Dicas de Photoshop - Como fazer uma fotografia em HDR?


Canon EOS 5D Mark II + Canon 24-105mm f/4 L IS USM + ND8
Composição HDR de 6 fotografias [-4,32Ev; -1,64Ev; -0,64Ev; 0 Ev; + 0,68Ev; + 2,58] em CS4
Recarei –Paredes (N 41º 9’ 81” – W 8º 24’ 75”)

HDR… novamente.

Há uns tempos atrás expliquei, resumidamente, o que era o HDR (High Dinamic Range) e como se captavam fotografias com o intuito de, posteriormente, em pós-produção as juntar. (ver aqui)

Faltou, na altura, explicar a segunda parte do processo. Isto é, como é que se juntam as fotografias e se conseguem resultados em HDR.

Como o prometido é devido, então cá fica!

Primeiro que tudo necessitamos, obviamente, de um computador e de um programa dedicado para o efeito. Os mais conhecidos e usados, ao que julgo, serão o Photoshop e o Photomatix.

É em relação ao primeiro que me vou reportar. Desde a sua versão CS2 que este programa, de modo “automático” possibilita “fundir” (Merge) imagens!

E, já agora, curiosamente a última versão deste programa, o CS4, com ficheiros NEF (Nikon), não o faz tão bem como a versão anterior. Não que a qualidade seja inferior mas devido aos “bugs” ou erros que tem, designadamente quanto à utilização de memória, durante a execução deste processo! Já quanto a ficheiros CR2 (Canon), como foi o caso da fotografia do topo, apesar de inclusivamente serem maiores, não detectei qualquer problema!

De facto, processar 6 ou mais imagens em formato RAW de maneira a fundi-las e a conseguir ficheiros de 32 bits demora um pouco de tempo (no meu PC, no caso concreto, cerca de 8 minutos) e exige um pouco da memória disponível dos mesmos. Não obstante, quem já tentou este processo em CS4 e deparou com a mensagem “não existe memória suficiente…” ou algo do género, não vale a pena desesperar e tentar aumentar a memória que é dedicada a este programa pois o erro não é daí… se iniciar o processo sem encerrar a sessão, da segunda vez tudo é mais rápido e já não há mensagens de erros (pelo menos várias pessoas já tiveram este problema)! Caso tenham instalada, ainda, a versão CS3 e se deparem com uma destas mensagens no CS4 ao tentar fundir imagens a partir de ficheiros NEF usem antes a versão 3 e verão que sem mudar qualquer configuração ela processará à primeira todas as imagens!

Adiante… muito sinteticamente…

Como fazer para processar em Photoshop fotografias em HDR:
  1. Abrir o Photoshop e seleccionar File > Automate > Merge to HDR
  2. Procurar (Browse) as fotos que queremos “fundir” (no mínimo 2, mas quantas mais capturas c/diferentes exposições do mesmo assunto mais pormenor teremos)
  3. Se as fotos tiverem sido captadas num tripé pouco estável seleccionamos a opção “Automatic Align Source Images”
  4. Escolhemos a profundidade de 32 bits para obtermos uma maior gama dinâmica (menu – “Bit Depht”)
  5. Concluída esta fase do processo movemos o cursor de acordo com a previsão que nos parecer melhor e clicamos em OK para criar a imagem fundida (o aspecto é nesta fase bastante mau, mas ainda há muito para fazer…)
A partir daqui, passamos a “trabalhar” a nossa imagem em 32 bits (notar rastos de compressão de imagem ou cores esquisitas, nesta fase do processo, não é nada de anormal. Os monitores não estão preparados para lidar com esta profundidade e gama dinâmica de cores)

Regra geral as imagens necessitam de variadíssimas correcções/ajustes até se tornarem realistas (acerto de níveis, correcção de cor, saturação…)

Para ficarem com uma ideia geral, acerca do início do processo, aqui ficam as 6 fotografias que originaram a foto HDR do topo:


Findos esses “acertos” chega a vez de “guardarmos” a nossa imagem. Ou em 16 bits (TIF) ou para o mais corrente formato JPG (8 bits). Para isso, antes de guardar temos então ainda de converter a nossa imagem em 16 ou 8 Bits consoante o formato pretendido. Como? Menu “Image”> 8 bits ou 16 bits.

8 comentários:

pbl disse...

Excelente artigo!
E com uma Mk2!
Pergunta: e se o motivo da fotografia tiver elementos com movimento, por exemplo, pessoas ou animais?
Será possível utilizar as layers para escolher qual a que aparecerá na imagem final?

José Loureiro disse...

Obrigado!
Quanto à pergunta, efectivamente tanto quanto sei, não é possível.
O que vai acontecer é que vai ficar com as duas imagens sobrepostas, sendo que uma delas (ou mais, consoante seja o caso) vai ficar ligeiramente esbatida nos motivos não repetidos (como se tratasse de uma fotografia de dupla exposição).
Usando este método não existe possibilidade de escolha de layers.
No caso concreto, da fotografia à água, não existe qualquer inconveniente até porque como as fotografias que originaram o HDR foram captadas com um filtro de Densidade Neutra (ND8) criou-se o efeito de arrastar da água e mesmo com duplicação de movimentos ou de silhuetas não se afecta o efeito final. (até se consegue acentuar esse efeito de arrastamento).

pbl disse...

Bem me parecia!
De qualquer modo, obrigado pela resposta.

Anónimo disse...

Mais uma vez muito obrigado pela clareza da sua exposição. Segui todos os passos que indicou e consegui fazer a 1ª experiência com HDR. Alerto para os utilizadores da Canon EOS 1000D (o meu caso) que o CS4 na janela do HDR merge não detecta os ficheiros CR2. Para isso em vez de seleccionarem os ficheiros um a um, utilizem a opção "abrir pasta" onde se encontram as imagens em RAW. A actualização do adobe camera Raw não resolve o problema.

Miguel Teixeira

José Loureiro disse...

Olá caro Miguel.
Quer opte por abrir os ficheiros a partir duma pasta, quer individualmente, o que muda é só a localização e não o tipo de ficheiros.
Penso que o problema que relata deve ter a ver com uma questão de configuração pois, por curiosidade, acabei de testar e os ficheiros da Canon EOS 5D MK II (também CR2) abrem no HDR merge quer duma maneira, quer doutra…

Miguel Teixeira disse...

Julgo ter toda a razão, era simplesmente uma questão de configuração.

Muito obrigado.

Miguel Teixeira

Anónimo disse...

Boa tarde Jose Loureiro.
Conheço seu trabalho que por sinal é bem perfeito,parabens,,quanto a matéria sobre HDR eu sou de uma maneira pensante um pouco diferente,não sou contra quem edita imagem,mais eu em particular não vejo como fotografia,,explico,,imagine eu que investi numa nikon D90,uma boa maquina,com lentes 18-200 sigma,,ja é um custo,e mais uma parafernalha de coisas,ai saio para fotografar com custo é claro e na volta,,vou editar tudo no photoshop,,ai te pergunto,,que graça tem,,ai penso,,ou eu não domino a maquina ou eu estou ficando viciado em editar,concorda comigo,hoje Loureiro vc não ve um aluno ou iniciante falar ou postar duvida,o que posta é,,duvida na edição de imagem,,ai te pergunto,para que tantas dicas de como se tirar boa foto,para que livros,perde o sentido,no meu ver hoje a fotografia esta ficando banalizada em edição,se vc quiser veja o caso desse fotografo,Tony Prower,e ve o que ele faz e compara com essa fotografa Lucie Debelkova,ai me diz,quem é fotografo afinal,acho que fotografia é vc apanhar no dominio da maquina,no dominio da tecnica ,fora isso,é apenas uma imagem falsificada por algum editor de imagem,,,meu nome é kilson,,meu email é,,kilsonrj@gmail.com..que não gosto de ficar na sombra,,abraços

José Loureiro disse...

Olá Kilson.
A fotografia, enquanto forma de “arte”, tem de ser vista num conceito final e global.
Embora, pessoalmente, não faça (nem goste) duma edição “exagerada” das fotografias entendo que, nesta “era digital”, a posterior edição dos ficheiros é praticamente indissociável da captura. Em “linguagem digital”, a posterior edição em computador não é mais do que o correspondente e tradicional “laboratório” para a fotografia analógica. A diferença? O “técnico” somos nós.
Dessa forma, não me repugna, de forma nenhuma, a edição no que concerne à recuperação e simples correcção de níveis como, por exemplo, saturação, brilho, contraste, etc.…
De igual modo, pensando nestes termos, facilmente verificamos que, por vezes, é preciso mais… Ora, o HRD é uma das maneiras possíveis de conseguir compensar enormes diferenças de Ev’s… Daí que se possa perguntar: Porque não? Conseguimos obter esse resultado directamente na câmara usando filtros ou outro qualquer artefacto? Não!
De maneira inversa, também não conseguimos, em posterior edição, reproduzir alguns efeitos captados directamente pela câmara com certas objectivas ou filtros... Daí que ambas as coisas devam ser saudavelmente utilizadas.
Quanto a gostos ou sentidos estéticos, tal como numa pintura, tudo é discutível. Os nossos olhos farão a leitura final…
Por isso, o HDR é uma técnica digital disponível à mão de quem a quiser (e souber) usar. Tal como referi, não é das técnicas que mais utilizo mas tenho que saber reconhecer que gera resultados impossíveis de conseguir somente através dos ficheiros nativos da câmara. Depois, não havia já pós-produção (em laboratório) no tempo da fotografia analógica? Pois é! Usavam-se filtros, gel, etc. para “mudar” o aspecto da imagem original da película e conseguir um certo resultado.
Em todo o caso, os resultados em HDR, podem traduzir-se numa sensata imagem “natural” ou numa completamente “surreal”. Agradam-me mais os resultados do primeiro caso, mas há que ter uma mente aberta…
Mas, no global até concordo, de certa forma, com o seu ponto de vista. Também não gosto de ver uma imagem “exaustivamente” editada. Mas, tal como referi, são sentidos e gostos estéticos que devemos, mesmo que não entendendo, respeitar.
Abraço