Especificações
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Distância focal/Abertura:
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8mm f/3.5 (APS-C)
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Construção (elementos/grupos):
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10 / 7
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Ângulo de imagem:
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180º
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Escala distâncias focais:
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n/a
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Diafragma:
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Automático
6 lâminas
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Escala de aberturas:
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f/3.5 ~ f/22
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Medição de exposição:
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Por método de abertura
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Escala:
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Desde 0,3m até ao ∞
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Distância mínima de foco:
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0.3m
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Tamanho do filtro:
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n /a
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Dimensões (diam./comp.):
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75 x 74,8mm
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Peso:
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383g
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Ao longo dos anos tenho tido o privilégio de ter usado, experimentado ou testado diversas objectivas. Desde as "ultra-grande angulares" até às grandes "teleobjectivas", desde as mais baratas objectivas zoom até às expendiosas "prime", desde modelos de reconhecidas marcas até aos mais desconhecidos..., tenho usado de tudo um pouco ... Contudo, não tenho dúvidas em afirmar que, de todas elas, esta pequena
Samyang 8mm f/3.5 de fabrico Coreano foi, sem dúvida, a objectiva mais "divertida" que alguma vez já usei!
Esta objectiva é comercializada sob diversos nomes de marcas como:
- Rokinon;
- Falcon:
- Pro-Optic;
- Bower;
- Opteka;
- Polar;
- Walimex;
- Vivitar 7mm (visualmente diferente); etc..
No fundo, todas são exactamente iguais, à excepção da Vivitar que é comercializada como sendo uma 7mm e cujo acabamento difere um pouco de todas as restantes. Em todas as outras só muda mesmo o nome!
Em baixo:
(o conteúdo da embalagem)
A versatilidade desta Fisheye vai ainda mais longe e é, assim, comercializada para diversos e distintos sistemas de encaixe. Todos os possuidores de câmaras de marcas como:
Nikon, Canon, Pentax/Samsung e Minolta/Sony podem adquirir uma com a correspondente baioneta.
Existem duas versões para utilização (fotográfica) em câmaras da marca Nikon desta objectiva:
Uma mais antiga, sem contactos eléctricos (CPU) e outra mais recente (a que foi testada) que se distingue da anterior versão precisamente pela presença desses contactos eléctricos. De resto, a "nova versão" distingue-se visualmente pelas siglas "AE" (Auto Exposure) apostas no corpo da objectiva.
Uma outra versão, destinada a uma utilização em modo vídeo em D-SLR's, denominada "T3.8" completa a gama desta 8mm. As diferenças são óbvias e notórias face à versão destinada à fotografia. O seu aspecto é dominado por um anel vermelho e os anéis de abertura (que não produzem os tradicionais "cliks" de mudança de f/stop's) e de focagem possuem muito mais relevo. A abertura máxima deixa também de estar inscrita como f/3.5 para passar a ser de f/3.8.
Comprar uma ou outra versão da Samyang 8mm f/3.5 não é irrelevante... Todos os utilizadores que possuam câmaras Nikon sem possibilidade de indicação à câmara da distância focal que estão a utilizar bem como da abertura máxima da mesma deverão comprar somente a versão "AE"! (Ex: Nikon D3000; D3100; D3200; D5000; D5100; D5200, D40; D60....) Doutro modo, a câmara não possibilitará a leitura de luz! São precisamente estes contactos eléctricos que transmitem essa informação à câmara. Os restantes modelos (câmaras que permitam através do botão de função fornecer essas indicações) podem utilizar quer uma, quer a outra versão.
Manuseamento
Ter na mão uma destas objectivas Fisheye com um ângulo de imagem de 180º é um verdadeiro apelo à criatividade! Depois de montada na câmara, instintivamente, estamos sempre à procura de qualquer tema que, por vulgar que seja, cause impacto quando fotografado de maneira distorcida...
Para os "amantes" das grande-angulares esta objectiva (acrescentando a distorção de imagem, claro) será certamente um "mimo"! Os 180º de ângulo de imagem (obtidos em formato DX) são inigualáveis! Sim, com muita pena, esta objectiva destina-se exclusivamente a ser utilizada com câmaras APS-C (com formato de sensor DX)...
A Samyang 8mm Fisheye é a opção mais barata que conheço no mercado deste tipo de objectivas.
Pessoalmente, comprei uma destas objectivas para uma ocasião pontual em que sabia de antemão que iria necessitar duma objectiva capaz de fotografar em exíguos espaços e com um grande ângulo de imagem. Mais concretamente para fotografar o interior dumas Minas de ouro Romanas... Podem ver aqui algumas fotos dessa ocasião (abre em novo link).
Antes de mais convém saber que esta 8mm é uma Fisheye diagonal. Ou seja, de maneira diversa das Fisheye's circulares (que formam a imagem num círculo no centro do fotograma) as Fisheye's diagonais "esticam" a imagem para os lado maiores do fotograma (plano horizontal). Portanto deformam a imagem em forma de "Barril" a partir de linhas imaginárias centrais (quer verticalmente, quer horizontalmente) como podem verificar na imagem ao lado.
Construção
A construção desta pequena Fisheye Samyang 8mm f/3.5 é surpreendentemente boa!
Pouco mais vale a pena dizer! Os anéis de focagem e de abertura são precisos e fáceis de operar. O plástico usado é de boa qualidade.
Ponto positivo também para a baioneta de encaixe que, apesar do baixo custo desta Samyang 8mm, é metálica!
Esta pequena Samyang possui um sistema de focagem designado de "IF" (internal focusing). Este sistema não implica a rotação da lente frontal durante o processo de focagem. As lentes que se movem são somente as internas. Tal sistema contribui para a sua robustez e tamanho compacto.
Como não há "Bela sem senão"... Embora não fazendo parte integrante da objectiva, a tampa de protecção frontal não acompanha a qualidade de construção da objectiva e bem que poderia ser algo melhor... Os pequenos rebordos internos que servem para "travar" o seu curso quando a colocá-mos partem facilmente e o sistema de encaixe não é de todo prático e eficaz...
Em utilização
Esta objectiva Samyang é duma simplicidade extrema de operar. Aliás, o facto de ser uma objectiva de Focagem unicamente Manual e não possuir, por isso, qualquer mecanismo de focagem automática (AF) passa quase despercebido... A profundidade de campo é enorme neste tipo de objectivas. Usando valores de f/8 e seleccionando na escala de focagem o infinito, a pouco mais de 2 metros é "clicar e andar"! Nem é preciso mexer mais no anel de focagem! Tudo ficará focado desde os cerca de 2m até ao infinito! Simples!
No entanto, e pelo contrário, focar algo que se encontra aquém dos 2 metros pode ser complicado... Não é, de facto, fácil a focagem de objectos muito próximos... Tudo fica extremamente reduzido e torna-se difícil apurar a correcta posição do foco... O sinal de confirmação de aquisição de focagem na câmara (ponto verde do visor) também não consegue, em certas situações fornecer indicações válidas.... Por último, em relação ainda a esta questão, devo referir que (pelo menos na objectiva que utilizei), a escala de medição métrica inscrita na objectiva não corresponde à distância a que realmente os objectos se encontram do Plano focal... Desde as distância mais próximas até ao infinito (que se encontra bem antes da menção na objectiva desse ponto...) existe sempre um erro...
Estando eu habituado ao tradicional sistema de bloqueio de abertura mínima nas objectivas Nikkor (AF-D) nos f/22 (no anel de aberturas) de modo a serem operadas em câmaras com indexação automática de diafragma (caso de todas as actuais D-SLR) senti que faltava esse pequeno comutador de bloqueio na Samyang... Se, eventualmente, inadvertidamente seleccionar-mos outra qualquer abertura do diafragma manualmente na objectiva rapidamente daremos por isso... o erro "EE" a piscar de maneira intermitente no visor da câmara e a incapacidade para captar fotos certamente nos indicarão que algo está mal!
Quanto à captura de fotos são necessário alguns cuidados... Na captura de fotos verticais há que ter especial atenção à nossa colocação de modo a evitar um "auto retrato" parcial! Facilmente, os 180º de ângulo de cobertura farão visíveis partes do nosso corpo como por exemplo pés ou mesmo as pernas!
De um modo geral também é de evitar segurar a objectiva perto do parasol ou, nesse caso, fotografaremos também a nossa mão... ou parte dela!
Por último, com uma iluminação solar vinda do sentido das nossas costas dificilmente se conseguem capturas em que a nossa sombra não esteja presente! O problema resolve-se (somente em algumas situações) com uma colocação mais lateral do nosso corpo ou escondendo a nossa sombra sob um qualquer elemento mais natural como, por exemplo, uma árvore, um muro...
Uma coisa que notei e que não posso deixar de referir (e alertar...) é que se torna praticamente impossível captar fotos, no modo de Medição Matricial, com uma correcta exposição. Se pensarmos um pouco e conhecermos este modo de medição (em especial nas câmaras Nikon) torna-se compreensível o porquê desse facto! O motivo prende-se, em especial, com as diferenças de luz existentes numa tão grande porção de cenário! As diferenças de Ev´s entre as sombras e as altas luzes são tão dispares que este sistema de medição tende a compensar as zonas de sombra... Resultado: Uma elevada quantidade de fotos sobreexpostas!
Problemático? Não! Basta usar o modo de Medição Central Ponderado ou até mesmo o Modo de Medição Pontual! Depois, de caso para caso, uns pequenos ajustes na compensação (se ainda necessário) resolverão o problema. Contudo, existe uma diferença nos resultados de medição de luz obtidos com a utilização desta objectiva Fisheye em modelos de câmaras diferentes... Numa Nikon D2x existe uma menor tendência para a sobreexposição do que, por exemplo, numa Nikon D300... duas das câmaras que usei para os testes.
Qualidade óptica
Bom, agora que já criei certamente a muitos, "água na boca", vamos lá ser mais criteriosos... Quase de certeza que já devem ter lido/ouvido que esta objectiva é uma excelente compra, que tem uma excelente relação preço/qualidade e que tem, também, uma excelente qualidade óptica... É quase tudo verdade.... Mas, infelizmente, a qualidade óptica, quanto a mim, por comparação e analisada sobre essa mesma perspectiva, não é assim tão boa...
Todavia, dada a redução da realidade que esta objectiva produz isso passa muito mais despercebido do que se fosse uma teleobjectiva.
Verdade é que, analisadas as imagens a 100% num PC facilmente se detecta a falta de recorte e nitidez... principalmente na sua abertura máxima (f/3.5). A f/5.8 ou a f/8, aberturas onde se alcança a melhor qualidade de imagem a "coisa"compõem-se um pouco...
Por exemplo, uma outra Fisheye que em tempos testei, a Nikkor 16mm, tem, apesar da sua idade, uma resolução bem superior... tal como o seu custo!
Quanto a aberrações cromáticas, os contornos azulados (Purple fringing) em condições de grandes contrastes/contra-luz, não sendo muito relevantes, lá acabam por estar presentes. A vinhetagem, surpreendentemente, mesmo com o diafragma bastante fechado, é bem controlada! O mesmo acontece com os reflexos. Objectivas grande-angulares bem mais caras, como por exemplo a Nikkor 14-24mm f/2.8, manifestam mais facilmente esse mal!
Exemplos:
(Clique p/aumentar)
Nota final:
Não é possível corrigir as deformações de imagem da Samyang 8mm Fisheye em posterior edição de modo a minimizar o "efeito arredondado". Portanto, ao comprar esta 8mm devemos estar conscientes que o seu uso se destina exclusivamente a criar esse efeito típico das Fisheye! Não adianta, como no caso da Nikkor Fisheye 16mm, tentar uma posterior "correcção digital" das imagens de modo a proporcionar resultados análogos aos que se conseguem com objectivas grande angulares pois não o vamos conseguir. A deformação nos cantos é de tal ordem que, mesmo com um grande "crop", e corrigindo a restante parte, na maior parte das imagens vai ser notória a diferença de qualidade (recorte/nitidez) com o centro da imagem. Os cantos (zonas esticadas da imagem) ficam com aspecto desagradavelmente "esborratado".
Resumindo
Com todos os "defeitos" que se possam apontar a esta Samyang 8mm f/3.5, verdade é que "nem por sombras" se consegue comprar uma outra Fisheye capaz de nos divertir tanto pelo preço que custa!
Qualidade Óptica
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★★★☆☆
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Qualidade de Construção
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★★★★☆
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Versatilidade
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★★☆☆☆
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Manuseamento
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★★★☆☆
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Valor
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★★★☆☆
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Actualização (2015/07/06):
Teste comparativo e opinião acerca do novo modelo da Samyang 8mm (CS II) pode ser visto aqui