Zorki - 4K (1972-1978)


"Zorki" - Uma marca de câmaras fotográficas de origem Soviética!
Curiosamente, as câmaras desta marca ficaram conhecidas, também, como as "Leica" dos pobres!
A razão de ser desta comparação reside nas semelhanças estéticas com os modelos da marca Alemã "Leica" que os Russos copiavam.
Na fábrica da KMZ (Krasnogorsky Mekhanichesky Zavod) - que também produzia as câmaras da marca "Zenit" - perto de Moscovo, produziam-se as Zorki "imitação" das Leica. Contudo, apesar de aparentarem ser extremamente robustas e esteticamente idênticas, as Zorki, não tinham nem a mesma "agradabilidade" de uso nem a resistência das originais Leica! Apesar disso, a sua construção é inteiramente metálica e mesmo com o seu reduzido tamanho pesam cerca de 700g!



Há tempos atrás, durante uma breve visita a um técnico reparador de equipamento fotográfico tive a oportunidade de constatar a relativa fragilidade destes equipamentos! Só desta marca (Zorki) havia várias câmaras a aguardar reparação (e restauro...?)! (foto no final do artigo)
A avaria mais comum, ao que julgo, evidencia-se ao nível do sistema de obturação. Diga-se, em abono da boa verdade, que também não há assim muitos mais componentes para avariar...
No entanto, devidamente restauradas, são câmaras que têm, na minha opinião, um aspecto deveras apelativo e constituem bonitas peças de colecção!






 A apresentada na imagem é uma "Zorki - 4K". Talvez, o modelo mais popular de toda a gama de câmaras desta marca!
Foram produzidas mais de 500.000 unidades deste modelo entre os anos de 1972 a 1978!
Todavia, nem todas são iguais... os modelos mais recentes "perderam" os encaixes (argolas laterais) destinados a segurar a correia.
Outra curiosidade: Os dois primeiros algarismos do número de série representam sempre, neste modelo, o ano em que a câmara foi produzida!






A variante "K" difere do originário modelo "4" apenas em dois pormenores: o carreto que é, nesta mais recente versão, fixo e o botão de avançar o filme que passou a ter uma forma mais convencional (com braço - tal como a conhecemos nas recentes câmaras de 35mm) em vez do anterior botão redondo, pouco prático e lento.










É "normal" ver câmaras, deste modelo, com as inscrições praticamente "apagadas". Quer as respeitantes à indicação das velocidades de obturação, que mesmo a da própria marca. Já de mais fácil restauro é a, também, "normal" descolagem do revestimento preto - uma espécie de tela decorada com entrançados.






Estas câmaras clássicas tem sempre um ou outro "truque" ou pormenor de funcionamento que convém saber antes de as utilizar... Pois bem, estas Zorki 4 não fogem à regra e existe um aspecto, em particular, a que devemos dar atenção: A selecção de velocidade de obturação! Como o botão destinado ao efeito roda de cada vez que carregámos no obturador, deve ser seleccionada a velocidade pretendida (entre 1-1/1000 seg. ou B) somente após avançarmos o filme e consequentemente activarmos o mecanismo para a próxima foto. Se assim não se fizer e insistir em rodar (seleccionar a velocidade) antes de "armar" o obturador corremos o risco de o partir ao rodar o botão de avanço do filme!

As objectivas que acompanhavam estas Zorki 4 obedeciam ao formato de encaixe de rosca "M 39" e tanto eram as "Jupiter 50mm f/2" (caso da representada na imagem) com as "Industar 50mm f/3.5".
Enfim, uma bonita câmara clássica de colecção!


 
Características/Especificações da Zorki 4 K:
Anos de produção: 1972 a 1978
Distância focal: 50mm
Abertura Max: f/2
Objectiva: Jupiter
Obturador: 1 - 1/1000, B e T
Corpo: Metal parcialmente revestido a tela
Rolo: 35mm (24x36mm)

3 comentários:

mfc disse...

Fui visitar no fds passado o Centro de Fotografia na cadeia da Relação do Porto e fiquei maravilhado com o que lá vi!

José Loureiro disse...

Por acaso ainda não tive oportunidade de ver a exposição (o que tenciono fazer…) mas, ao que me foi dito, vale mesmo a pena uma visita atenta.
Penso que, do ponto de vista de todos aqueles que gostam de fotografia, é importante olhar com alguma atenção para estas câmaras antigas e tentar descortinar como funcionavam e de que modo permitiam registar fotografias.
No fundo faziam o que as mais recentes câmaras continuam a fazer: captavam a luz e fixavam momentos! Agora como o faziam… isso é que era bem diferente!
Hoje em dia basta “carregar” num botão e já está! Com estas câmaras antigas, nalguns casos, eram precisos bastantes preliminares.

Manuel Luis disse...

Vagtlander, não sei se está bem escrito, mas foi a minha maquina de 71 até 78. avariou-se e o fotografo ficou com ela argumentando que foi assaltado. Foram as grandes fotos que eu consegui. Aprendi muito com esta maquina. Agora é diferente. Gostaria de adquirir uma D7 mas as prioridades são outras.
Votos de um excelente Natal.