Nikon D200 + Nikkor 300mm f/2.8 AI-S + TC 300 + TC 200
(@ 1.200mm; f/45; 1/15 seg; ISO 250)
Ps: Acompanhada de um abraço, esta é dedicada ao amigo Carlos Silva, também amante da fotografia e com um gosto especial pelas da Lua!
(@ 1.200mm; f/45; 1/15 seg; ISO 250)
Esta fotografia da Lua foi captada no dia 8 de Março de 2009 (21:58:40 horas) à distância focal de 1200mm em formato DX, ou seja, uns reais 1.800mm no tradicional formato 35mm.
Como quase sempre, na fotografia, o conhecimento prévio do assunto que vamos abordar assume extrema importância e fotografar a Lua não é excepção.
Para este tipo de fotografia necessitamos saber, de preferência, os dias do ano em que a mesma descreve uma orbita o mais próxima possível da Terra. Como é sabido a distância da Lua à Terra varia ao longo do ano (sensivelmente, mais milhar de km menos milhar, entre os 360 Mil km e os 405 Mil km) sendo chamada a fase em que se encontra mais distante de Apogeu e a que se encontra a uma distância mais próxima da Terra de Perigeu. Pois bem é precisamente nesta altura que devemos aproveitar para fotografar a Lua. Vistas bem as coisas, nesta altura, existe uma redução de cerca de 50.000 km entre a distância a que nos encontramos e o objecto da nossa fotografia!
Também é durante esta fase que a Lua, e referindo números, tem visualmente cerca de 14% mais de tamanho e 30% de brilho.
Se pensarmos em fotografar a Lua a 600mm, ou menos, de distância focal isto assume grande importância pois é a maneira de “preencher” um pouco mais a fotografia.
A foto do exemplo não aproveitou esta melhor fase, que ocorreu, no pretérito dia 9 de Janeiro, mas mesmo assim, dado que se usou uma distância focal real (35mm) de 1.800mm, o tamanho conseguido preenche suficientemente a fotografia. Note-se que a mesma não foi objecto de qualquer “crop” sendo exactamente este o tamanho com que foi captada pelo sensor.
Claro que fotografar a Lua, ou qualquer outra coisa, a 1.200mm tem as suas vantagens mas também exige alguns cuidados.
Além de devermos “aproveitar” o período acima referido há ainda que ter em conta um outro aspecto importante – a qualidade do ar! Fotografar a Lua em dia ou local com muitas poeiras ou com alguma neblina certamente não vai fazer ressaltar os pormenores da mesma.
De seguida descrevo, sumariamente, como costumo fotografar a Lua:
Começo pela colocação, de maneira estável, do conjunto objectiva/câmara no tripé.
No caso concreto desta fotografia foi usado um Tripé Manfrotto 055XPROB com uma cabeça de rótula 468MGRC2, uma câmara Nikon D200 e uma objectiva Nikon Nikkor 300mm f/2.8 ED-IF AI-S com dois teleconversores com o factor de multiplicação de 2x cada um acoplados à objectiva, a saber, um TC 300 e um TC 200 (transformando, por isso, a objectiva usada numa 1.200mm f/11).
Seguidamente, e no sentido de evitar ruído (não na zona de céu negro, pois com essa não precisamos de nos preocupar, mas sim na Lua), escolho um ISO entre os 100 e os 400.
Quanto à exposição, como já sei de antemão que a medição de luz que a máquina vai fazer, independentemente do tipo de medição que escolher (Matricial, Central, ou Pontual), vai ser errada, ou seja, vai tender a sobre-expor a fotografia, começo logo por reduzir a exposição em intervalos de 1/3, a começar nos -0,3 EV que por vezes chegam a ser de -2 EV’s (dependendo da medição que estou a usar). Todavia, quanto a este aspecto, nada melhor que ir olhando para as fotos que se vão captando e respectivos histogramas e ir fazendo as necessárias compensações. É sempre preferível um pouco de subexposição neste caso do que de o contrário! A Lua emite um brilho intenso e caso as fotografias fiquem sobreexpostas dificilmente se conseguem recuperar os brancos “estourados”.
Focar a Lua, com o conjunto que usei neste caso, não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, porque o brilho que a Lua emite associado à sua forma redonda sem grandes pontos definidos que sirvam de referência não nos deixam ver convenientemente o que queremos focar. Por isso, a focagem deve ser feita concentrando-nos por exemplo num dos rebordos duma cratera. Segundo, porque o mais pequeno toque e tudo fica “tremido” e desfocado! Esta fase exige paciência (e alguns segundos em que se para de respirar para conseguir focar devidamente) e tem que ser efectuada por diversas vezes. Pois é, é que a lua não é estática e, ao contrário do que parece, rapidamente se move e sai do enquadramento (coisa que nunca nos apercebemos facilmente a olho nú!). Aliás, poder visualizar este facto é, por si só, uma experiência engraçada – ver nitidamente a Lua a mover-se!
Adiante… após focar… captar a cena. Como? Fazendo uso de cabo disparador e, claro, com a opção de espelho levantado seleccionada na máquina. A fim de evitar ao máximo vibrações indesejadas costumo dar um intervalo de tempo de cerca de 8/10 seg. depois de levantado o espelho até disparar e captar a fotografia.
Ah..! Esqueci-me de referir que é absolutamente obrigatório, para quem tenha algum filtro montado na frente da objectiva (seja ele qual for – skylight, UV…) retirá-lo antes de focar e “apertar o botão”. Caso contrário, vão ficar admirados pelo motivo de, quase na certa, verem duas Luas, ou pelo menos um reflexo, na fotografia!
Posteriormente, em Photoshop, ajustamos um pouco os níveis, diminuímos um pouco a intensidade do brilho, redimensionamos a imagem, um pouco de unsharping e… aí está! Fácil, não?!
Em baixo fica o EXIF desta fotografia:
Tempo de exposição: 1/15 seg.
Abertura: f/45
Compensação de Exposição: -1.33 EV
ISO: 250
Modo de medição: Matricial
Equilíbrio de brancos: Auto
Distância focal: 1.200mm
Distância focal em 35mm: 1.800mm
Outra fotografia de exemplo: Lua (quarto-crescente)
Como quase sempre, na fotografia, o conhecimento prévio do assunto que vamos abordar assume extrema importância e fotografar a Lua não é excepção.
Para este tipo de fotografia necessitamos saber, de preferência, os dias do ano em que a mesma descreve uma orbita o mais próxima possível da Terra. Como é sabido a distância da Lua à Terra varia ao longo do ano (sensivelmente, mais milhar de km menos milhar, entre os 360 Mil km e os 405 Mil km) sendo chamada a fase em que se encontra mais distante de Apogeu e a que se encontra a uma distância mais próxima da Terra de Perigeu. Pois bem é precisamente nesta altura que devemos aproveitar para fotografar a Lua. Vistas bem as coisas, nesta altura, existe uma redução de cerca de 50.000 km entre a distância a que nos encontramos e o objecto da nossa fotografia!
Também é durante esta fase que a Lua, e referindo números, tem visualmente cerca de 14% mais de tamanho e 30% de brilho.
Se pensarmos em fotografar a Lua a 600mm, ou menos, de distância focal isto assume grande importância pois é a maneira de “preencher” um pouco mais a fotografia.
A foto do exemplo não aproveitou esta melhor fase, que ocorreu, no pretérito dia 9 de Janeiro, mas mesmo assim, dado que se usou uma distância focal real (35mm) de 1.800mm, o tamanho conseguido preenche suficientemente a fotografia. Note-se que a mesma não foi objecto de qualquer “crop” sendo exactamente este o tamanho com que foi captada pelo sensor.
Claro que fotografar a Lua, ou qualquer outra coisa, a 1.200mm tem as suas vantagens mas também exige alguns cuidados.
Além de devermos “aproveitar” o período acima referido há ainda que ter em conta um outro aspecto importante – a qualidade do ar! Fotografar a Lua em dia ou local com muitas poeiras ou com alguma neblina certamente não vai fazer ressaltar os pormenores da mesma.
De seguida descrevo, sumariamente, como costumo fotografar a Lua:
Começo pela colocação, de maneira estável, do conjunto objectiva/câmara no tripé.
No caso concreto desta fotografia foi usado um Tripé Manfrotto 055XPROB com uma cabeça de rótula 468MGRC2, uma câmara Nikon D200 e uma objectiva Nikon Nikkor 300mm f/2.8 ED-IF AI-S com dois teleconversores com o factor de multiplicação de 2x cada um acoplados à objectiva, a saber, um TC 300 e um TC 200 (transformando, por isso, a objectiva usada numa 1.200mm f/11).
Seguidamente, e no sentido de evitar ruído (não na zona de céu negro, pois com essa não precisamos de nos preocupar, mas sim na Lua), escolho um ISO entre os 100 e os 400.
Quanto à exposição, como já sei de antemão que a medição de luz que a máquina vai fazer, independentemente do tipo de medição que escolher (Matricial, Central, ou Pontual), vai ser errada, ou seja, vai tender a sobre-expor a fotografia, começo logo por reduzir a exposição em intervalos de 1/3, a começar nos -0,3 EV que por vezes chegam a ser de -2 EV’s (dependendo da medição que estou a usar). Todavia, quanto a este aspecto, nada melhor que ir olhando para as fotos que se vão captando e respectivos histogramas e ir fazendo as necessárias compensações. É sempre preferível um pouco de subexposição neste caso do que de o contrário! A Lua emite um brilho intenso e caso as fotografias fiquem sobreexpostas dificilmente se conseguem recuperar os brancos “estourados”.
Focar a Lua, com o conjunto que usei neste caso, não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, porque o brilho que a Lua emite associado à sua forma redonda sem grandes pontos definidos que sirvam de referência não nos deixam ver convenientemente o que queremos focar. Por isso, a focagem deve ser feita concentrando-nos por exemplo num dos rebordos duma cratera. Segundo, porque o mais pequeno toque e tudo fica “tremido” e desfocado! Esta fase exige paciência (e alguns segundos em que se para de respirar para conseguir focar devidamente) e tem que ser efectuada por diversas vezes. Pois é, é que a lua não é estática e, ao contrário do que parece, rapidamente se move e sai do enquadramento (coisa que nunca nos apercebemos facilmente a olho nú!). Aliás, poder visualizar este facto é, por si só, uma experiência engraçada – ver nitidamente a Lua a mover-se!
Adiante… após focar… captar a cena. Como? Fazendo uso de cabo disparador e, claro, com a opção de espelho levantado seleccionada na máquina. A fim de evitar ao máximo vibrações indesejadas costumo dar um intervalo de tempo de cerca de 8/10 seg. depois de levantado o espelho até disparar e captar a fotografia.
Ah..! Esqueci-me de referir que é absolutamente obrigatório, para quem tenha algum filtro montado na frente da objectiva (seja ele qual for – skylight, UV…) retirá-lo antes de focar e “apertar o botão”. Caso contrário, vão ficar admirados pelo motivo de, quase na certa, verem duas Luas, ou pelo menos um reflexo, na fotografia!
Posteriormente, em Photoshop, ajustamos um pouco os níveis, diminuímos um pouco a intensidade do brilho, redimensionamos a imagem, um pouco de unsharping e… aí está! Fácil, não?!
Em baixo fica o EXIF desta fotografia:
Tempo de exposição: 1/15 seg.
Abertura: f/45
Compensação de Exposição: -1.33 EV
ISO: 250
Modo de medição: Matricial
Equilíbrio de brancos: Auto
Distância focal: 1.200mm
Distância focal em 35mm: 1.800mm
Outra fotografia de exemplo: Lua (quarto-crescente)
Ps: Acompanhada de um abraço, esta é dedicada ao amigo Carlos Silva, também amante da fotografia e com um gosto especial pelas da Lua!
5 comentários:
Olá de novo, com uma distância focal dessas, lanço-lhe a sugestão de fotografar Júpiter e Saturno, já que são os corpos mais fáceis de "apanhar".
Ah, já me esquecia. Excelente esta foto da lua!
Obrigado.
Penso que para fotografar Saturno e Júpiter, uma distância focal de 1200mm (1800mm em 35mm) é pouco...
Olá, José Loureiro. Mais uma vez, parabéns pelo seu maravilhoso blog e pelo desprendimento em compartilhar suas preciosas informações. Isso é de uma imensa grandeza de sua parte. Parabéns.
As dúvidas que tenho são as seguintes:
Por que, ou pra que trabalhar com o espelho levantado?
Pra que utilizar a opção de segunda cortina?
Obs: sou canonzeiro e uso um 5dmkII
Grato
Lu di Mello
Olá Lu di Mello
Cortina e espelho são componentes diferentes… O espelho é o componente visível quando retira a objectiva. Está colocado a 45º de modo a reflectir a imagem para o visor óptico da câmara. Por sua vez, a cortina encontra-se por detrás do espelho. Portanto, entre este e o sensor. Pode ver uma imagem demonstrativa da colocação do espelho, cortina e sensor aqui.
Respondendo à sua questão:
Para captar uma fotografia o espelho das SLR tem de “levantar” ou subir de modo a deixar passar a luz até ao sensor. Na posição de 45º ele somente serve para reflectir a imagem para o visor como acima referi.
Este processo mecânico (de levantamento do espelho) acaba sempre por provocar pequenas trepidações. Essas trepidações em certos casos acabam por se reflectir no resultado final. Por exemplo, quando fotografamos com grandes teleobjectivas e ainda, mesmo fotografando com qualquer outro tipo de objectivas, quando se fotografa a velocidades de obturação lentas. As velocidades de obturação mais “criticas” situam-se entre os 1/5 e os 1/15 seg. Abaixo disso, ou seja a velocidades de obturação mais lentas, acaba por já não interferir muito pois no cômputo do tempo total da exposição os pequenos milésimos de subida do espelho não são suficientes para provocar trepidação visível. Acima disso, a velocidades de obturação mais rápidas que os 1/15 seg., é fácil também de compreender que a captura seja tão rápida que não haja tempo sequer para ser afectada pela trepidação.
No caso da fotografia à Lua trata-se de evitar a situação descrita em primeiro lugar: O uso de grandes teleobjectivas em que a mínima oscilação acaba por se reflectir na imagem final. Desse modo, seleccionando na câmara a opção de “espelho levantado”, são precisos dois cliques no botão obturador: O primeiro unicamente para fazer levantar o espelho e o segundo (que acciona a abertura da cortina) para captar, então, a fotografia.
Por isso, usando esta opção de “espelho levantado” eliminámos a inerente trepidação que este processo, como expliquei, provoca.
Olá Sr Loureiro.
Bela foto da lua.
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