Nikon D300 - 12Mp DSLR - Teste




Introdução:
Começando, como é usual, pela menção a prémios a Nikon D300 teve também direito a um: melhor câmara "avançada" D-SLR da Europa em 2008 (EISA).
Já lá vão uns tempos desde que foi anunciado o seu lançamento, mais precisamente em 23/08/2007, tendo-se mantido este modelo em comercialização até à muito pouco tempo atrás. Recentemente foi substituída pela Nikon D300s um modelo que no fundo, quanto a mim, é de aspirações honestas uma vez que pouco acrescenta em relação ao modelo aqui em causa. (as diferenças podem vê-las aqui)
Por outro lado, face à sua antecessora, a Nikon D300 acrescenta um novo processador de imagem CMOS em vez do anterior CCD da Nikon D200. A evolução do modelo anterior para a D300 em termos de tamanho de imagens não foi muito grande tendo-se passado dos 10 para os 12 megapixéis. Não será este, certamente, o argumento principal que fará a grande diferença. Mas, quanto a qualidade de imagem o novo processador  EXPEED, além doutras pequenas nuances, parecem permitir resultados finais melhores que os do modelo anterior. Outro factor que evoluiu foi a velocidade. Se já as 5 fotografias por segundo que a D200 era capaz eram um bom número a fasquia subiu, com a Nikon D300, para as 8 fotografias por segundo! (com o punho vertical MB-D10)
Pessoalmente gosto de analisar por comparação, nomeadamente, com aquilo que conheço. Por isso, este artigo não foge à regra e a análise da Nikon D300 é feita em relação ao anterior modelo, D200, bem assim como com aquela outra câmara que testei e que, até ao momento, servirá de padrão quanto à qualidade de imagem - a Canon 5 D MK II

Especificações:

Manuseamento:
Na introdução já mencionei alguns aspectos que fazem a diferença face ao anterior modelo. A velocidade de captação de fotos que esta câmara é capaz é um desses aspectos sendo deveras impressionante!
Todavia, o número máximo de 8 fotos/seg. é obtido com algumas condicionantes... Primeiro teremos de acoplar à câmara o punho vertical (ou Grip, se assim quiserem chamar) MB-D10. Depois, mesmo assim, para obter esse número estando a usar o formato de arquivo Raw, teremos que nos limitar à profundidade de 12 bits, pois caso estejamos a usar o modo de 14 bits o número máximo de fotos decresce (radicalmente) para as 2,5 fotos/seg.! Além disso teremos que usar a bateria ENEL4a ou o carregador opcional com 8 (oito!) pilhas AA. Na realidade, por mais rápido que seja o assunto que estamos a fotografar, na maior parte das vezes, não vamos precisar de tanta velocidade! Mas, velocidade por si só, sem uma precisão de focagem associada de nada valem. Por isso, também o revisto sistema de focagem (agora de 51 pontos) é outra das alterações dignas de relevo. Quanto a este aspecto a Nikon, inclusivamente, disponibilizou uns tempos após o seu lançamento, uma actualização a fim de permitir uma maior precisão de fogagem e de seguimento. Ainda hoje em dia se mantém a mencionada versão de actualização de Firmware: A: v1.10. - B: v1.10. - que pode ser descarregada gratuitamente do site oficial da marca.
Mas já estou a "fugir" um pouco ao tópico... manuseamento... bom, é praticamente igual ao da D200. Um ou outro botão estão em sítios trocados... ah! uma diferença... nesta D300 a Nikon retirou o botão de acesso directo à função de Bracketing (BKT). Porquê? Também não sei. O que sei é que em seu lugar está o botão de acesso à visualização de fotografias.
De qualquer forma, nem a D200 nem a Nikon D300/D300s quando usadas com objectivas mais pesadas e/ou compridas ficam bem "contrabalançadas". Por isso, os punhos verticais MB-D200 e MB-D10 complementam, respectivamente, estas câmaras. Pena é, que quem evoluiu, ou pretenda evoluir, entre estes modelos se veja "obrigado" à aquisição de um novo punho, em virtude de não serem compatíveis! E o MB-D10, embora de qualidade de construção superior ao MB-D200 também o é no preço!

Design/Estética - diferenças entre a D200 e a D300:
Se já a D200 era uma câmara apelativa, prática e funcional, de igual modo o continuam a ser as Nikon D300 e a recente D300s. Na realidade, além de um ou outro pormenor, muito pouco mudou desde então.

Senão vejamos...
(Mova o cursor sobre a imagem)

Qualidade de imagem:
A qualidade da Nikon D300 difere um pouco daquilo a que estava habituado com a D200. As cores são mais vivas e intensas. Enquanto que a D200, para obter as cores correctas, obriga a regular a saturação de cor para +1, a D300 parece ter uma predefinição de valores de saturação maiores (por vezes até ultrapassando o neutro). Quanto ao grau de ruído houve uma substancial melhoria em relação à sua antecessora podendo usar-se com segurança sencibilidades até aos 1600 ISO. De igual forma, a passagem dos ficheiros de imagem de 12 para 14 bits traduzem-se numa maior profundidade e rigor de cores. Estive a fazer comparações, também, com uma câmara da marca "concorrente" (mas não a câmara concorrente deste modelo - que seria, quanto a mim, a 7D), designadamente uma Canon EOS 5D MKII, e posso dizer que quanto ao ruído e "limpeza" de imagem, nomeadamente à visualização de pequenos artefactos, a D300, desde que usados valores de sencibilidade ISO baixos ou médios (até aos 1600), consegue igualar a qualidade de imagem da Canon. Acima desse valor a Nikon precisa ainda de evoluir... Também quanto à coloração e continuando em termos comparativos com a Canon, a intensidade e profundidade de cores da D300 pareceu-me maior. Quanto ao recorte/aberrações cromáticas também notei melhorias face à antecessora D200. As melhorias são mais notorias em JPG do que em RAW uma vez que fotografando com o primeiro tipo de ficheiros, o processador da câmara encarrega-se de corrigir, imagem a imagem imediatamente antes de serem guardadas, as aberrações crómáticas! Em comparação com a já referida Canon 5D as imagens da Nikon D300 pareceram-me ter um maior grau de recorte/nitidez. Contudo, se face à comparação com a D200 posso estabelecer um padrão, porque foi usada a mesma objectiva em ambas as câmaras, já quanto à Canon 5D o teste de recorte/definição não pode ser levado tão em conta pois a objectiva com que foram efectuados os testes era (supostamente) inferior à usada nas Nikon. Ou seja, Canon EF 24-105mm f/4 L IS USM e Nikkor 24-70mm f/2.8 ED-IF AF-S, respectivamente.

Teste ao recorte/nitidez de imagem:


Obs:
As imagens são crop's a 100% com 400x400px das fotografias originais captadas em Raw e convertidas para JPG - 8bits sem mais qualquer alteração.
Conforme se observa, o grau de recorte da D300 é um pouco maior (pese embora deva ter-se em conta a explicação referente às diferenças entre as objectivas usadas). Já quanto à coloração (saturação) a da Canon 5D MK II  fica mais próxima do neutro. A Nikon D300 atinge (com regulações neutras) um grau de intensidade de cor maior.

Comparativo ao ruído de imagem:
(até aos 1600 ISO)


A Nikon D300 surpreendeu-me pelo baixo nível de ruído de imagem até um valor que considero já aceitável: Os 1600 ISO!
Na realidade, até esse valor (entre os 800/1600 ISO), ainda foi possível fazer comparações com o da Canon EOS 5D Mark II, que tomei como referência. Os resultados foram de tal maneira diferentes daquilo que esperava que me surpreenderam positivamente! Pareceu-me que o ruído de imagem da Nikon D300 tende a ser predominantemente de luminância enquanto que o da Canon (acima desses valores) aparenta mais evidência no ruído cromático. Na Nikon, mesmo a 3200 ISO mantém-se essa tendência de ruído de luminância. No limite de sensibilidade da câmara (6400 ISO) passa, então, a ser evidente algum ruído cromático. Outro aspecto positivo na Nikon D300: A fidelidade na reprodução de cores que é  capaz de produzir sob condiçoes de luz pouco favoráveis é espantosa. Mesmo a ISO's mais elevados, em situações de escasssa luminosidade a proximidade de cores com o real que esta câmara reproduz é realmente boa.
Quando me lembro que na antecessora desta câmara raramente me atrevia a usar valores superiores a 640 ISO! Estas D300/D300s com o novo sensor de imagem “Expeed” conseguem melhores resultados utilizando o dobro desses valores! Neste campo é notória a evolução em termos de qualidade de imagem.

Imagens adicionais:
(clique p/aumentar)



Opinião:


Fotografias de exemplo:
(entre as que oportunamente surgirão, ficam as dos primeiros testes)


Conclusão:
No geral, o "salto" face ao modelo anterior poderia ainda contemplar mais um ou outro item. Todavia, há que considerar que algumas melhorias e inovações são, sem sombra de dúvida, dignas de registo.
De qualquer maneira esta, ou agora a Nikon D300s (pequena evolução deste modelo) são, até ver,  aquilo que aquela marca comercializa como seu melhor modelo em formato DX (APS-C).

 Artigo relacionado:  Nova Nikon D300s

3 comentários:

pbl disse...

Como sempre, excelente trabalho de análise.

Alexandre Lago disse...

Primeiramente queria parabeniza-lo pela excelente matéria de análise. Queria aproveitar sua experiência e lhe fazer um questionamento quanto a D200. Possuo uma Nikon D200 + 18-135mm. Sei das limitações dessa lente, porém com a D200 as fotos estão saindo sem vida, sem cor, sem brilho. Mesmo colocando a saturação +1 ou +2. Coloco essa mesma lente numa nikon D80 e as cores ficam excelentes. Estou me sentindo meio cego em tiroteio, hehehe e queria saber se poderia me dar alguma dica pra resolver esse problema. Meu email é alexlago1@hotmail.com e meu skype alexlago_ct
Muito obrigado antecipadamente. Abraço

José Loureiro disse...

Olá Alexandre.
Quanto à sua questão, obviamente que o problema da falta de saturação não poderá residir na objectiva. Tal como já comprovou, noutra câmara o problema que relata não existe…
Assim sendo, das duas uma: Ou a D80 que fala está configurada para um maior nível de saturação ou, pelo contrário, a sua D200 está configurada para um grau de saturação mais neutro… Isso poderá comprovar fazendo testes com outras objectivas.
Contudo, caso esteja a fotografar em JPG, pode verificar se não alterou nenhum parâmetro relativo às configurações de qualidade de imagem, como por exemplo o modo de saturação ou até mesmo o espaço de cor (sRGB ou Adobe) através do menu da câmara em “alterações recentes”
Por último, caso possa prescindir das regulações que entretanto tenha há efectuado e ter o “trabalho” de configurar de novo a câmara com as suas definições personalizadas, pode fazer uma reposição dos valores originais carregando simultaneamente nos botões “Qual” (Qualidade) e compensação exposição (estão ambos marados por um ponto verde) e depois, seleccionar o modo de saturação de cor “Vivid” ou através do modo de saturação personalizado seleccionar o grau pretendido.
Se pretender ainda “tirar teimas” pode experimentar captar fotos com a mesma objectiva na D80 e na D200 em RAW e comprovar a coloração das imagens… neste caso terão que ser análogas, a não que de facto algo de estranho se passe com a câmara pois em RAW todas essas configurações relativas à saturação de cor não são tidas em consideração…
Abraço