As cores da primavera | Serra da Freita


Serra da Freita: Urze e a Carqueja cobrem as montanhas de cor!
Nikon D300 + TAMRON SP 10-24mm f/3.5-4.5 Di II LD Aspherical IF + BW-CPL
@ 10mm f/13, 1/125 seg., ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


A estação da primavera convida à fotografia de natureza e são inúmeros os locais do nosso país onde podemos aproveitar para respirar ar verdadeiramente puro e aliar isso à prática da fotografia!

Tive a sorte de, dias atrás, contar com a companhia dum amigo que, por ser natural da região, conhece bem a Serra da Freita (Arouca) e alguns dos locais que são excelentes Spots. 
Já há bastante tempo que se havia combinado esta "saída fotográfica". Foi preciso esperar alguns meses desde que surgiu a ideia e se falou no assunto pela primeira vez até efectivar a ida. Isto porque, tal como foi dito (e confirmado) a Serra apresenta, nesta altura do ano, uma  completa explosão de cores!!! Os amarelos da carqueja conjugados com os lilases da urze enfeitam os cimos das montanhas com cores fabulosas!

Embora a Serra esteja lá 365 dias para ser fotografada, apenas durante cerca dumas breves duas semanas é que podemos captar com todo o esplendor o manto de cor que cobre os cumes das montanhas!
O timing e a programação tem de ser, por isso, o correcto.







Com as duas últimas semanas de chuva e com perspectivas meteorológicas ainda algo incertas para o dia, lá arriscámos a saída... 

Partida bem cedo após um breve pequeno almoço e com cerca de 1 hora e pouco de viagem.
Chegados, tal como era previsível a serra apresentava-se coberta dum intenso nevoeiro que não permitia ver a mais de 20 ou 30 metros. De certa forma uma desilusão pois, nestas condições, as fotos ficam "deslavadas", sem cor e não conseguem transmitir aquilo que tínhamos ido procurar: Cor!
Além disso, de tão cerrado que era, o nevoeiro, não possibilitada também outro tipo de fotografia que poderíamos aproveitar para fazer... Acompanhado de vento e com um índice muito elevado de húmidade, em poucos segundos as lentes frontais das objectivas ficavam molhadas...pena! 
Deu apenas para uma ou outra fotografia com aspeto mais místico...




Ainda durante a manhã, a primeira paragem para fotografar fez-se numas quedas de água existentes na serra. Devido à sua distante localização do ponto onde nos encontrávamos, a melhor opção foi ir à mala do carro e trazer a TAMRON 150-600mm. Montada no tripé com cabo disparador e com sistema VR desligado foi possível obter estas capturas de pormenor das quedas de água. O local não é o mais "fotogénico" da serra mas, mesmo assim, permite interessantes fotografias (...penso eu).
Uma vez que não dispunha de algum filtro, ND ou Polarizador, que servisse na Tamron 150-600mm (que utiliza filtros de 95mm) tornou-se necessário aumentar o tempo de exposição somente à custa do fecho da abertura de diafragma. Sempre que possível evito a utilização deste método (de utilizar aberturas de diafragma limite) para não me deparar com problemas de difracção.

        
A mesma Cascata - Dois pormenores distintos: O início e o sopé
Nikon D2x + TAMRON SP 150-600mm f/5-6.3 Di VC USD
Foto lado Esqº: @ 300mm f/32, 1/8 seg. (-0.7 Ev), ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial
Foto lado Dtº: @ 280mm f/22, 1/20 seg. (-1 Ev), ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial



E assim ficámos da parte da manhã!
Com promessa de melhoria de tempo (que se veio a confirmar) a parte da tarde era toda para gastar a fotografar. Claro que antes disso, chegada a hora de almoço, era altura de comer e na região há que aproveitar o que o local tem de melhor: a "carninha" das vacas Arouquesas!
E comer bem (sempre que possível) também faz parte das saídas fotográficas! Ademais, da parte da tarde todo o almoço viria a ser desmoído durante as andanças...!
Parte da tarde: Dia encoberto com muito poucas abertas mas, pelo menos, já com alguma luz. Sem luz não há cor... Apesar disso, infelizmente, a persistência duma  nebulosidade baixa nos cimos da serra faziam "mossas" no contraste das fotografias... 



Mais uma perspectiva das montanhas
Nikon D300 + TAMRON SP 90mm f/2.8 Di VC USD MACRO 1:1
 f/13, 1/125 seg., ISO 200, Modo de Exposição "A", Medição Matricial




Um dos sitios emblemáticos da Serra que nos propúnhamos fotografar era a Cascata da Frecha da Mizarela.
Perto do local, numa encosta frontal à cascata, existe um miradouro que possibilita uma visão global sobre a mesma. Digo "sobre" porque o miradouro se encontra a uma altitude superior ao início das quedas de água.

Essa não era, por isso, a perspectiva que eu pretendia para fotografar... Portanto, como habitual, há que meter pés ao caminho em busca do local ideal para captar a grandeza desta Cascata que, com uma altitude superior aos 60 metros, é a maior da Península Ibérica e uma das maiores da Europa.


Cascata da Frecha da Mizarela
Nikon D300 + TAMRON SP 10-24mm f/3.5-4.5 Di II LD Aspherical IF + BW-CPL
@ 24mm f/10, 1/40 seg., ISO 100, Modo de Exposição "A", Medição Matricial


Carregado com 6 ou 7 Kg de equipamento fotográfico, o estreito e vertical carreiro que desce a escarpa frontal à cascata, não se torna fácil de percorrer...
À medida que vamos descendo vai-se efectuando umas fotografias com diferentes enquadramentos. O objectivo tende sempre a ser o mesmo: descer cada vez mais para conseguir um foto duma perspectiva desde o sopé da cascata! 
Todavia, durante o percurso, o cansaço e a sensação de "missão impossível" vão-se apoderando do nosso espírito...!
Bom, após uns bons minutos a descer, eis que as perspectivas do local começam a agradar-me! Das várias capturas, esta foi aquela que mais gostei. Captada com a Tamron 10-24mm @24mm, fruto da estação do ano, consegui uma foto das Cascatas com uma moldura de vegetação com coloração bem intensa.
E assim se passou o dia!

(Agradecimentos ao amigo Nuno Brandão pela informação, disponibilidade e companhia!)

2 comentários:

Vidal Pinheiro disse...

José Loureiro, essa é uma região que conheço como a palma da minha mão, durante dez anos percorri essas montanhas a pé, é uma das muitas regiões bonitas que temos e felizmente hoje em dia ja começam a aparecer algumas iniciativas de turismo ambiental pela região, para alem da indubitavel belesa paisgistica é uma região cheia de historia e estorias para contar, tem alguns recantos do mais bonito que ha por essa europa fora, locais a visitar são sem duvida a Minas de Rio de Frades e de Regoufe, foram minas de vulframio exploradas durante muitos anos, a titulo de curiosidade Rio de frades que hoje é uma aldeia com "meia duzia "de habitantes tinha em 1944 um Hospital e o comandante do Posto da GNR era um tenente, a ultima vez que estive em Arouca o cmd do Posto da GNR era um sargento, mas falando de coisas unicas, na serra da freita existe uma aldeia Chamada Castanheira, e que conhecida no mundo inteiro por um fenomeno exclusivo de uma zona com cerca de um km quadrado que faz parte da aldeia, o fenomeno das famosas pedras parideiras. podem conhecer mais detalhadamente o fenomeno neste video https://www.youtube.com/watch?v=nIuKSLmSf2w

José Loureiro disse...

Caro Vidal
Obrigado pelo seu contributo e informação. Também já “passei” pelas Minas de Volfrâmio, muito embora, quanto às de Rio de Frades, não cheguei a descer até ao local concreto das antigas minas.
Realmente a extensão da Serra da Freita é muito vasta... num dos percursos indicados, que incluía a visita a todos os pontos de maior interesse, constavam 90 Km!
A única coisa que me desgostou foram os sinais da evolução dos tempos... As grandes eólicas. Embora seja um meio de energia “limpa” desfigura os cumes da serra e acaba sempre por ter algum impacto na vida selvagem... Depois existem alguns pormenores que, sinceramente não entendi... por exemplo, perto das pedras boroas, porque é que alguém se lembrou de fazer uma plataforma com paralelepípedos e lá colocar um banco em cimento?! Não bastava deixar o natural carreiro de acesso?
Bom. Mas duma maneira geral, concordo que a Serra da Freita tem uma paisagem fabulosa e única! E sob o ponto de vista de Vida selvagem também tem muito para explorar!