VR, VC, IS, OS (sistema de estabilização de imagem) Usar sempre ligado?... Ou não???


Presentemente, muitas das objectivas em venda no mercado estão dotadas de sistemas de estabilização de imagem.
Existem várias designações ou nomenclaturas apostas nas objectivas que indicam a presença desse sistema na mesma. OS; VR; IS; VC, etc.. Cada marca tem a sua designação. No fundo, o principio é o mesmo e de maneira mais, ou menos, eficaz, cada uma disponibiliza estes sistemas de reduções de vibrações ou estabilização de imagem.

 


Por uma razão de diferenciação e quicá de direitos relativos a patentes, apesar de utilizarem nomenclaturas diferentes, acabam por se traduzir na mesma função. A Sigma denomina o seu sistema de "Estabilização Óptica" (Optical Stabilization); a Nikon "Redução de Vibrações" (Vibration Reduction); a Canon de "Estabilização de Imagem" (Image Stabilization) e a Tamron de "Controle de Vibrações" (Vibration Control).  
Independentemente do nome, o sistema basicamente consiste num conjunto de lentes suspensas (dependendo da marca entre 3 a 4 pontos) e por impulsos eletrónicos compensam o "tremer" das nossas mãos contrariando o sentido da deslocação. Tudo isto é feito, claro está, em frações de segundo!
Dependendo do sistema implementado, estes sistemas de redução de vibrações podem reduzir até cerca de 4 f/stop's a velocidade de obturação necessária para que, nas mesmas condições de captura as fotos fiquem nítidas.
Isto é, em situações em que utilizámos velocidades de obturação baixas em relação à distância focal da objectiva que estamos a usar, esta correção é extremamente útil.
Outra questão que aproveito para explicar e que mais abaixo, através do vídeo, compreenderão melhor, é que é normal existir um certo ruído associado ao funcionamento destes sistemas. Seja qual for a marca ou modelo e objectiva!
O grau de ruído varia de marca para marca e de modelo de objectiva mas todas o fazem. Nos sistemas mais recentes está minimizado e quase só é percetível quando o conjunto de lentes regressa à sua posição inicial e desliga.  


EXEMPLO DE SISTEMA DE ESTABILIZAÇÃO: LIGADO/DESLIGADO - A PUNHO


Fácil é de verificar, nas condições acima referidas (foto captada com a câmara à mão), que o sistema resulta plenamente corrigindo a normal "tremura" dos movimentos da nossa mão e permitindo uma substancial melhoria no resultado final.

Continuando a dar-vos motivos para utilizarem os sistemas de estabilização de imagem, ou... talvez pensarem em não os utilizar, convém, antes de mais, saber como funcionam. Dessa forma, talvez se torne mais fácil compreender se devem, ou não, estar sempre ligados! Cá fica um vídeo (já com uns anos) acerca do funcionamento dos sistemas de estabilização, neste caso, "VC", da Tamron que demonstra a nu o funcionamento do sistema.






Bom, até aqui, ainda só destaquei motivos positivos destes sistemas e incentivei a sua utilização.
Agora vou tentar demonstrar em que situações NÃO DEVE SER UTILIZADO.
Este é um artigo que já há muito tempo andava para escrever e que tem como principais destinatários todos aqueles que pensam que, desde que a objectiva o possibilite, devemos ter SEMPRE este sistema ligado.
Nada de mais errado! Logo à partida, devemos reflectir o porquê da existência dum botão/comutador que permite desligar o sistema. Se a sua utilização fosse sempre benéfica, então qual a razão de ser de tal botão para a desligar...?!

Um dos casos flagrantes em que NÃO devemos ligar estes sistemas é quando, por exemplo, captamos fotos a partir dum suporte estabilizado, como é o caso dos tripés.


EXEMPLO DE SISTEMA DE ESTABILIZAÇÃO: LIGADO/DESLIGADO - COM TRIPÉ

(Crop com 425x425px duma imagem original com 4288x2848)

Como facilmente se alcança pela simples observação comparativa das fotos acima, o sistema de redução de vibrações ("VC") de nada serviu quando captada a foto através dum sistema já estabilizado. Antes pelo contrário. Introduziu o próprio sistema vibrações que resultaram numa fotografia "tremida"!
Porquê? Porque o sistema de redução de vibrações, estando ligado, "procura" estabilizar o que por si só já está estabilizado e o próprio funcionamento do sistema, como vimos, o movimento do conjunto de lentes, acaba por introduzir vibrações.
Esse é o motivo porque NEM SEMPRE devemos utilizar os sistemas de estabilizações de imagem das objectivas na posição: Ligado! Por conseguinte, fica também explicada a existência do pequeno botão "ON/OFF" que serve para o desligar ou ligar!

2 comentários:

João Paulo Araújo disse...

E porque não referir as situações em que é possível utilizar velocidades de obturação muito elevadas, como na praia, na neve ou em dias muito luminosos ? Sempre que não seja necessário velocidades baixas eu cá desligo o estabilizador.

José Loureiro disse...

Sim. Essa é outra das situações em que os sistemas de estabilização são dispensáveis. Contudo, nessas situações, mesmo que ligados acabam por não prejudicar tanto o resultado final pois acaba sempre por haver movimento. Os próprios sistemas (por exemplo, da Nikon e da Tamron) estão preparados para esse tipo de fotografia com maiores velocidades de obturação ou, ainda noutra situação, permitir realizar fotografias em Panning mas mantendo as capacidades de estabilização.
Por outro lado, ainda que seja difícil de provar, em certos modelos de câmaras, a utilização do sistema de estabilização ligado (mesmo quando se utilizam velocidades de obturação elevadas) ajuda a uma mais fácil aquisição de focagem (Parece-me que a Canon é exemplo disso...)