Testes à qualidade óptica das objectivas…
Este é um tema sobre o qual tenho uma opinião muito pessoal. Isto é, sou apologista do velho ditado que diz “ver para querer”. Neste caso, leia-se, testarmos nós próprios!
De facto, sou sempre um pouco céptico quando leio uma opinião acerca dalguma objectiva. Também, por isso, não é muito usual publicar a forma, os testes que faço, e como chego aos resultados finais que me permitem dizer, por exemplo que a objectiva “A” tem mais recorte que a objectiva “B” ou ainda que a objectiva “C” tem mais recorte com a abertura de f/8 do que a f/5.6….
Bom, o motivo é, de certa maneira, óbvio. Ou acreditamos na seriedade do que estamos a “ler” ou, se acreditarmos unicamente naquilo que os nossos olhos estão a ver, designadamente através das imagens que vemos via Internet nos nossos computadores, corremos o risco de estar a ser enganados! Não estou a querer dizer com isto que seja usual haver testes que propositadamente se destinem a enganar o leitor mas somente serve para justificar o porquê de, pessoalmente, os não publicar. Vou dar um exemplo: se pretender, por qualquer razão, provar que a objectiva “A” tem melhor qualidade que a “B”, e se na realidade isso não corresponder à verdade, não bastaria trocar as imagens de teste ou manipular as imagens de maneira a obter os resultados que queremos…? Já não falo sequer no caso da subjectividade inerente de, dentro duma determinada marca e mesmo modelo de objectiva, a qualidade poder variar de caso para caso.
Por isso é que as opiniões, nomeadamente pelo cunho pessoal que as caracteriza, devem ser sempre tidas com alguma reserva.
Por isso é que as opiniões, nomeadamente pelo cunho pessoal que as caracteriza, devem ser sempre tidas com alguma reserva.
Por outro lado, quando chegamos ao ponto de ter várias pessoas que lêem os nossos artigos e acham as nossas opiniões válidas acho que devemos “mostrar” um pouco como é que fazemos para chegar a tais opiniões/conclusões.
Um dos métodos de apurar a qualidade óptica das objectivas, no que concerne a definição/recorte; coloração; aberrações… é através dos testes gráficos/objectos.
Pois bem! Hoje publico um teste que efectuei com 3 objectivas Nikkor. Duas delas, foram as manuais Nikkor 50mm f/1.4 AI e a versão “económica” da versão f/1.8 Ai-s, ou seja, a Nikkor 50mm f/1.8 Series E. A terceira, e era quanto a esta que queria obter respostas, é um modelo actualmente em venda – a premiada objectiva zoom de carácter “profissional” da Nikon: a Nikkor 24-70mm f/2.8 G IF-ED AF-S.
Claro que estes testes (gráficos), por si só, não bastam para formar uma opinião. Tão importantes como aquilo que conseguimos apurar com eles são, também, os testes no terreno. A cor; os reflexos (flare); as aberrações cromáticas; a agradabilidade da imagem “fora de foco” (bokeh), entre outros importantes aspectos como a robustez, a facilidade de uso, etc. são aspectos que se revelam durante a utilização no terreno!
Adiante… penso que os resultados que obtive e que são demonstrados nas imagens seguintes são esclarecedores!
Uma das grandes dúvidas que tinha dissipou-se! Afinal a Nikkor 24-70mm conseguiu superar os resultados da “velhinha” Nikkor 50mm f/1.4 AI que sempre usei como elemento comparativo e de referência quanto à resolução da imagem!
À partida, esse comparativo, tinha razão de ser e a supremacia óbvia da zoom 24-70mm (uma objectiva que recorre às últimas inovações e tem mais de 20 anos de avanço tecnológico sobre a construção da Nikkor 50mm 1.4 AI) não ia ser "favas contadas", pois a sua antecessora, a Nikkor 28-70mm f/2.8, de que eu gostava bastante, não o conseguiu por inteiro!
Depois, continuando ainda em termos de comparação, pois é sempre desta maneira que vou formando e emitindo opiniões, a económica Nikkor 50mm 1.8 series E revela-se uma discreta objectiva com uma boa relação preço/qualidade. De facto tal como há tempos já tinha referido, é melhor na sua abertura máxima (f/1.8) do que a mais cara Nikkor 50mm 1.4 AI também na sua abertura máxima (f/1.4). Aliás, é bem visível e fica demonstrado o que em tempos referi em relação à enorme aberração cromática e falta de qualidade óptica da 50mm f/1.4 AI quando utilizada em f/1.4! Outro aspecto curioso que é facilmente visível é a coloração diferente (mais neutra pese embora a tendência para um certo aquecimento da cor) da 50mm 1.8 series E em relação às outras duas que transmitem cores mais profundas e intensas.
Já agora, resta dizer que estes testes são efectuados sempre em tripé (actualmente um Manfrotto 055XPOB + 468MGRC2) utilizando um cabo disparador, espelho levantado (esperando cerca de 8/10 seg, depois de levantado até fazer a captura) …
Os testes foram efectuados a partir de fotografias de formato NEF (RAW) a ISO 100 com uma Nikon D200 e posteriormente convertidas para 8 bits – JPEG em Photoshop CS4 sem mais quaisquer pós-produção. Pese embora não ser esta a sensibilidade (ISO 100) em que a Nikon D200 atinge a sua maior gama dinâmica, para os testes de recorte/definição este facto não é, na minha opinião, relevante.
Importante sim, é avaliar acerca da diferença de resolução existente, em cada uma das objectivas, do seu centro (onde todas as objectivas obtêm melhores resultados) em relação aos cantos.
Os gráficos e objectos que fazem parte deste teste são os constantes da imagem (maqueta com 75x53cm) que é focada de maneira a preencher o visor/sensor. Isto serve para que tirem conclusões acerca da dimensão dos “crop’s” (cortes) a 100% que são feitos à imagem (pequenos quadrados de cerca de 270 x 270px numa imagem original, neste caso, de 3872 x 2592px)!
Mas chega de texto! Vamos às imagens que penso serem elucidativas e permitirão que cada um, de maneira simples e intuitiva, faça a correcta leitura!
1 comentários:
Caro José,
Deixo aqui os meus votos de um excelente Natal e que 2010 lhe traga imensas coisas boas...
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