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Nikon D300 + Nikkor 80-400mm VR
(@ 400mm; ISO 400; f/5.6; 1/500 Seg.; Medição matricial; Distância 2,7m)
Por vezes a pretensão de fotografar algo em concreto leva-nos a histórias engraçadas...
Como sei e como de resto costumo dizer, o conhecimento prévio daquilo que vamos fotografar, nomeadamente tratando-se de vida animal, é de extrema importância. Alguns conhecimentos mínimos no que toca ao habitat de determinada espécie; os seus hábitos; a sua alimentação; etc., são deveras aconselháveis e podem traduzir-se, na prática, numa poupança de tempo e Km...
Pois bem, foi precisamente o fruto dum desses "desconhecimentos" que me fez certo dia percorrer mais de 300Km em busca dos insectos que estão hoje aqui em causa: As Libelinhas.
Nikon D300 + Nikkor 60mm Micro
(ISO 200; f/3.2; 1/200 Seg.; Medição matricial; Distância 0,4m)

Recuando um pouco no tempo... Malas feitas (entenda-se todo o equipamento carregado no Jeep), certo dia lá parti, bem cedo, com um amigo até à foz do Rio Arda
(foto ao lado) onde supostamente existia uma enorme quantidade de Tabuas (aquelas plantas aquáticas com espigas de cor acastanhada no topo), planta essa, que é um óptimo poiso para a espécie de insecto que queríamos fotografar. Todavia, chegados ao dito local, uma vez que a altura do ano não era a própria, nem sequer uma única vimos.... ! Afinal ainda só estávamos em meados de Março…
(Na foto, pode observar-se o estado em que encontrei as Tabuas… Ainda sem aspecto verdejante e sem qualquer espiga.)Bom, para compensar, há relativamente pouco tempo, a meio duma solarenga tarde dum fim-de-semana em que estava em casa sem qualquer ocupação, recebi um telefonema a "desafiar-me" para uma saída de campo... A viagem era de apenas alguns Km até um local bem próximo que o companheiro desta saída havia descoberto.
Nikon D300 + Nikkor 80-400mm VR
(@ 400mm; ISO 800; f/5.6; 1/640 Seg.; Medição matricial; Distância 2,7m)
Estacionado o carro, descemos um pouco monte abaixo até encontrar-mos a margem do rio e eis que encontramos um aprazível local onde não faltavam, quer em voo, quer em variados poisos na vegetação existente as pequenas criaturas que me haviam feito, em tempos, ir tão longe…
Mesmo assim ainda atravessamos o pequeno leito do rio carregados de equipamento, via salto de pedra em pedra através dum açude, para a outra margem pois as condições para fotografar eram melhores. Depois foi só aproveitar o tempo, ter alguma paciência até que as libelinhas pousassem em sítios mais ou menos alcançáveis e captar fotos.
Fotografar estes insectos, em dias de forte luminosidade, quando expostos directamente ao sol, não serão certamente as melhores condições de luz que podemos desejar... Devido às suas particulares cores reflectem um brilho intenso! Além disso, como facilmente se verifica nos dados ("Exif") das fotos, a regulação correcta da exposição exige, de caso para caso, ajustamentos via compensação dos valores de exposição "lidos" pelo exposímetro da câmara e, bem assim, na própria forma como efectuamos a medição de luz. A medição matricial de luz efectuada pela câmara, fiável para uma grande variedade de situações é, por vezes, uma desgraça neste tipo de fotografia! O que se pretende correctamente exposto é o insecto e não o todo. Daí que, em casos extremos (como no da foto abaixo), devido às grandes diferenças de Ev’s entre o assunto principal e a folha, mesmo usando a medição mais adequada à situação (medição Spot - à Libelinha) e com uma compensação de – 0,7 Ev, ficaremos com parte da foto sobreexposta ou “queimada”. Neste caso, a folha!
O ideal, para resolver este tipo de problema será usar "flash de enchimento". Todavia, embora tenha também captado algumas fotos recorrendo ao flash (integrado na câmara) não gostei dos resultados...
Nikon D300 + Nikkor 60mm Micro
(ISO 200; f/5.6; 1/250 Seg.; -0,7 Ev; Medição Spot; Distância 0,35m)
O tempo que dispúnhamos ainda deu para testar qual seria a melhor maneira de fotografar estes insectos:
De longe, @ 400mm usando tripé, com mais tempo para preparar a fotografia sem os perturbar ou de perto com a macro?
Ficou claro que, pese embora uma grande aproximação torne mais difícil a captura de fotos pois os insectos ao sentirem-se incomodados levantam voo, esse será, contudo, o melhor método para obteremos fotos com recorte, contraste e cores intensas!
(Como desvantagem, posso referir que para captar algumas das fotos tive que entrar rio adentro e molhar os calções... Ainda regressei a casa com eles molhados! Mas isso é outra história...!)
Em todo o caso, tendo em consideração os valores ISO usados e sem esquecer que este tipo de objectivas foi, predominantemente, pensado para outro tipo de utilização, as fotos captadas com a Nikkor 80-400mm VR, @ 400mm, não deixam nada a desejar em termos de recorte e servem para demonstrar a boa qualidade óptica também daquela objectiva!
Antes de regressarmos ocorreu-me que ainda não tinha usado uma das objectivas que tinha levado...
Para que serviu afinal ir “carregado” com a Nikkor 24-70mm?
Há sempre mais uma fotografia que se pode tirar. Neste caso aproveitei os últimos minutos para, com um
filtro polarizador, captar a foto abaixo que ilustra o local e o açude que atravessamos.
Nikon D300 + Nikkor 24-70mm
(@ 70mm; ISO 100; f/22; 0,6 Seg.; Medição matricial)