Preto & Branco digital: Na câmara ou pós-produção – Qual o melhor?


Canon EOS 5D Mark II + Canon EF 24-105mm f/4 L IS USM
(@ 24mm; f/4; 1/25 seg.; ISO 400)

O Preto e Branco continua, nos dias de hoje, a proporcionar-nos imagens dotadas duma intensidade e impacto que, por vezes, as fotografias coloridas não são capazes de transmitir.
Na realidade, este tipo de fotografia assenta não só nas duas cores que lhe dão nome, mas sim numa vasta gama de cinzentos. Além disso, outros factores como os níveis de contraste e as variaíssímas tonalidades que compõem a imagem terão ainda que ser equacionados para que os resultados sejam realmente apelativos.
Na era analógica, embora fosse possível obtermos fotografias a p&b a partir duma película a cores, raramente o processo era usado pois obrigava a um maior dispêndio de tempo durante o processo de impressão uma vez que era necessário recorrer a filtros (películas de gel) para compensação dos tons. Na altura, era sempre preferível utilizar o suporte próprio para o efeito, ou seja, a película específica para preto e branco.

Com a fotografia digital continuamos a poder fotografar a preto e branco e todas as DSLR possuem regulações próprias para conseguir directamente esse efeito. Mas será esse o caminho a seguir para obter os melhores resultados? Com a chegada da fotografia digital, chegou também, em substituição do trabalho de laboratório, o recurso cada vez mais vulgar (quase impossível de desassociar) aos denominados programas de edição de fotografia. Neste processo, de pós-produção, os limites são: os conhecimentos, a sensibilidade e a inspiração de cada utilizador! Por isso, será que este processo de pós-produção não poderá ser também útil para conseguir melhores fotografias a preto e branco comparativamente às captadas nesse formato directamente através das regulações que as câmaras permitem? Ou, fazendo a pergunta doutro modo: Será melhor fotografar seleccionando o modo “Preto & branco” directamente na câmara ou fotografar normalmente em modo colorido e converter posteriormente essas fotografias num computador para preto e branco?

Mais uma vez, tendo em consideração que este aspecto será certamente subjectivo, vou tentar transmitir aqui a minha opinião acerca dalgumas vantagens/desvantagens de cada um dos processos.

Antes de mais necessitamos compreender as diferenças quanto aos dois modos de captação de imagens através duma câmara digital: A cores e a preto e branco. Quanto às imagens a cores, as câmaras SLRD “compõem” a imagem a partir das três cores RGB (vermelho, verde, azul) formadas em cada pixel do sensor. Por outro lado, se fotografarmos a Preto & Branco, a câmara usará apenas uma dessas cores de cada pixel para formar, por interpolação, a imagem final. Logo, sabendo disso, torna-se fácil entender que uma imagem captada “a cores” será portadora de mais informação ou, pelo menos, de informação mais precisa no que concerne às diferenças entre tonalidades. Um determinado verde e um determinado vermelho que possam ser “entendidos” como sendo “iguais” em preto e branco serão, todavia, “vistos” de maneira diferenciada caso fotografemos a cores! O verde será verde e o vermelho, vermelho! Não serão confundidos, como no p/b como tendo a mesma (ou próxima) tonalidade e intensidade de brilho…

Outra das desvantagens, desde logo, caso fotografemos directamente a preto/branco (regulações na câmara) é a impossibilidade de recuperar a fotografia “original” a cores. Por oposição, obviamente que se partirmos duma foto colorida para um processo de conversão a p/b ficamos sempre com o ficheiro original – o colorido! Como desvantagem, neste último caso, claro que teremos de despender mais tempo no manuseamento necessário em pós-produção das fotografias. Por falar em pós-produção… para isso é necessário também um programa para o efeito…

Vantagens da pós-produção: Além das anteriormente citadas, que podem ser discutíveis, a verdadeira vantagem deste método quanto a mim, é mais a liberdade de produção que permite um suporte colorido em relação a um a preto/branco.
Vou tentar especificar um pouco este assunto… sabendo de antemão que um dos argumentos da fotografia a preto e branco reside nos “jogos” de contrastes e tonalidades, na “era analógica”, a maneira de os aumentar era através do recurso a filtros. Os vulgares filtros amarelos, verdes e vermelhos. Esse princípio mantém-se actual no caso da fotografia digital. Uma maneira de conseguir resultados mais intensos, designadamente em termos de contraste, é partir duma fotografia (colorida) usando um dos métodos que o Photoshop possui e que substitui esses filtros: O “Channel Mixer” [Image > Adjustments > Channel-mixer…].
Os contrastes que se conseguem obter, deste modo, são muito mais precisos e intensos se partirmos duma fotografia a cores do que a partir dum suporte a preto e branco.

Claro que tudo isto pode ser subjectivo e também não é menos verdade que as actuais câmaras conseguem imagens a P&B com elevados níveis de qualidade… além disso, esse pode ser o caminho certo para os mais puristas que pretendam captar fotos e visualiza-las imediatamente, nesse formato, no LCD da câmara… podendo desse modo, mais rápidamente, escolher a melhor composição, enquadramentos, etc.
Já agora, faltou dizer que a fotografia de exemplo (escolhida pela sua amplitude de tons) foi convertida de cores para… (mais ou menos) preto e branco através de pós-produção em CS4.

 Actualização (2010/04/25)
Caso queiram ler este artigo (na integra...) escrito por alguém que opina EXACTAMENTE da mesma maneira vejam aqui: http://fotografeumaideia.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1172&Itemid=138


Epá, desculpem o desabafo mas esta semana já é a segunda vez que afinal descubro que artigos escritos por mim afinal não são meus...??? O primeiro foi em pequenas expressões na edição de Maio/2010 duma revista. Agora o segundo (integralmente copiado!!!)... Vá lá, vá lá,... No final sou citado como fonte...
Não sei sequer se devia indicar o link, mas caso queiram passar lá e ver se está melhor...!!!

 Actualização (2010/04/27)
Após um comentário (mais ou menos) "intenso" deixado no site Brasileiro em causa (que de imediato foi retirado) e duma troca de email's com o administrador do mesmo, que tentou esclarecer e pediu desculpas pelo sucedido, a verdade foi reposta e reconhecidos os verdadeiros Autores (do texto e das fotografias)! 

13 comentários:

photographe83 disse...

j'adore ces images de lieux abandonnés

Manuel disse...

Não sabia que no Brasil também se escrevem as frases com a mesma construção do Português de Portugal, excePtuando a subtraCção de algumas letras! ;-)

Como diz o José Loureiro: Vá lá que no final é citado como fonte!

pbl disse...

Isto há gente com lata para tudo

Pedro Ferreira disse...

Jornalismo de segunda... corta e cola... cromos :)

pbl disse...

Este episódio fez-me recordar um post que li faz alguns dias
http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/472612.html

José Loureiro disse...

De facto, a Web tem destas coisas. A facilidade com que se tem acesso e com que se podem subtrair artigos é tão simples, imediata e fácil que reconheço que possa levar alguém a pensar que não é leviandade nem existe mal algum em o fazer…
Perderam-se os princípios éticos, de respeito, consideração e, em boa verdade, tal como no link que indicou se diz: “Era tão fácil, bastava pedir”
Embora este seja um assunto para esquecer até porque a verdade está reposta e foram aceites, da minha parte, os posteriores e diversos pedidos de desculpa (quer do administrador do site quer da pessoa que se intitulava como autora do texto) posso no entanto, uma vez que não é segredo e até porque vem de encontro ao subscrito no link que indica, citar o teor do meu comentário naquele site:

“Boa noite.
Aproveito a oportunidade, não para tecer qualquer ao comentário ao texto, mas sim para mostrar a minha indignação pela publicação do artigo em causa.
Na realidade, os motivos são dois: Primeiro, porque sendo eu o autor do texto, não dei qualquer autorização para a sua publicação ou divulgação nesse site. Mais, não foi sequer tida a cortesia ou hombridade de o terem sequer solicitado! Segundo, (ainda mais grave), é o facto de alguém ter tido o atrevimento de plagiar (palavra por palavra) o texto em causa e de se intitular seu autor!!! Curioso não deixa de ser o facto de se indicar no seu final como “Fonte” o link ao espaço do autor onde o artigo primitivo se encontra publicado na integra exactamente da mesma forma!
Reconheço que a Internet é um óptimo meio de comunicação e por isso, tal como já tem acontecido noutras alturas, tenho permitido a publicação ou utilização de alguns artigos meus noutros espaços. Dessa maneira chegarão a mais leitores. Não posso, todavia, deixar de mostrar o meu descontentamento da forma como, neste caso, foi feito.
Elaborar um artigo, seja técnico, seja de simples opinião, implica trabalho, dedicação, pesquisa e um pouco do nosso tempo. Esse tempo e dedicação merecem, pelo menos, algum respeito!

José Loureiro”

Em todo o caso não posso de deixar de manifestar aqui os meus agradecimentos a todos aqueles que expressaram o seu apoio incluindo o fotógrafo Rui Palha, autor das fotos (retiradas, também, indevidamente) que acompanharam o mencionado artigo naquele site.

pbl disse...

Ora aí uma resposta à altura.
Com elevação e dignidade.
Uma salva de palmas.

Anónimo disse...

Bom dia, gostei do artigo uma vez que tenho uma grande paixão pela fotografia a P&B. Gostava se me fosse permitido deixar uma dica que tenho vindo a utilizar na minha canon 5d - fotografo em RAW+jpeg e defino o estilo da fotografia para monocromático (aqui no estilo posso fazer algumas alterações básicas na própria máquina como o contraste por ex. ou caso pretenda ir um pouco mais além criar um estilo monocromático no software da Canon) A finalidade disto é fotografar em RAW (a cores portanto), mas a imagem que aparece no LCD da máquina é a P&B com as definições pré-definidas, dando uma ideia logo no momento da captura da composição, exposição, etc. Assim eu tenho o melhor dos dois mundos (Hehehe!). Espero que a dica seja útil. Cumprimentos, Vitor.

José Loureiro disse...

Bem-vindo Vítor.
Este espaço pretende ser aberto a todos aqueles que, com as suas opiniões, dicas ou sugestões, queiram participar. Por isso, obrigado pelo seu pertinente e válido comentário.
De facto, como diz e bem, o método que utiliza torna mais fácil e permite uma melhor e imediata noção de volumetria, de enquadramentos e contrastes.
Com certeza que essa é uma boa dica para quem pretenda fazer fotos a P&B!
Cumprimentos

jose gonçalves disse...

O Channel Mixer é uma boa escolha, e a opção Black/White que apareceu no CS3 também é interessante, mas já experimentou usar o comando Calculations para o efeito? É um comando que está no Photoshop desde as primeiras versões, já que era utilizado para criar mascaras de modo a controlar os efeitos, assim como o Apply Image, isto antes da versão 3, que foi a primeira a introduzir layers. Você pode agarrar em 2 canais e aplicar modos de mistura da mesma forma como o faz com as layers, pode reduzir a opacidade de uma dos canais.
Além disso permite criar mascaras baseadas nos canais.
Relativamente a plágios pelos nossos amigos do outro lado do oceano, tenho uma amiga que já publicou 2 livros de poesia e que detinha um blog, um dia descobriu que havia uma sócia brasileira, era copy/paste e a artista do outro lado do oceano preparava-se para publicar um livro por lá. Não sei se você demorou muito tempo a resolver a sua questão, a dela envolveu a SPA e um advogado, e digamos que a artista brasileira ficou muito indignada.

José Gonçalves
Adobe Certified Expert, Adobe Certified Instructor.

José Loureiro disse...

Caro José Gonçalves.
A opção Black/White uso com relativa frequência. Agora, ainda não tinha experimentado usar o comando que sugeriu…
Fiz uma rápida experiência em CS4 e, na realidade, o controlo a nível de contrastes pareceu-me ser muito interessante.
É mais um passo a explorar… Obrigado pela dica!
Quanto à questão dos plágios, chegar a uma eficaz resolução para o problema é… “um problema”! Curiosamente, o artigo em causa continua locado no referido site com a diferença de constar presentemente “Enviado por…” o que presume que foi com a minha anuência, algo que não corresponde à verdade pois foi retirado (sem consentimento) e não “enviado”.
Mas, enfim, acho que exceptuando o facto da forma como foi indevidamente retirado, não me “chateio muito” pois continua a ser divulgado e a estar acessível a outros leitores…
Cumprimentos

Moreira e Irene disse...

Ora pois do lado de ca os japoneses vivem se queixando dos chineses pois ele copiam e tudo,dia desses entrei em uma loja em Hong Kong que a ultima fronteira para se copiar serao as lentes...em Macau a chinesa da gostam se queixa da malta de lisboa que ca viveram 500 anos a encherem os bolsos de lisboa + adiante o mineiro tambem se queixa de uns tempos atras quando amalta alfacinha vivi a levar o ouro,se comecarem a mexer na coisa....Porem bem percebo o descontentamento do Sr. Jose.yi

Anónimo disse...

Sou brasileiro mas tenho VERGONHA deste país de MERDA.
Ainda bem que sou GAUCHO e, assim sendo, não me considero brasileiro mesmo tendo nascido aqui.
Num país onde o governo LADRÃO dá curso de inglês para prostitutas e travestis, incentivando o turismo sexual, vocês queriam o que?
Que o cara não copiasse o artigo de vocês??
Imagina aqui dentro do brasil mesmo como isso funciona. Aqui eles roubam escancaradamente a propriedade intelectual.