Agfa Billy Record 4.5 Apotar - Prontor-S (1945-1949)



Hoje, vamos regressar ao passado…
Este é um artigo nostálgico inteiramente dedicado aos leitores da antiga e saudosa era “analógica” em que tudo, mas mesmo tudo, era fotografado em modo manual. Vai daí que a arte de conseguir fotografar, com estas câmaras, tinha um gosto especial. De facto eram necessários alguns conhecimentos básicos de fotografia para poder operar uma destas câmaras.
Não existiam modos de exposição Automáticos, as câmaras não faziam leitura de luz, não existiam histogramas, … e a única maneira de descobrir se tínhamos metido os “pés pelas mãos” era muito tempo depois de capturadas as imagens… quando revelávamos a película e imprimíamos as fotografias!


Bom, mas voltando ao tema de hoje: Alguém se lembra destas câmaras!? Alguém usou alguma!?
No meu caso, recordo esta precisa câmara como uma das primeiras com que comecei a “tirar” fotografias. Ainda relembro e possuo grande parte dessas fotos… assim como a câmara que, hoje em dia, é uma peça de museu… mas ainda funciona!
A Agfa Billy Record 4.5 Apotar - Prontor-S não é propriamente uma câmara “do meu tempo” (quando foi produzida a última destas câmaras ainda nem sequer era nascido) mas era uma câmara de família que eu, desde muito pequeno, pelo gozo que já na altura me dava, tentava monopolizar durante as saídas e os passeios.
A data de fabrico desta Agfa “Billy Record 4.5 Apotar - Prontor-S” situa-se entre os anos de 1945/49.  Ou seja, um dos mais recentes modelos desta câmara, posteriores à grande-guerra, a ser produzido.
Salvo erro, segundo alguma pesquisa que fiz, existiram mais de 20 modelos destas câmaras tendo a sua produção iniciado em 1928 e mantido até a 1960. No entanto, este modelo de câmaras era um tanto ao quanto “bastardo”… Esta “Agfa Billy” foi produzida com inúmeras e variadas combinações de corpos, objectivas, botões, visores, etc..

Falando um pouco mais acerca das características desta curiosa câmara: A Agfa Billy era uma câmara de médio-formato que usava “rolos” 120. Estes rolos (que continuam a ser vendidos na versão P&B e a cores) eram os mesmos e tradicionais rolos inventados pela Kodak em meados de 1901. No entanto, mesmo depois da década de 60, altura em surgiram as primeiras câmaras de formato 35mm, continuaram a ser muito populares principalmente a nível da fotografia profissional.
O “rolo 120” permite vários formatos de foto: o mais comum era o 6x6 que dava para captar o estonteante número de 12 fotos! Pois é! Não havia lugar para desperdícios…
Depois, o mesmo rolo podia ainda ser usado, entre outros, no formato 6x9 ou ainda 6x4,5 onde se conseguiam, a partir do mesmo rolo, 15 fotos.
Além deste rolo “120” existia a versão “220” que também podia ser usado neste modelo de câmara. Esta outra versão não mais era do que um rolo de duplicado comprimento do “120”.
Ao lado: A objectiva e comandos selectores de distância, velocidade de obturação, abertura (somente visível o selector – a escala é lateral) e temporizador. O diafragma destas câmaras é totalmente manual pelo que, antes de cada exposição, é necessário predefinir os valores.


Especificações:
Agfa Billy Record 4,5
Ano de produção: 1945-1949
Objectiva: Apotar 1:4.5 – 105mm
Distância focal: 105mm
Abertura: f/4.5 ~ f/32
Vel. de obturação: 1 – 1/250 seg. / Bulb
Escala de focagem: 1m até ao infinito
Película: 120 (formato 6x9)
Ao Lado: Uma preciosidade! A indispensável regra "Sunny 16" (para os dias de menor memória) que se encontra até aos dias de hoje dentro do estojo!

2 comentários:

Fernando Borracha disse...

Fantástico "Post"... Sem duvida que ainda hoje seria uma boa escola..!!

Anacleto Portugal disse...

Nos idos de 69 tive uma camera destas em maos funcionando impecavelmente. Notei que nas anotações o fotógrafo sempre utilizava a velocidade 125, para nao sair foto tremida. A famosa combinação 11/125 sempre vai ser lembrada. Parabens pelas matérias que voce posta aqui.