Nikon PK-13 (Tubos de extensão)






Nikon PK-13: Imprescindível para os amantes da verdadeira macrofotografia!
Já lá vão uns bons tempos desde que falei pela última vez em equipamento...
Pois bem. Então cá fica mais um artigo acerca dos "Tubos de extensão".
Os tubos de extensão são acessórios, desprovidos de elementos ópticos, destinados a aumentar a distância entre o corpo da câmara de o encaixe da objectiva aumentando, dessa forma, a distância entre a frente da objectiva e o plano focal.*

 Qual a sua função?  
Incrementar o que de mais precioso tem a Macrofotografia: A relação de reprodução. Acerca disto, podem ver alguns conceitos aqui (abre em novo link).

 Mas afinal qual a diferença entre tubos de extensão e teleconversores?  
Não são ambos acessórios com vista a incrementar o tamanho das imagens?
A resposta é sim e não... Os teleconversores destinam-se, essencialmente, a ser usados com teleobjectivas e a aumentar a distância focal. Ou seja, uma objectiva de 300mm com um teleconversor de 2x equivalerá a 600mm de distância focal.
Por outro lado, os tubos de extensão como são desprovidos de lentes só aumentam a distância entre a objectiva primária e a câmara.

 Os Tubos de extensão aumentam a distância focal? 

Não!  única coisa que provocam é a possibilidade duma maior aproximação ao motivo com o inerente aumento deste em relação ao tamanho do sensor/película. Por isso, usar estes tubos de extensão implica a perda da possibilidade de focagem ao infinito na objectiva onde forem montados. Destinam-se a ser usados apenas em fotografias captadas a muito próxima distância ao objecto. Por outras palavras: Macrofotografia!

 A qualidade da imagem é afectada pela utilização destes tubos de extensão ou varia em função da marca ou modelo usado? 
Não! Contudo, as objectivas opticamente mais indicadas para o seu uso serão as concebidas para macrofotografia ou as "primes"...

O tubo de extensão (ou anel de extensão, se assim lhe quiserem chamar) Nikon PK-13 tem 27.5mm e é o maior que a Nikon produz. Alem deste, existem ainda o PK-11** (na versão automática: PK-11A) com 8mm e PK-12 com 12.5mm. Uma variante, destes tubos de extensão, é o PN-11 com 52.5mm que integra um suporte de tripé.
Claro que, todos estes tubos podem ser acoplados uns aos outros com vista a um maior incremento da relação de reprodução.
** O PK-11 não poderá ser montado nas actuais câmaras pois não proporciona a auto-abertura do diafragma da objectiva. Além disso, (embora não tenha pessoalmente confirmado) devido ao seu desenho e construção, danificará os contactos eléctricos da câmara onde for acoplado. A versão de 8mm automática (e que pode ser acoplada sem problemas tal como o PK-12 e PK-13) é o PK-11A.

Convém saber que, no caso dos Nikon, se tratam de simples "tubos" que não têm quaisquer contactos eléctricos. Isso significa que não transmitem à câmara quaisquer informação acerca da distância focal usada ou abertura máxima da objectiva acoplada bem como serão "perdidas" todas as informações referentes a auto-focagem ou sistema de estabilização... No fundo funcionarão em câmaras posteriores à Nikon D2 e D200 (D3; D700 e D300/s) da mesma maneira que com as velhas objectivas AI/s. 
Mesmo que acoplada, num destes tubos de extensão, uma objectiva com auto-focagem (AF) a focagem terá SEMPRE de ser efectuada manualmente.
Acerca das compatibilidades entre objectivas/câmaras e como funciona podem ver aqui. A acrescer às câmaras aí mencionadas, a "nova" D7000" também suporta e efectua medição de luz com estes Tubos de extensão. Quanto às Nikon D3000; D5000, D3100, D100, D90, D80, D70, D60, D50 e D40 infelizmente, esses modelos, não permitirão efectuar a medição de luz.
Apesar disso, mesmo com os modelos compativeis, usando tubos de extensão, o valor f/stop seleccionado no anel de aberturas poderá não coincidir com rigor à abertura correspondente.
A série de tubos da Nikon pelo menos permite uma coisa: Escolher a abertura que pretendemos. Claro que essa regulação terá de ser efectuada na própria objectiva através do anel de selecção de aberturas pelo que, objectivas da série "G" (sem anel de aberturas), estão fora de questão!

Como alternativa, a "KENKO" possui um "Kit" destes Tubos de extensão, composto por um conjunto de 3 diferentes medidas: 12, 20 e 36mm e, ao que julgo, em três versões: Canon e Nikon e Minolta (Sony). Todos dotados de contactos eléctricos que permitirão transmitir as informações à câmara (AF, VR, Medição de luz, etc.).
Em todo o caso posso dizer que, a este nível de macrofotografia, a questão da leitura de luz além de ser uma boa ajuda é importante mas já o mesmo não se passa com a focagem automática que pode ser perfeitamente dispensada!

Em baixo:
Exemplo da ampliação máxima numa moeda de €1,00 (aumento da relação de reprodução) com a Micro-Nikkor 60mm f/2.8 + Nikon PK-13


Sem mais qualquer elemento óptico (lente) a relação de reprodução aumentou de 1x para 1,6x.
Mas, como disse, nada impede de se acoplarem mais que um destes tubos de extensão... em baixo fica um outro exemplo das diferenças de aumento verificadas com a adição dum segundo destes PK-13:







A imagem representa uma moeda de 10 cêntimos cujo diâmetro é de 19,75mm.

Claro que, as imagens (sem qualquer corte) representam não só o efeito do incremento da relação de reprodução, à medida que se vai aumentando a distância entre a objectiva primária e o corpo da câmara mas também o aumento conseguido em virtude do chamado factor de conversão do sensor DX. No caso em concreto foi utilizada uma Nikon D2x cujo factor de conversão é, como de resto em todas as câmaras Nikon de sensor DX, de 1,5 vezes.
O que significa que, nestas circunstâncias (usando 2 tubos de 27,5mm), ficamos com um aumento da imagem (no sensor) em relação ao seu tamanho real de 3 vezes!
Duas vezes por força dos tubos a que acresce ainda 1,5 x do factor de conversão do sensor!

Mas, para o pessoal não se animar muito e sair já a correr por aí fora a comprar uma série de tubos de extensão devo dizer que as dificuldades de fotografar em macrofotografia vão aumentando de forma correspondente ao incremento da relação de reprodução. Desde logo, a profundidade de campo fica reduzidíssima... por vezes é de cerca de 1mm!

Depois, o inevitável aumento de comprimento entre a câmara e parte frontal da objectiva faz com que seja mais complicado usar o flash sem provocar sombras. Mesmo sendo um flash externo montado na sapata da câmara... Por isso, o uso de pelo menos um difusor ou uma "softbox" tornam-se aconselháveis. Melhor ainda se estiverem montados num suporte externo ou num braço de flash!
Caso queiram ver algumas fotos conseguidas com estes tubos de extensão, designadamente quanto ao nível de aproximação/ampliação que proporcionam, podem ver aqui (abre em novo link).

* Plano focal é o ponto coincidente com a localização do sensor (ou película). A sua localização é indicada, nos corpos das câmaras, por uma pequena marca cujo desenho consiste numa circunferência cortada a meio por um traço. É a partir desta marca (plano focal) que se efectuam todos os cálculos relativos a distância focal vs profundidade de campo vs factor de ampliação, etc.. 
Quando, por exemplo, se fazem referências à distância mínima de focagem duma determinada objectiva, essa distância conta-se, precisamente, a partir deste ponto e não (como muita gente pensa) da frente da objectiva.

8 comentários:

Sara Carvalho disse...

Ora como o post fala de macro aproveito para lhe dar a conhecer o forum que acabo de criar e que muito tem a ver com "macro".

http://insectos-aranhas.livre-forum.com

Seria muito bom tê-lo por lá.

Beijinhos.

pbl disse...

Comprei uma 100mm macro com o objectivo (entre outros) de fotografar a bicharada do infinitamente pequeno, a começar pelas formigas e abelhas, que são dois insectos que sempre me fascinaram.
Vamos a ver se é este verão que começo.
O artigo está excelente, faltaria apenas a abordagem do tripé, que também ajuda muito para focar a estas distâncias com profundidades de campo perfeitamente ridículas, nas quais um pelo faz toda a diferença.

Fábio Fukuya disse...

Quais são as restrições do extensor PK-13? Digo, tem algumas lentes que não podem ser acopladas ao mesmo?pergunto isto porque queria comprar, juntamente com o PK-13, uma lente micro,e estou de olho na AF-S Micro Nikkor 60mm f/2,8G ED. Pesquisando sobre a mesma, me deparei com um problema. Li em alguns locais que todas as lentes serie G não podem ser acopladas na PK-13. Isto ocorre mesmo?

José Loureiro disse...

Fábio,
Apesar das objectivas da série “G” poderem (fisicamente) ser acopladas aos PK-13, efectivamente, não funcionarão em conjunto com aqueles!
Portanto, qualquer objectiva que queira acoplar aos PK-13 terá de possuir anel de aberturas para, manualmente e directamente na própria objectiva, poder seleccionar a abertura pretendida.
O problema da incompatibilidade reside na falta de comunicação entre a objectiva, o(s) PK-13 e a câmara. (Também por esse motivo perderá o controle da câmara sobre a objectiva no que concerne à focagem automática embora isso não seja, neste tipo de fotografia, relevante uma vez que 99% das vezes a focagem efectua-se manualmente).
Para melhor compreensão pode ver este artigo acerca dos contactos eléctricos (CPU) da Nikon.
Ora, como a abertura das objectivas da série G é unicamente controlada pela câmara uma vez que as mesmas não possuem anel de aberturas, não existe maneira de controlar (abrir e fechar) o diafragma neste modelo de objectivas quando acopladas aos PK-13. O que significa que não pode controlar a quantidade de luz que chega até ao sensor.
Mas, mesmo utilizando objectivas que possuam anel de aberturas em conjunto com os PK-13, existe, também, uma incompatibilidade de utilização (por impossibilidade de leitura de luz) com câmaras que não possibilitem a introdução da distância focal e abertura máxima da objectiva que estamos a utilizar como é ocaso das Nikon D3000; D3100; D5000; D5100, etc.. (Acerca deste último assunto pode seguir o link no final do artigo mencionado).

Unknown disse...

Uma forma de controlar a quantidade de luz e fotografar com uma lente Nikon 105mm AF-S 2.8G,acoplada a um PK-13, talvez seja controlar apenas a velocidade do obturador, e conferir as fotos pelo visor de lcd.
Seria uma alternativa? Ou isto poderia danificar a lente ou a máquina? Fotografo com uma D-3.
Me preocupei também em saber que o PK-11 pode danificar a máquina, porque acabei de comprar um kit PK-11, PK-12 e PK-13.
Um abraço, e obrigado pelo EXCELENTE BLOG, e pelas VALIOSAS DICAS DE FOTOGRAFIA.

José Loureiro disse...

Não, não é alternativa.
A questão não consiste somente em conseguir uma correcta exposição. Até porque isso poderá fazê-lo na Nikon D3 indicando à câmara a distância focal e a abertura máxima da objectiva que está a usar. (No caso de acoplar à Nikon AF-S 105mm um Nikon PK-13 terá que proceder desse modo pois a face à isenção de contactos eléctricos no PK-13 a câmara não saberá qual a objectiva que está a usar).
O problema de acoplar objectivas AF-S ao PK-13 é que só poderá fotografar na sua abertura máxima – os f/2.8. Ora, essa abertura aplicada à macrofotografia, mesmo sem adicionar o P-13, é praticamente inútil para a maioria das situações uma vez que a profundidade de campo fica reduzidíssima… Com o PK-13 acoplado a situação piora! Ou seja, de nada servirá aumentar a relação de reprodução acrescentando um tubo de extensão de se não conseguirmos controlar e alterar as aberturas do diafragma.

Ricardo Pires disse...

boa tarde José,

tenho dúvidas em relação á fotografia macro.
como posso saber a ampliação quando utilizo tubos de extensão/fole?
Fala-se numa relação=extensão/DF lente, mas não temos de entrar com o fator de sensor (1,5 - Nikon) e a relação de ampliação da propria lente?
tenho uma Nikon 50mm f/1.8, nas carecteristicas diz que a relação é 1/6.6=0.15
assim com tubo 32mm
Ampliação será= 32/50=0,65+0,15=0,8
com factor DX = 0,8*1,5=1,2
ou seja teria uma ampliação de 1,2.
é assim que funciona? Peço desculpa pela ignorância.

cumprimentos
Ricardo

José Loureiro disse...

Sim. Os valores reportam-se sempre ao formato Full frame (35mm) pelo que terá, por fim, de lhe associar o chamado valor do factor de conversão (ou multiplicação). No caso da Nikon (DX) 1,5 vezes e no caso da Canon 1,6 vezes.