Nikon D200 + Nikkor 80-200mm f/2.8 ED AF
(@ 80mm; f/2.8; 1/20seg.; ISO 400)
Nikon D200 + Nikkor 80-200mm f/2.8 ED AF
(@ 80mm; f/2.8; 1/20seg.; ISO 400)
Nikon D200 + Nikkor 24-70mm f/2.8 G ED-IF AF-S
(@ 70mm; f/2.8; 1/40seg.; ISO 800; +0,3Ev)
Começaram os concursos hípicos desta época!
Primeiras duas fotografias: sábado-23/01/2010
Terceira fotografia: domingo-24/01/2010
Primeiras duas fotografias: sábado-23/01/2010
Terceira fotografia: domingo-24/01/2010
Mais uma vez, por “razões e obrigações familiares”, lá vou eu assistir às diversas provas de saltos que se vão realizando.
Obviamente, os conjuntos cavalos/cavaleiros, nomeadamente nessas provas são sempre um bom motivo para fazermos uns cliques pelo que, quanto menos não seja para registar fotos da “pequena campeã” da família (que não está em nenhuma das fotos), a câmara vai sempre comigo.
Todavia, nem sempre estas provas são realizadas em picadeiros abertos. Parte delas são realizadas em picadeiros cobertos e fotografar o conjunto cavalo/cavaleiro em movimento durante os saltos constitui um desafio que certamente alguns já constataram. Fotografar algo em movimento com condições de pouca luz nem sempre é tarefa fácil.
Bom, como já passei por essa situação diversas vezes e estes princípios aplicam-se, também, a outros desportos ou eventos em pavilhões/espaços fechados, é sobre isso que vou tentar transmitir algumas dicas…
Regra geral, noutras situações de pouca luminosidade o problema resolve-se recorrendo ao flash. Neste caso, não! Os motivos porque não devemos usar o flash nestas provas em picadeiros interiores são essencialmente dois: O primeiro, é poderem interferir com o normal decorrer da prova assustando os cavalos e depois, porque é quase certo que vamos ficar com fotos em que os olhos do animal ficam vermelhos.
Por isso, em interiores, quanto a mim, o melhor que podemos fazer é usar uma objectiva luminosa, regulando a câmara de maneira a aproveitar a sua abertura máxima (programa de prioridade à abertura) e depois regular a sensibilidade ISO até conseguimos confortáveis velocidades de obturação de cerca de 1/125seg., ou mais, dependendo da distância focal da objectiva que usarmos.
Pessoalmente, quando posso “falhar” fotos gosto de usar velocidades de obturação bastante baixas como foi o caso dos exemplos. O resultado final são fotografias com partes um pouco desfocadas mas que acabam por ter mais impacto e serem mais expressivas do que se estivesse tudo perfeitamente definido. A técnica usada é a de panning de que já há tempos falei e as regulações da câmara (Nikon D200) são as seguintes:
- Focagem: "Single Point" - prefiro usar a focagem num único ponto AF (a focagem dinâmica por vezes foca em sítio diverso do que pretendemos);
- Modo de focagem: Contínuo - selector em "C"; e
- Modo de Exposição: Exposições contínuas - "CH" (5 fotografias p/seg. caso a velocidade de obturação o permita…)
Além disso, tento conciliar os valores de obturação de forma a não ultrapassar valores de ISO (com a Nikon D200) acima dos 400/640. Como é sabido, um dos poucos, mas grandes defeitos, destas câmaras D200 é o elevado grau de ruído que têm acima, ou até já mesmo, dentro desses valores. Comparativamente, a sua sucessora D300 e a actual D300s tem valores de ruído muito inferiores mesmo usando ISO’s mais elevados! E viva a evolução…!
O ruído de imagem (se quiserem, o equivalente ao grão em filme), na realidade, é a soma de dois diferentes factores: O chamado ruído de luminância (flutuações na intensidade luminosa) e o ruído cromático (flutuações na cor). É precisamente este último o responsável, ou pelo menos o que mais afecta os resultados quando fotografamos, com certas câmaras, com ISO's elevados e pouca luz.
Para melhor entenderem o que quero dizer aqui ficam uns crop’s das fotos de cima:
Este "ruído de imagem" (predominantemente de luminância) pode, até certo ponto, ser posteriormente eliminado em "pós-produção" através da utilização de certos filtros. Digo, "até certo ponto" pois quando reduzido em excesso retira definição e volume às imagens ficando as mesma com aspecto pouco natural e "plástico".
Na imagem ao lado podem observar-se crop's a 100% das áreas assinalada a vermelho.
Os três quadrados, na parte inferior, reportam-se a cada uma das fotografias do topo (120 x 120px).
Facilmente reparamos que, com as condições de luz já descritas, a 800px o ruído de imagem é grande!
Também é normal que o ruído de imagem se manifeste mais nos tons escuros que nos claros.
*Um truque para que se reduza um pouco o ruído de imagem é o de compensar, caso seja possível (tendo em atenção os contrastes existentes para não "estourar" os brancos), o valor de exposição indicado pelo fotómetro da câmara. Porquê? A explicação é simples: ao expor mais tempo, a quantidade de informação recebida pelo sensor da câmara vai ser maior. Este "truque" também é chamado de "expor para a direita". Se usarem o histograma da câmara e compensarem o valor de exposição notarão que o gráfico se desloca todo para a direita (para os tons claros).
Caso seja possivel, ainda no decorrer desta época, publicarei neste espaço fotografias de concursos de saltos em espaço aberto. As limitações são menores.. existe mais luz, mais cor, e os resultados finais são um pouco mais apelativos!
Esta promessa é um pouco arriscada uma vez que no ano transato todas as provas que fotografei ao ar livre foram à chuva com péssimas condições de luz! Mas, vamos esperar que este ano o tempo ajude...!
13 comentários:
Excelente explicação José, muito obrigado pelas dicas. Já agora uma questão, nestas condições o José usa tripé, certo?
Ficaremos entao a aguardar por fotos hípicas de exterior :)
Olá Pedro!
Quanto á questão da utilização do tripé, efectivamente, para fotografar provas de saltos hípicos não uso. Quando muito, em provas realizadas ao “ar livre” em sítios que tenho que usar teleobjectivas (dada a distância a que estou a fotografar) recorro, por vezes, a um monopé. O tripé, neste tipo de eventos acaba por retirar muita liberdade de movimentos uma vez que os percursos descritos pelos conjuntos variam em sentidos diversos e o tripé (mesmo com rotula) não permite acompanha-los de forma eficaz!
Obrigado pelo comentário.
Um abraço
Boa Noite
Tenho uma Nikon D60 e costumo Fotografar corridas de QuadCross e MotoCross mas tenho alguma dificuldade em conseguir a resolução e cor sem o efeito de arrasto quando o tempo tá mais nublado... Se pudesses deixar no teu forum algumas dicas em relação a isso agradecia, esta explicação tá bastante boa mas não pretendo o efeito de arrasto, tenho sempre duvidas do modo que devo utilizar, ISO, velocidade e assim... Obrigado pelo excelente blog...
Igor,
Não querendo criar o efeito de Panning em fotografias com movimento tudo o que tem a fazer é seleccionar o programa de prioridade à velocidade e escolher uma velocidade de obturação que permita “congelar” a acção. Dependendo da velocidade a que desloca o motivo pode variar mas valores dentro dos 1/640 ou 1/800 seg. devem ser suficientes. Contudo, como disse, esses valores podem variar de situação para situação podendo, por vezes até ser ligeiramente inferiores…
Conjuntamente com a velocidade de obturação terá de ter em conta a abertura do diafragma (nestes casos deverá usar uma abertura grande a fim de não comprometer a velocidade) e, caso não esteja a usar o “Auto ISO” (cujo uso pessoalmente desaconselho) deverá escolher um valor ISO que permita uma exposição correcta mediante a abertura e a velocidade de obturação escolhida. Pode também usar o flash na opção de sincronização automática de alta velocidade (“FP”). O flash integrado na Nikon D60 tem, salvo erro, uma velocidade de sincronização máxima de 1/200 seg.. Por isso, para as velocidades de obturação que indiquei terá de usar, caso tenha, um flash externo e seleccionar a sincronização de alta velocidade no próprio flash.
Depois, quanto à vivacidade da cor em dias nublados (o típico dia “cinzentão”) a melhor maneira de conseguir alguma cor reside na correcta leitura dos brancos (equilíbrio de brancos) e depois, caso fotografe em JPG, aumentando o nível de saturação ou vivacidade da cor.
Nestas circunstâncias, o ideal será fotografar em RAW pois em posterior edição é mais fácil corrigir e conseguir as cores que pretende.
Cumprimentos
Muito obrigado pela explicação, vou ter de fazer uns testes para experimentar... Tem aqui um excelente blog... Gostava de o seguir também no facebook se puder adicione-me. Tenho lá grande parte do meu humilde trabalho fotográfico...
Muito obrigado, e muitos parabéns pelo o fantástico blog...
Cmpts
Só pesquisar "M4shooter" obrigado.
Boa noite José.
Andei à procura do tópico correcto, mas como não encontrei, cá vai...
Embora tenha fotografado muito ainda no tempo do "rolo" agora vejo-me confrontado com um convite para fotografar um desfile de moda em exterior nocturno com fraca iluminação.
Não conheço as "manias" das novas digitais, pelo que venho pedir aconselhamentos sobre valores ISO, etc.
Em princípio irei usar uma máquina emprestada, com flash externo.
Provavelmenete irei usar uma lente 18-105 (e digo em princípio porque ainda não tenho a certeza se será essa)
Enfim....tudo o que vier de conselhos será bem recebido.
Att. Carlos Miranda
Olá Carlos.
Os princípios subjacentes à fotografia analógica (de “rolo”) são basicamente os mesmos que na fotografia digital.
O valor ISO continua a representar o valor se sensibilidade de filme que usamos… é certo que no “digital” temos um sensor a substituir uma película mas as regras são as mesmas. Em termos “grosseiros” pode comparar o “antigo” grão da era analógica ao ruído na imagem das actuais câmaras digitais.
No entanto, cada câmara tem os seus limites em termos de valor ISO que pode ser usado sem que o ruído em demasia “arruíne” as fotos. Câmaras digitais mais antigas (mesmo de topo) tendem a ser menos tolerantes a valores ISO superiores a 400 ou 600. Pelo contrário, as novas câmaras da Nikon (mesmo de entrada de gama, como é o caso da Nikon D3100) permitem obter resultados muito bons até valores ISO de 1600 ou mais… Todavia, tudo isto também depende das condições e do tipo de iluminação que usamos.
Por isso no caso em concreto tudo dependerá da câmara que usar…
Depois, quanto à objectiva, se for a 18-105mm, pessoalmente aproveitaria para “trabalhar” no modo de prioridade à abertura, usando sempre que possível e caso a profundidade de campo chegue, a abertura máxima da 18-105mm (f/3,5) de modo a conseguir o máximo de velocidade de obturação. Nesse modo, a velocidade de sincronização do flash, caso utilize valores ISO mais elevados, poderá ser até superior aos “tradicionais” 1/60seg. caso a iluminação do palco seja boa.
Por último, “passar à acção” com uma câmara emprestada, que não conhecemos, pode ser sempre um tronco no nosso caminho… e uma boa maneira de “espalháramo-nos”…
Se lhe for possível, peça a câmara atempadamente de maneira a conhecer as suas funções, controlos e a testar em condições análogas às que pensa vir a acontecer no evento. Por vezes (por muito que custe admitir e dizer isto) aconselho quem tem alguma dificuldade em conhecer ou a manusear câmaras D-SLR (em situações como a que relata, com recurso à utilização de flash, etc…) a usar a opção do modo automático da câmara… embora não possa tirar todo o proveito da câmara é uma forma de ter alguma garantia de conseguir resultados minimamente satisfatórios.
Quanto a regulações “concretas” (algo que me perguntam muitas vezes) não as há! Não há receitas milagrosas… Cada caso é um caso… desde a câmara, do tipo de situação, de iluminação, etc., etc., etc.…
Mas, as SLR-D tem uma excelente vantagem sobre as câmaras de “rolo”: O histograma! Só tem que o saber interpretar e em função das indicações que o mesmo lhe fornece adequar as regulações necessárias. (aqui os princípios, uma vez mais, são os mesmos da fotografia analógica).
Boas fotos!
Olá, gostaria de ler sobre "como fotografar em interiores sem flash". Mas quando clico no link, abre uma parte falando de fotografias de concursos hípicos...
é possível corrigir isso?
muito obrigado, e parabéns pelo excelente Blog!
Daniel
O artigo em causa é este mesmo. Trata-se dum artigo explicativo de como fotografar em interiores (sem flash) em locais onde se realizem desportos. Ou seja, locais onde exista pouca luz e haja necessidade de fotografar algo em movimento, aproveitando a tirar partido das regulações entre valor de sensibilidade, abertura de diafragma e velocidade de obturação.
No caso de fotografia de interiores de cenas estáticas (habitações, por exemplo) o melhor método passa pela utilização do tripé e cabo obturador (preferencialmente). Depois, é só conjugar valores e acertar com a exposição correcta. O equilíbrio de cores (WB) também é um dos aspectos importantes a ter em conta (caso esteja a fotografar em JPG, em locais com iluminação incandescente, deve escolher uma temperatura de cor que compense os tons excessivamente amarelos que este tipo de luz provoca. Se, por outro lado, está a fazer capturas em RAW não tem de se preocupar com isso pois esse ajuste pode ser perfeitamente acertado em posterior edição).
Se houver alguma dúvida mais específica envie-me um email e tentarei esclarecer no caso em concreto…
Muito obrigado!
Daniel
Boa noite Sr.José Loureiro
Descobri recentemente o seu Blog e devo dizer-lhe que estou encantado com tudo
o que nele tenho lido e aprendido. Comprei há algum tempo uma Nikon D 500 e recentemente uma Tamron 150-600 mm.Já há algum tempo que pensava em comprar a
teleobjetiva e despois de ler o que o Sr. escreveu sobre as caraterísticas da
dita, acabei mesmo por adquirí-la e digo-lhe que estou satisfeito com os testes que já fiz. Agradeço-lhe imenso a sua ajuda. Um abraço.
Muito obrigado pelo simpático comentário e bem vindo!
E fica muito bem servido, pois a Tamron 150-600mm faz um bom conjunto com a Nikon D500 especialmente se for o caso de fotografia de Vida Selvagem ou Desporto.
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