Nikon D200 - 10Mp DSLR



Introdução:
Lá começamos, então, por os prémios…
A Nikon D200 foi considerada pela EISA, na categoria “Câmaras”, como “melhor produto do ano 2006-2007”!
Se esse aspecto é importante e tem algum significado,  importante também, é a opinião que formamos durante a sua utilização. Bom, esta é uma câmara que utilizei com frequência durante algum (…ou bastante) tempo e o juízo que formei da mesma pende globalmente, sem dúvida, para o lado positivo. Certamente que existem alguns aspectos que gostaria que fossem melhores mas, mesmo face à “idade” desta câmara, os resultados que permite obter podem ser considerados como bons. Há uns tempos atrás efectuei um comparativo, quanto à qualidade de imagem, com uma câmara “Full Frame” bem mais recente e com mais do dobro dos pixéis desta Nikon D200 tendo obtido resultados melhores (em certos aspectos) com a última… (os mais curiosos podem ver aqui).
De qualquer maneira, apesar deste modelo estar descontinuado há bastante tempo este artigo poderá interessar a quem, eventualmente, pondere ainda adquirir uma destas câmaras…

Especificações:

Manuseamento:
Esta é uma das câmaras que rapidamente “aprendemos” e nos habituamos a usar. A ergonomia é correcta e a sensação de robustez é algo que, de imediato, nos apercebemos e agrada. Os botões estão colocados (para o tamanho da minha mão) nos sítios certos e acima de tudo são práticos de usar. Afinal, os acessos às mais usadas e importantes regulações da câmara são feitos, como seria de esperar, por botões (equilíbrio de brancos, Sensibilidade ISO, Qualidade de imagem, etc.). Por contraposição, aquelas regulações que dependem de activação por recurso ao menu e submenus da Nikon D200 são de acesso lento e pouco prático sendo até, em certos casos, confusas! Mas, o que vale é que, depois de perdemos um pouco de tempo inicial e termos configurado a câmara com os parâmetros que nos interessam provavelmente não vamos ter de os tornar a configurar!

Já que falamos de manuseamento, um “extra” que torna a Nikon D200 ainda mais cómoda e equilibrada é o punho vertical MB-D200. Além disso, ficamos a contar com mais uma bateria (o que em conjunto com o punho aumenta substancialmente o peso) e um botão obturador e respectivos comandos/selectores verticais. De qualquer modo, a comodidade que proporciona na captura de fotografias verticais e a duração duplicada de tempo de uso (pela adição da segunda bateria) valem o “sacrifício” do peso extra! Isso, até porque a autonomia é um dos pontos fracos desta câmara. Embora não seja tão má como alguns dizem (pessoalmente já consegui para cima de 1.000 fotos com uma única carga - isso depende do tipo de utilização) facto é, que com as mesmas baterias ENEL3e, a D300, sua sucessora, consegue mais fotos face a uma gestão mais eficaz das mesmas!

Qualidade de imagem:
Se por um lado, os 10 Megapixéis de resolução desta máquina fotográfica são suficientes para a maioria dos utilizadores e permitem ampliações com qualidade até formatos A2, por outro lado, essa resolução fica prejudicada pela quantidade de ruído caso as as condições de luz  exijam valores de sensibilidade acima dos 400/640 ISO. Na realidade, caso sejam ultrapassados esses limites de sencibilidade, as coisas pioram substancialmente e os resultados obtidos não são os melhores. Este é um dos aspectos menos bons da Nikon D200....
Esquecendo esse facto e como pequeno apontamento, aproveito para referir que uma grande quantidade de pixéis numa câmara não é, por si só, sinónimo de maior qualidade. No caso concreto, a D200, com “apenas” 10Mp, face a um bom processamento dos algoritmos consegue, mesmo em formato JPG, bons resultados em termos de qualidade de imagem. (atendendo-se à observação acerca do valor ISO usado...)
De qualquer forma, em comparação com os actuais padrões de nível de ruído/sencibilidade ISO, começa a ficar um pouco aquém da "concorrência". Mesmo utilizando valores de ISO 100 ou 200, por comparação, a sua sucessora Nikon D300 ofereçe uma visivel melhoria da qualidade de imagem. Evidentemente que os padrões vão-se alterando (e ainda bem) mas a qualidade de imagem que esta câmara permite hoje em dia é a mesma que permitia no dia do seu lançamento e, na altura, era considerada de muito boa, por isso…

Imagens adicionais:
(clique p/aumentar)









Opinião:


Conclusões:
Pela robustez e inerente durabilidade desta câmara diria que, para a maior parte dos utilizadores, continuará a ser um artigo a não desprezar com uma qualidade mais que suficiente. Além disso, continua a distinguir-se das câmaras de gama mais baixa pela sua compatibilidade de uso com objectivas de foco manual sem CPU. O processo para que faça a correcta medição de luz, nessa circunstância, pode ser visto aqui.
O aspecto negativo, mais relevante, que poderá ser motivo de “queixas” (quanto à qualidade de imagem) será o já referido “problema” em conseguir bons resultados a valores superiores a 400/640 ISO.

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro José Loureiro.
Muito grato pelas relevantes informações disponibilizadas em seu blog.
Sou de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil e recentemente apresentou-se uma oportunidade de adquirir uma D200 usada, que é utilizada em fotografias de casamentos e eventos. Contudo não sei o que devo avaliar na máquina e como posso ainda estimar sua vida útil. Também gostaria de saber se estas máquinas podem passar por um recondicionamento dando-lhe uma sobrevida com custo benefício viável.

Obrigado.

Jean Dalbosco

José Loureiro disse...

Jean Dalbosco,
Receio não lhe poder dar uma resposta completamente esclarecedora pois cada caso, ou melhor, cada câmara é um caso…
Em primeiro lugar, o aspecto visual da câmara, designadamente o seu desgaste geral, da baioneta e o estado das borrachas do punho, dar-lhe-á algumas indicações acerca do modo como foi utilizada e do grau de uso que teve. No entanto isto também é subjectivo… uma câmara usada em estúdio apresentará, mesmo com muito mais obturações, um menor desgaste visual do que uma que seja utilizada em reportagem…
A Nikon D200 é uma câmara robusta preparada para um ciclo de mais de 100.000 obturações. Basicamente é esse factor (nº de obturações) que “desgasta” mais a câmara e compromete os resultados finais que se podem obter. No entanto também essa questão não é assim tão linear... Por exemplo, uma determinada câmara com o mesmo nº de fotos tiradas que outra pode apresentar um maior desgaste no sistema de obturação caso a câmara seja constantemente usada no modo de disparo contínuo.
Quanto ao recondicionamento, efectivamente na marca é possível a “troca” de todo o sistema de obturação. No entanto, face aos preços actuais das novas câmaras (que tem uma inegável melhor qualidade de imagem a mais altos valores ISO) não sei se compensa essa intervenção.
Depois, caso possa, nada melhor que experimentar a câmara e ver o seu estado a nível de desgaste dos botões selectores, estado dos painéis LCD, se todas as funções estão operantes, etc., bem assim, como os resultados finais que a câmara produz. Isso pode dar-lhe também algumas informações acerca do estado do sensor.

Studio Designer disse...

Olá José Loureiro, bom sou fotógrafo de eventos sociais, tenho uma D200, mas estou percebendo que as minhas imagens perdem um pouco de foco, tem várias opções na câmera como autofocagem, medição/exposição, bloqueio temp/AE&AF bastante coisa, como tambem focus tracking com bloqueio activo ai tem logo, normal, curto etc,etc...Gostaria de saber mais um pouco disso, qual a melhor maneira. Bracketing/flash estou usando no modo manual. Caso poderia me ajudar ficarei muito grato. Abraço. Adriano Polettini

José Loureiro disse...

Olá Adriano.
Não sei bem se entendi a sua questão “…perdem um pouco de foco” mas, quanto à focagem, cada caso é um caso. Não existe um processo melhor que outro… tudo depende da situação. Ou seja, o processo utilizado (Auto-focagem “Single”, “Contínua” ou até “Manual”) deve ser ajustado a cada uma das situações concretas. Genericamente sabemos que, por exemplo, para fotografar objectos em movimento ou desportos o processo mais adequado será o de Auto-focagem Contínua. Já para Macrofotografia o melhor método será a focagem Manual. Para retrato ou cenas estáticas, a Auto-focagem única (“Single”) resulta bem… e aí por diante… mas, tal como disse, tudo é genérico…
Contudo, pelo que me dá a entender, a sua câmara não estará a focar devidamente, independentemente de utilizar qualquer um destes processos?! Será isso?!
Caso esteja a acontecer isso, poderá dever-se a alguma anomalia com a objectiva que esta a usar ou, encontrando-se a focar no modo “Manual”, inclusivamente com a correcção de dioptrias do visor óptico da câmara… algo que nunca nos lembramos mas que pode acontecer… Mas isso pode testar usando várias objectivas e comparando os resultados.
Depois, quanto às suas outras dúvidas ou questões (que são muito variadas), é difícil estar a responder-lhe sem saber concretamente o que precisa saber acerca de cada um dos itens…
Um abraço