotografar bem assim como do "efeito" que pretendemos criar. Como se verifica nos exemplos pode existir uma grande amplitude nas velocidades que podem ser usadas.
Este tipo de “seguimento” do objecto é facilitado se o mesmo se mover paralelamente ao sítio onde nos encontramos bem como se usarmos um tripé que permita facilmente o uso dessa função (tripés com cabeça de rótula por exemplo).
Este tipo de “seguimento” do objecto é facilitado se o mesmo se mover paralelamente ao sítio onde nos encontramos bem como se usarmos um tripé que permita facilmente o uso dessa função (tripés com cabeça de rótula por exemplo).
Nikon D200 + Nikkor 28-70mm f/2.8 ED-IF AF-S
(@ 70mm; ISO 100; f/10; 1/45 Seg.)
As fotografias dos exemplos, que foram captadas sem tripé, transmitem a sensação de movimento precisamente pelo efeito de “tremido/arrastado” do fundo. Contrariamente a esta técnica, podemos também fotografar objectos em movimento usando velocidades de obturação rápidas de maneira a que a fotografia não fique “tremida”. Todavia, esta última técnica, “congela” toda a cena, tornando-se os resultados menos apelativos porquanto não conseguem transmitir aquilo que estamos precisamente a fotografar, ou seja, o movimento!
9 comentários:
Devido estar me ingressando a pouco tempo ao mundo da fotografia gostaria de obter algumas dicar e divulgação.
Atenciosamente,
Studio Flávio Beda
Caro Flávio,
acrescentei o meu contacto na barra lateral deste blogue. Caso necessite...
Jose Loureiro,
Agradeço imensamente por compartilhar com todos sua experiência, transmitindo conhecimentos de forma clara e muito fácil de assimilação, o que torna sua pagina para nós amadores a Favorita das Favoritas.
Quanto a tecnica do movimento, tenho uma duvida com relação ao modo utilizado na D300 - M, P, S ou A, poderia explicar por favor.
Alvaro Luiz - Dourados MS / Brasil
alvaroluizpolonio@yahoo.com.br
Álvaro,
Em termos teóricos, os modos mais indicados seriam o de Prioridade à velocidade “S” ou, eventualmente o Manual “M” pois permitem escolher, em concreto, a velocidade pretendida.
Contudo, na D300, como em qualquer outra câmara, o princípio básico da técnica de panning consiste em utilizar baixas velocidades de obturação. Por isso, não é relevante o modo de exposição que utilize desde que, para a situação concreta consiga esses valores baixos de obturação. Inclusive, no modo Programa “P” pode usar essa técnica… basta usar a opção de “programa flexível” e ajustar com o selector a velocidade de obturação que pretende deixando a abertura por conta da câmara…
Por outro lado, caso pretenda usar o modo de Prioridade à abertura “A” só terá de escolher uma abertura pequena (nº f/stop grande) até coincidir com a velocidade que quer.
Atenção que todos estes ajustes estão interligados e existe ainda um outro que os afectará: O valor de ISO! Logo, esse é o primeiro que teremos de regular. Para Panning usam-se valores ISO baixos (ISO 100). Isso, leva a um outro considerando… Atenção aos utilizadores de “AUTO-ISO”: Enquanto não for desactivada esta função a câmara tenderá a compensar os baixos valores de obturação (mantida que seja uma abertura pequena nos modos “P” e “A”) com o aumento do valor ISO e recíproco aumento do valor de obturação.
Espero não ter complicado mais…
Cumprimentos
Jose Loureiro,
Muito obrigado, irei tentar aplicar, e quando tiver algumas boas fotos te enviarei para ver se aprova o aluno, Obrigado Mesmo,
Alvaro Luiz
Já algum tempo comecei o gosto pela fotografia mas este blogue é muito útil pois já tinha tentado tirar fotos com o fundo desfocado e raramente conseguia agora com a técnica de panning vai ser muito mais facil de fotografar a minha filhota a saltar a cavalo como no 1º exemplo.
Um grande obrigado.
No campeonato internacional de carrinhos de rolamentos, deu-me um prazer enorme fotografar desta forma.
Olá J. Loureiro, tudo bem?
Aproveitando a dica acima, gostaria que você falasse um pouco sobre os modos de focagem notadamente os de ponto único, área dinâmica, área auto e controlo 3D ( 11 pontos ) ( estou me referindo a Nikon D5000).
Logicamente que eu sei que é possivel determinar o ponto de focagem em todos os modos, exceto o " auto área ", certo? Assim sendo, neste último modo seria o mais indicado para fotografar um grupo de pessoas, por exemplo? Porque, se noutros modos o ponto de focagem estiver no centro desse grupo de pessoas, aquelas que estiverem mais afastadas não ficarão um pouco desfocadas? E, no caso de termos dois objetos ( ou sujeitos ) afastados entre si, como focá-los nitidamente?
Enfim, poderia dar uma definição menos complicada do que aquelas contidas no manual?
Desculpe se estou lhe enfadando com essas perguntas.
Um abraço,
Cesar.
Em relação à escolha do modo de focagem, cada caso é um caso e, além disso, nem todas as pessoas (na presença do mesmo motivo/cenário) utilizam o mesmo modo de focagem. Pessoalmente acho que cada um deve escolher o modo de focagem tendo em conta o motivo e a maneira como se adaptem melhor ou consigam melhores resultados.
Por exemplo, na fotografia de aviação, embora com a utilização da focagem dinâmica consiga fotos devidamente focadas nem sempre se consegue o enquadramento que pretendemos… Ou seja, que a maior parte do avião fique maioritariamente registado no lado donde surge deixando algum espaço livre à sua frente… a tendência é ficar mais centrado com o fotograma…
Já em relação ao focar duas pessoas, há que distinguir duas situações:
1. Estão distantes entre si mas dentro do mesmo plano (em termos de distância à câmara)?
2. Estão afastados entre si e em planos diferentes?
No primeiro caso, a única coisa a fazer é focar uma delas e a outra ficará de igual modo devidamente focada independentemente de não ter utilizado qualquer focagem na mesma.
Se a situação se enquadra no segundo caso, então não será a questão da simples focagem que resolverá por si só o problema mas sim a questão da profundidade de campo.
Se efectuar a focagem na primeira pessoa (mais próxima da câmara) para que uma segunda pessoa (mais distante da câmara) fique também focada terá de adaptar a abertura do diafragma da objectiva de modo a conseguir aumentar a profundidade de campo. Utilizando valores f/stop maiores (f/16; f/22) terá maiores garantias de conseguir incluir maior porção de planos focados do que, por exemplo, utilizando aberturas de f/3.5.
Se quiser explorar mais estes conceitos pode ver aqui »» (abre em novo link)
Enviar um comentário