Por vezes um só flash não é suficiente para proporcionar a iluminação que pretendemos. Nessa circunstância, a solução é a utilização combinada e simultânea de várias unidades. Apesar de actualmente existirem vários modelos que possibilitam esse tipo de uso nem todos o conseguem fazer remotamente sem recurso a ligações físicas por cabos.
Existem, contudo, certos modelos que permitem esse tipo de utilização combinada entre vários flash’s sem fios (Wireless). Uma maneira extremamente prática e cómoda de usarmos várias fontes de luz!
Embora não seja habitual, há dias fui fotografar uma exibição dum agrupamento Folclórico em que participava, como músico, um amigo (ao lado fica uma das fotos dessa ocasião que aproveito para ilustrar este artigo). Pese embora, houvesse ainda alguma luz diurna, o palco estava situado numa zona sombria (por baixo dum viaduto) e não se encontrava iluminado por qualquer espécie de luz artificial (focos, projectores, etc.) o que tornava obrigatório o uso de Flash. Esta é uma das situações em que o Flash integrado na Nikon D300, que levei na altura, não chega para iluminar de maneira eficiente toda a cena. De facto o número guia 12 a ISO 100 (17 a ISO 200, como foi o caso) não eram suficientes.
Como tinha levado comigo o "velhinho" Nikon SB-26 coloquei-o na sapata da câmara e o resultado em termos de potência, como seria de esperar, foi muito melhor. Este último, (SB-26) tem um numero guia de 36/(ISO 100, metros)! No seu tempo, seria equivalente ao actual topo de gama da Nikon: O SB-900 que tem um número guia de 34/(ISO 100, metros)! Em todo o caso, quando acoplado numa Nikon D300 (ou noutra qualquer câmara digital da Nikon) o seu funcionamento fica limitado a manual (M) ou automático (A). Ou seja, deixamos de poder contar com a medição de luz TTL (leitura de luz efectuada pela câmara através da objectiva acoplada e posteriormente transmitida ao flash) e, por isso, temos de ir verificando os histogramas e ir calculando a potência certa. Dá um pouco de trabalho mas, mesmo assim, os resultados podem valer a pena! Nestes casos, pessoalmente, prefiro usa-lo no modo Manual (M) e, depois de acertada a abertura e distância focal com que estamos a trabalhar, reduzir ou aumentar a sua potência em fracções de potência... 1/1; 1/2; 1/4; 1/8;... até 1/64, o que permite um controle preciso da intensidade de luz. Mas, mesmo assim, uma vez que a iluminação que estava a conseguir não me agradava muito pois não conseguia eliminar por completo algumas sombras duras (o tecto do palco era preto o que não dava para reflectir convenientemente a luz), passei então a usar uma outra funcionalidade do Nikon SB-26: a possibilidade de ser usado como flash escravo remotamente controlado sem fios. Isto é, utilizando o flash integrado no topo da Nikon D300 como flash principal e de comando para activar o flash SB-26.
No gráfico e fotografia acima podem ficar com uma ideia de como funciona este sistema. O exemplo é o da utilização combinada de 2 flash's para a situação descrita. Como facilmente se verifica com o uso dos dois flash's, apesar da distância e do grande ângulo de cobertura necessário (24mm), todo o palco ficou iluminado. Inclusivamente, os músicos que estão em segundo plano não ficaram, assim, com sombras provocadas pelos intervenientes mais à frente o que, pelo contrário, logicamente aconteceria caso tivesse sido usada uma única fonte de luz com origem frontal!
Na foto podem ver o flash "escravo" (Nikon SB-26) colocado no chão do palco, assinalado pelo quadrado vermelho, com a célula virada para o sítio onde me encontrava). (clique p/aumentar)
Agora vamos ao que realmente interessa... E, o que interessa, neste caso, é saber como podemos aproveitar para usar algum equipamento "velho" da era analógica que, à partida, poderia ser considerado obsoleto por não ser totalmente compatível com o material fotográfico mais recente! O princípio de funcionamento deste sistema é simples: O flash integrado na câmara, quando disparado, acciona o segundo flash (neste caso o SB-26). Neste último, o disparo por simpatia pode inclusivamente fazer-se de duas maneiras. Ou de imediato "S" (Simultaneous), ou com um certo atraso "D" (Delay) para não interferir, em termos de medição de luz, com o primeiro. Para a sítuação em concreto foi usado em modo Manual (M) e sem qualquer atraso no disparo. O flash da câmara foi suficiente para iluminar o palco até ao primeiro plano enquanto que o segundo flash (escravo), regulado para 50mm de distância focal a fim de ter um menor ângulo de luz, tratou de iluminar o interior e o fundo do palco.
Na foto ao lado (cima) pode observar-se a célula responsável pela captação de luz que faz activar este sistema Wireless (frente do flash - lado direito) e o botão de comando da função (S; D; e OFF).
Na foto de baixo pode ver-se o botão de controle da função de fraccionamento manual da potencia.
Os mais recentes modelos da Nikon (SB-600, SB-800 e SB-900) conseguem disparar remotamente através de comando por infra-vermelhos.
Todavia, o SB-600 apenas servirá de flash escravo. Não comanda, quer por disparo, quer mesmo sem disparar, outros flash's (como é o caso dos SB-800 e SB-900)! Isto é, serve como flash principal, quando colocado na sapata da câmara, mas não activa outro/s. A menos que, claro, seja um SB-26 que é activado não pelo novo sistema de iluminação sem fios da Nikon Creative Lighting System (CLS) mas sim pela intensidade luminosa doutro flash!!!
Quanto aos SB-26, acabam por ser ainda boas aquisições para quem necessitar de várias unidades de luz pois são versáteis, eficazes e com potência “para dar e vender” Além disso, a facilidade de uso fazem com que ainda sejam uma aquisição apetecível!
Ah! Já agora, uma boa notícia! Pelo facto de poder ser accionado remotamente como flash escravo através da simples luz emitida por outros flashes, independentemente da marca e modelo, este Nikon SB-26 é, por isso, um bom complemento de iluminação (como flash escravo) mesmo para que possua equipamentos doutra marca, seja Canon, seja Sony, ou outra qualquer!
Ah! Já agora, uma boa notícia! Pelo facto de poder ser accionado remotamente como flash escravo através da simples luz emitida por outros flashes, independentemente da marca e modelo, este Nikon SB-26 é, por isso, um bom complemento de iluminação (como flash escravo) mesmo para que possua equipamentos doutra marca, seja Canon, seja Sony, ou outra qualquer!
* Como ponto fraco, no SB-26, apenas chamo a atenção para a frágil base da sapata (de baquelite) que não tem, de todo, a mesma resistência/qualidade nem proporciona a mesma facilidade de engate dos actuais flash's da marca.
E assim fica aqui a ideia para uma das possíveis utilizações destes "velhos" mas magníficos SB-26!