RAW ou JPEG? Qual o melhor formato de arquivo? (vantagens vs desvantagens)


Hoje vou arriscar a falar num dos temas, provavelmente, mais controversos da fotografia digital:
– O uso do formato de gravação Raw (ou não…)!

Tenho trocado opiniões com muitos fotógrafos que dizem só usar Raw. Facto é que, quando se lhes pergunta o porquê, não sabem muito bem qual a resposta a dar… a mais vulgar é: “porque é melhor”, ou “porque guarda mais informação”, ou ainda porque “fico sempre com o ficheiro original intacto sem sofrer perdas de qualidade”….

Depois, há a ideia generalizada que o formato RAW é o formato tipicamente e exclusivamente usado a nível “pro” e que, pelo contrário, o formato de gravação JPG é usado/destinado ao uso amador ou por não profissionais…

Bom, sobre este assunto e para que fique desde já esclarecido, não vou aqui dizer qual é o melhor ou pior formato de gravação (RAW ou JPG). Vou simplesmente transmitir a análise das vantagens e desvantagens de cada um deles dando, ao mesmo tempo, uma opinião pessoal sobre a matéria. Até porque, como mais à frente veremos, não há melhor, nem pior... tudo depende...!

Embora este artigo seja um pouco extenso penso que, para a generalidade das pessoas, valerá a pena a sua leitura pois ajudará a esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto. Para isso, nada melhor que visualizar e comprovar as diferenças através dos testes/demonstrações efectuados.

Mas primeiro que tudo, para comparar os dois formatos, temos desde logo que entender o significado de cada um. Sem querer aprofundar este tema entendo, contudo, que para a maior parte dos leitores uma noção básica será necessária para que se compreendam as diferenças:
  • RAW – Não é nenhuma abreviatura. É uma palavra que traduzida para português significa “cru”. A expressão equivalente mais correcta, na minha opinião, talvez seja “em bruto” ou “não processado”. Quer isto dizer que este tipo de ficheiros contém a informação de imagem (em pixels) inalterada tal como “sai” do sensor da câmara. Os ficheiros são gravados pela câmara sem qualquer compressão (actualmente existem câmaras capazes de “comprimir a informação dos ficheiros RAW, mas isso já é outra questão…). Esses ficheiros não são afectados com a utilização de regulações na câmara como, por exemplo, ajustes de “sharpenning” (nitidez), WB (equilíbrio de brancos), modos de cor seleccionados (vivid, menor ou maior saturação de cor, etc…). No fundo são aquilo que de mais parecido e equivalente temos ao negativo do filme da era analógica. Convém ainda saber que cada câmara e cada modelo de câmara tem o seu próprio RAW. Ou seja, o formato RAW não é estandardizado e único! Por isso é que cada modelo de câmara tem o seu apropriado programa de leitura/tratamento e conversão para TIF ou JPG! Estes ficheiros “em bruto” também podem ter terminologias próprias de marcas como “NEF” (Nikon Electronic Format), CRW – CR2 (Canon), ... Actualmente a Adobe criou um sistema que visa uniformizar os formatos RAW face há já vasta implementação e vulgarização deste tipo de ficheiros. O formato é denominado de DNG (Digital Negative). Algumas marcas já possibilitam a sua utilização (Hasselblad, Leica, Casio, Ricoh, e Samsung). A mesma empresa possibilita também no seu programa “Photoshop” (a partir da versão CS2) e “Photoshop Elements” (a partir da versão 3) a conversão dos ficheiros “RAW” das várias marcas e modelos de câmaras actuais em ficheiros DNG para que mais tarde possam ser lidos e compatíveis. (Como pequeno aparte posso referir que a actual versão Plug-in do Photoshop CS4 - Camera RAW 5.5 – supera, quer em termos de facilidade de uso, quer em termos de capacidade de leitura e correcta conversão de ficheiros as anteriores versões disponibilizadas no CS3, pelo menos no que diz respeito à leitura dos ficheiros das Nikon D200).
  • JPEG ou JPG – É a abreviatura de "Joint Photographic Expert Group". Este tipo de ficheiros é substancialmente mais pequeno que o mencionado anteriormente. Contudo, o resultado final tem em conta todos os parâmetros (regulações) que lhe introduzimos e o resultado final é a imagem processada pela câmara em modo comprimido com a adição desses factores. Essas alterações à imagem (equilíbrio de brancos, modos de cor, nível de nitidez, …) são irreversíveis. Ficam a fazer parte integrante do ficheiro original.
A imagem do topo foi colocada propositadamente de forma a ilustrar e a melhor entender aquilo que acabo de dizer. Em baixo podem observar-se, nos crop’s a 100% da mesma, as diferenças dos resultados. A imagem em JPG conta com a “adição” de informações (regulações da câmara) como “sharpenning hard”, “cores mais saturadas” e equilíbrio de brancos regulado para “nublado”. O resultado final em termos cromáticos é mais próximo da realidade, mas estas alterações efectuadas pela câmara introduziram também artefactos e isso provocou uma diminuição do recorte da imagem. (Caso não tivessem sido feitos quaisquer ajustes na câmara, provavelmente não seriam notórias, neste tipo de visualização ou até em pequenas impressões, quaisquer diferenças entre elas)


Agora vamos passar a mais uns testes/demonstrações das diferenças entre os dois formatos mas desta vez com ficheiros RAW (sem compressão) e ficheiros JPG, no modo de prioridade à qualidade e tamanho grande, em modo “flat” (sem regulações na câmara de modificação de imagem).


Quanto ao recorte (grau de pormenor):

Esta fotografia foi escolhida para este teste/demonstração em virtude do grau de pormenor que permite analisar.
Para esse efeito foram efectuados dois crop´s aos ficheiros originais com apenas 300x300px. Esses crop´s estão aqui representados/ampliados a 200% (sem mais qualquer alteração).
Quer isto dizer que os crop’s representam, em tamanho real, uns meros 8x8cm numa área total de impressão em papel de mais de 1 metro de comprimento por cerca de 70cm de largura!!!
(Ao ampliar a 200% uma pequena área da imagem com 300x300 pixéis estamos a prejudicar obviamente a qualidade real da mesma mas, deste modo, podemos visualizar e aferir melhor acerca das diferenças existentes).

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Quanto à preservação da informação nas Altas Luzes:






Se no exemplo anterior (teste às diferenças de recorte), mesmo com um aumento a 200% as diferenças não são muitas, já quanto ao teste das Altas Luzes, começamos a notar a vantagem dos ficheiros RAW no que toca à preservação de informação (detalhe).
Desta vez foram efectuados crop´s a 100% das imagens originais com o tamanho de 600x600px.


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Para melhor vermos as diferenças vamos analisar os histogramas (reportam-se à fotografia imediatamente anterior):


Quanto ao tamanho dos ficheiros?

Pois bem, os ficheiros JPG’s destes dois últimos exemplos tem 4,84MB e 4,14MB, respectivamente, enquanto que os RAW’s tem… 15,7MB e 15,4MB!!!

Para dar uma ideia dessa diferença vamos, hipoteticamente, pensar num daqueles dias em que estamos “inspirados” para “carregar no botão” (na realidade isso depende de cada um e do tipo de fotografia que estamos a fazer) … mas vamos fazer as contas a 400 fotos. Ora, 400 ficheiros em formato JPG com cerca de 5MB cada = a 2GB. Nada que não caiba num cartão de memória e que ocupe muito tempo a descarregar para o computador. Continuando… as mesma 400 fotos, desta vez em formato RAW (sem compressão) a uma média de 15MB cada = 6GB! Hum… já é um bocado, não? E isto, ou mais, num só dia…!

Dito tudo isto e tendo também já sido explicado (muito sumariamente…) o que significa cada um dos formatos vamos, agora, passar à análise de cada um, designadamente as suas vantagens e desvantagens.

Para isso e uma vez mais para melhor compreensão elaborei a tabela abaixo que resume a informação que os distingue:

                 (*) – Aspectos mais relevantes

Depois de ver as principais diferenças entre “RAW” e “JPG” ficamos com a resposta acerca de qual o melhor formato de gravação de imagens?
Não, na realidade precisamos de saber e compreender acima de tudo porque precisamos de usar um ou outro formato e qual o mais adequado às nossas necessidades…

Uma vez, usei o seguinte analogismo para explicar porque é que nem sempre necessitamos de fotografar em RAW (na altura foi em Inglês por isso vou tentar transmitir a ideia principal):

“ … muitas pessoas usam “RAW” porque é o melhor… a pergunta que faço é esta: Necessitam desse formato? Sabem utilizar as suas potencialidades em pós-produção? …. Usar o formato de gravação “RAW” indiscriminadamente “porque é melhor” sem o compreender, não ter meios (computador capaz) e não saber tirar partido dele é como “comprar um Ferrari pelo motivo de ser um carro rápido e depois não o saber conduzir aproveitando a potência que tem ou utilizá-lo somente para fazer percursos citadinos a velocidades máximas de 50/60Km/h…!”.

Usando RAW devemos estar conscientes de que vamos precisar de um computador capaz (processador e memória) para “tratar” e converter as nossas fotografias (ficheiros). Depois há que saber tirar partido da pós-produção (recuperação e/ou correcção de níveis, equilíbrio de brancos, etc.).

Outra pergunta importante que devemos questionar-nos e que pode ajudar a responder acerca do formato que devemos utilizar:
- O que vamos fazer com os nossos ficheiros? Vamos imprimi-los? De que tamanho? Em mini-lab (porventura dos novos de sublimação térmica)?

Pois é. A maior parte das pessoas fotografa em RAW porque é “supostamente” o melhor formato, mas para quê? Para guardar simplesmente centenas ou milhares de enormes ficheiros de imagens no computador? Para colocar as imagens finais sob reduzidos tamanhos na Internet?

Se o caso é algum dos anteriormente citados esqueçam o RAW! Só estarão gastando tempo, armazenamento e a complicar o trabalho que vão ter em pós-produção!

Uma fotografia com o comum tamanho de 10x15cm impressa num mini-lab (as actuais “máquinas de impressão”) a partir dum ficheiro original JPG reduzido a 1000 x 700 pixéis em JPG a 300 DPI’s com apenas 2MB de tamanho provavelmente não será diferenciável pela maior parte das pessoas duma impressa no mesmo sítio a partir dum ficheiro original RAW convertido para 8 Bits com o tamanho final de 7/8 ou mais MB! Se não acreditam, testem!

Quando disse no início que iria “arriscar” a falar acerca da utilização do formato RAW era precisamente quanto a esta opinião pessoal que me referia… provavelmente muita gente que usará sempre RAW não concordará comigo, e nunca testou as diferenças… usará esse tipo de ficheiros porque lhe dizem ser “o melhor”. Fica a pergunta: Tira partido das suas potencialidades?

Bom, qualquer imagem para poder ser imprimida tem necessariamente de ser convertida (caso esteja em formato RAW) para os formatos TIF ou JPG.

Dica: Quanto à deterioração dos ficheiros JPG, é certo que cada vez que os abrimos, fazendo modificações (nem que seja somente rodar a imagem) e os guardamos com essas alterações, perdem informação pois estão sujeitos a nova compressão com a inerente e irreversível perda de qualidade face ao ficheiro original. Este sim, seria um dos motivos válidos para que não mais usássemos esse formato. Mas a solução é simples… Tal como nos ficheiros RAW, que não perdem qualidade cada vez que trabalhamos neles, os ficheiros em JPG podem ser iguais! Como? Fácil. Basta que se crie uma cópia do ficheiro original e se “trabalhe” nessa cópia! Não é isso mesmo que acontece com os ficheiros RAW? Guardamos os ficheiros originais JPG e fazemos alterações/correcções/modificações utilizando uma cópia!

Outra dica: Caso fotografemos em JPG o que devemos fazer é utilizar o modo que a câmara disponibilize que faça a menor compressão possível dos ficheiros. Usar um tamanho de fotografia Grande (L/Large) e simultaneamente usar a prioridade à qualidade em relação ao tamanho que o ficheiro ocupa são boas opções. Isto porque, quanto maior for a compressão efectuada pela câmara aos ficheiros JPG, menor será o seu tamanho. Todavia, a qualidade de imagem será, também, tanto pior quanto maior for a percentagem de compressão.

Quanto aos tamanhos de fotografias que podemos imprimir em JPG? Utilizando as regulações acima descritas, numa câmara de 10/12Mp, podem imprimir-se fotografias até ao tamanho A3 sem que se note qualquer “pixelização” na imagem! Diferenças para uma captada em RAW e convertida em JPG para impressão? A profundidade de cores e dependendo dos ajustes efectuados em pós-produção um pouco menos de ruído de imagem. Todavia, para estes tamanhos, na minha opinião, começa a fazer sentido que cada qual use o método de gravação com que se sinta mais “à-vontade” para “trabalhar” em pós-produção.

CONCLUSÕES:
Dependendo do tipo de fotografia que se faz; dependendo dos conhecimentos em pós-produção de cada um; dependendo para que efeito e em que tamanho queremos imprimir o nosso trabalho; dependendo do tempo que cada um tem para “tratar digitalmente” as fotografias; dependendo do espaço de armazenagem que possuímos; …. Cada um deve fazer a sua escolha!

Pessoalmente uso (actualmente) os dois formatos, dependendo…
  • Situações em que fotografo em “RAW”?
- Quando faço fotografia de paisagem, aves, … e de certa forma quero ter a garantia de que se precisar de as imprimir em formatos grandes (A3 ou até A2) posso ter mais alguma “margem e liberdade” de trabalho.
- Quando utilizo panorâmicas, HDR, …
- Quando efectuo testes à qualidade de imagem a objectivas. (Dessa forma, mesmo que me esqueça de remover todas as opções de regulações na câmara que afectem os resultados finais não há qualquer problema. Em formato RAW elas não são tidas em consideração!)
- Quando vou fotografar e sei que não vou fazer muitas capturas…
  • Situações em que fotografo em “JPG”?
- Quando vou, por exemplo, fotografar aviões, pois preciso de velocidade de processamento de imagem e acima de tudo de capacidade de armazenamento!
- Quando pretendo imprimir fotos em formatos pequenos (10x15cm ou 15x20cm).

Por isso, não posso dizer que nenhum dos formatos é exclusivamente o melhor, tudo depende…

Canon EOS 5D Mark II - Full Frame 21Mp DSLR - Teste


Introdução:
Merecedora do prémio TIPA (Technical Image Press Association) na categoria de melhor câmara D-SLR “Avançada” em 2009, e comercializada em Portugal há cerca de 1 ano, esta Canon EOS 5D Mark II continua a fazer parte dos desejos de muitos fotógrafos.
Mas se só por si as especificações técnicas agradam, depois de testar esta câmara facilmente se compreende o porquê! Os motivos são muitos e bons.
Uma vez mais, por cortesia da Média Markt (Parque Nascente) designadamente, pela simpatia do Hélder Almeida – Resp. Dept. Fotografia/Vídeo daquela loja – que não posso deixar de aconselhar a contactarem caso pretendam adquirir uma destas câmaras, ou outra…, foi-me cedida uma destas Canon EOS 5D Mark II para utilização e testes.
A opinião que aqui fica é fruto da impressão com que fiquei e vou tentar transmiti-la de forma clara e sucinta.
Passando a uma breve descrição, esta foi a primeira câmara D-SLR capaz de possibilitar a realização de filmes em Alta definição (1080p a 30 frames por segundo).
Bom, isto por si só não é motivo para impressionar a maior parte dos potenciais compradores deste tipo de câmaras mas, de facto, esta Canon EOS 5D Mark II, nada tem a ver com a sua antecessora e tem muitas mais inovações dignas de relevo. Impressionante sim é a qualidade de imagem que os 21,1 megapixéis de resolução e o sensor DIGIC 4 são capazes; o excelente controle do nível de ruído a ISO’s elevados; etc., etc.
Mas, como não há bela sem “senão”, um ou outro aspecto poderiam ser melhores... Aquele que achei mais óbvio e que poderá desiludir, de certa maneira, aqueles que pretendam uma câmara predominantemente para fotografar desporto ou cenas de acção, é o reduzido número de fotografias que esta câmara é capaz de captar (em RAW) quando em exposição contínua: somente 3,9. Claro que quem está acostumado a fotografar desporto ou acção provavelmente usará o formato de arquivo JPG. E quanto a este não têm de se preocupar… até 72 fotos/seg. em JPEG, ou ainda, até 310 fotos/seg. usando um cartão UDMA de capacidade superior a 2GB são certamente mais que suficientes! Mas, não pensem os “Canonistas” que vou aqui aproveitar para dizer mal… Simplesmente não posso! Vejam o porquê…

Especificações:

 
Manuseamento:
A câmara cedida para testes foi uma das que são comercializadas na versão “Kit” com a objectiva Canon EF 24-105mm f/4. Diga-se que este conjunto, além de conseguir bons resultados em termos de qualidade de imagem é equilibrado no que diz respeito ao seu manuseamento. (estando eu habituado a “carregar” a Nikon D200 com a Nikkor 24-70mm, senti que este conjunto era uma pluma!).
Um dos aspectos que também me agradou e que achei ser profícuo é a função “Live View” que esta câmara dispõe. Na realidade, esta função é um verdadeiro “must”!!! A sua utilização pode ter várias aplicações, designadamente em fotografia de estúdio (produtos), macrofotografia ou noutras em que, quer a exposição, quer a profundidade de campo, quer a focagem tenham de ser efectuadas com rigor. Nesse ambiente, a comodidade da sua utilização e os resultados que proporciona são, francamente, excepcionais!
Se as câmaras D-SLR se traduzem numa grande vantagem sobre as câmaras analógicas (em termos de instantaneidade com que permitem analisar e rectificar exposições, etc.), esta nova função que algumas das actuais D-SLR têm são mais um passo para que tudo se torne mais simples e eficaz.
Agora vamos a um aspecto que achei que poderia ser melhor… a gama de compensações de exposição. Somente 2 Ev’s. Pois é! Se bem que em utilização “normal” esta gama de compensações é satisfatória não o será, contudo, em exposições HDR em que os valores chegam a ser de 4, 5, ou mais Ev’s! Ok! Já me vão “malhar” e dizer: Então e não existe exposição manual? Claro que sim, mas pessoalmente prefiro o controle por compensação simples de exposição do que por tempo ou abertura…
Outro aspecto menos bom: A localização do botão de visualização de profundidade de campo. E, quanto a isto, poderá ser defeito meu… mas por que raio é que algumas marcas de câmaras teimam em colocar este botão de maneira a ser utilizado com a mão esquerda e ainda por cima, para o utilizar, termos que segurar na câmara de maneira pouco cómoda e equilibrada? Mas é como digo, se calhar é mesmo mau jeito meu…
Bem, agora que já consegui referir um ou outro pormenor que menos me agradou, avancemos!

Qualidade de imagem:
Quanto a este aspecto, se quisermos dizer mal, é que estamos mesmo mal…. Não tenho “ponta por onde lhe pegar”! Isto é, a qualidade de imagem que esta câmara é capaz é…. como é que vos digo isto… surpreendentemente, terrivelmente, absolutamente… boa! Ou, até um pouco melhor que isso! Ok! Vamos ser honestos, … é excelente!!!
A definição e a “limpeza” dos ficheiros que saem desta câmara são realmente óptimos. Mas não pensem que podem usar os “tais” 25.600 ISO e ter fotografias dignas de uma qualidade extrema. Que as podemos captar a tão elevado ISO é verdade mas, quanto a mim, os resultados não são satisfatórios. Contudo, “puxando” já bastante pela sensibilidade de filme da câmara, diria até uns 3200 ISO, dependendo da cena e das condições de luz podemos obter ficheiros com qualidade não igualada por outras câmaras a valores muito menos elevados.
Um dos aspectos que facilmente detectei e que refiro como “defeito” desta câmara foi o aparecimento de ruído de imagem tipo “Banding”. Este tipo de ruído (bandas ou riscas delineadas e visíveis nas zonas mais escuras da fotografia) é, dentro dos vários tipos de ruído de imagem que existem, o mais desagradável. Cabe aqui, todavia, mencionar que disse “um dos defeitos desta câmara”. Ou seja, a que testei sofria deste erro mas nem todas o têm. Acontece que a câmara testada encontra-se desactualizada e tinha instalada a versão de Firmware 1.1.0 sendo que, à data deste teste, a última versão de Firmware disponível para estas Canon EOS 5D Mk II é a 1.2.4. Com essa simples actualização de firmware, penso, conseguir corrigir-se este problema! Simples! Portanto este “defeito” não conta… até porque é normal acontecer análogas situações com outras câmaras doutras marcas. E não vou dizer quais…!

Teste ao ruído de imagem:


Imagens adicionais:
(clique para aumentar)




Vídeo com a Canon EOS D5 Mark II:
Opss... Devia cá estar...!
Pois é! Infelizmente, até ver, este espaço fica "em branco" porque não há vídeo!
Motivo: Não é por falta de filme mas sim devido a problemas em editá-lo.
De facto, os mais conhecidos programas de edição de vídeo profissional não conseguiram abrir os fiheiros da Canon em HD 1080p!!! Por isso vou continuar a tentar e mal haja possíbilidade ele será publicado....
Obs:
Actualmente parece haver uma tendência geral para incluir a possibilidade de gravar vídeo em câmaras fotográficas SLR-D. Algo que, de certa forma, não entendo…
Se voltarmos atrás no tempo (uns bons anos) e nos debruçarmos um pouco sobre o início da era digital nas câmaras fotográficas, designadamente nas acessíveis, na altura, à maioria dos mortais – as compactas – facilmente nos recordamos que estas pequenas câmaras, já na altura, faziam vídeos. Não os “xpto” de 16:9 em Alta Definição a 1080p mas sim pequenos ficheiros. Ou seja, afinal não é nada completamente novo! Então porquê o regresso?
A opinião que tenho sobre os vídeos efectuados por câmaras fotográficas não é a melhor… Sou prático e isso anula o “romântico” que possa existir na sua utilização. Passo a explicar: Para que possibilitem gravar vídeo, as câmaras, tem de dispor de mais uma série de funções que as tornam mais caras e complicadas. Mas isto, por si só, não é que me leva a considerar supérflua tal inclusão. O que me faz pensar dessa maneira é o facto das gravações (independentemente dos bonitos filmes que possam para aí ver) não serem melhores que duma qualquer câmara de vídeo HD actual. Ora, hoje em dia, estas câmaras de vídeo são cada vez melhores e mais acessíveis… não sei, … faz-me lembrar aqueles frigoríficos americanos com televisor na porta… Até pode dar jeito, mas há melhor, mais barato e mais prático…. Tal como com as câmaras….
Além disso, qualquer filme necessita de posterior edição e no caso concreto dos ficheiros de extensão “.mov” que saem destas Canon EOS 5D Mark II posso dizer-vos que a coisa não é simples. Após os transferirmos para o computador facilmente os abrimos com o Quick Time 7, mas já editá-los é outra coisa… Um dos programas mais utilizado para o efeito (em meu entender o Studio 8 da Pinnacle) considerado já um programa de edição profissional de vídeo, bem assim como outros programas com que se efectuaram tentativas, não conseguiram (à data deste artigo) abrir os ficheiros HD de 1080p da Canon EOS 5D MK II!
Por isso, apesar de no quando seguinte a possibilidade de gravação vídeo destas câmaras constar do lado “O que mais gostei” é porque é mesmo um “extra”.

Opinião:


Fotografias de exemplo:



Conclusões:
Pelo que tenho experimentado, diria que esta poderá considerar-se uma câmara de referência dentro dos actuais padrões de qualidade de imagem para câmaras D-SLR (FX). Não estou, com certeza, a referir-me às imagens que esta câmara produz a 25.000 ISO, pois essas não me convenceram. Mas também, pergunte-se em abono da boa verdade: Qual o interesse de captar fotos a tamanha sensibilidade? Esquecemos a iluminação… deixamos de ter exposições prolongadas…? Enfim, há uns tempos atrás parecia haver uma corrida pelo maior número de pixéis que cada câmara tinha, agora parece que a corrida é em relação à sensibilidade de filme…! Mas, caso aconteça como com a “guerra” dos pixéis, no final vamos chegar à conclusão que não eram precisos tantos! Actualmente está, inclusive, a notar-se uma certa tendência para a estabilização ou até regressão quanto a isso!
Por isso, precisam duma câmara FX, com boa qualidade de imagem? Já dispõem de algum material desta marca (objectivas de encaixe EF, flash, …)? Dispensam uma câmara capaz de muitas obturações por segundo? Então, a aquisição duma destas Canon é uma das hipóteses a ponderar. Caso estejam na “concorrência” esperem até ver (penso que em breve) o que é que vem por aí... Talvez uma Nikon D800 ou D900? Algo certamente surgirá para “combater” esta poderosa Canon EOS 5D Mark II. Nessa altura, espero poder testar a futura "rival" desta Canon EOS 5D MK II e partilhar também aqui a opinião acerca da mesma!

Dicas de Photoshop - Como fazer uma fotografia em HDR?


Canon EOS 5D Mark II + Canon 24-105mm f/4 L IS USM + ND8
Composição HDR de 6 fotografias [-4,32Ev; -1,64Ev; -0,64Ev; 0 Ev; + 0,68Ev; + 2,58] em CS4
Recarei –Paredes (N 41º 9’ 81” – W 8º 24’ 75”)

HDR… novamente.

Há uns tempos atrás expliquei, resumidamente, o que era o HDR (High Dinamic Range) e como se captavam fotografias com o intuito de, posteriormente, em pós-produção as juntar. (ver aqui)

Faltou, na altura, explicar a segunda parte do processo. Isto é, como é que se juntam as fotografias e se conseguem resultados em HDR.

Como o prometido é devido, então cá fica!

Primeiro que tudo necessitamos, obviamente, de um computador e de um programa dedicado para o efeito. Os mais conhecidos e usados, ao que julgo, serão o Photoshop e o Photomatix.

É em relação ao primeiro que me vou reportar. Desde a sua versão CS2 que este programa, de modo “automático” possibilita “fundir” (Merge) imagens!

E, já agora, curiosamente a última versão deste programa, o CS4, com ficheiros NEF (Nikon), não o faz tão bem como a versão anterior. Não que a qualidade seja inferior mas devido aos “bugs” ou erros que tem, designadamente quanto à utilização de memória, durante a execução deste processo! Já quanto a ficheiros CR2 (Canon), como foi o caso da fotografia do topo, apesar de inclusivamente serem maiores, não detectei qualquer problema!

De facto, processar 6 ou mais imagens em formato RAW de maneira a fundi-las e a conseguir ficheiros de 32 bits demora um pouco de tempo (no meu PC, no caso concreto, cerca de 8 minutos) e exige um pouco da memória disponível dos mesmos. Não obstante, quem já tentou este processo em CS4 e deparou com a mensagem “não existe memória suficiente…” ou algo do género, não vale a pena desesperar e tentar aumentar a memória que é dedicada a este programa pois o erro não é daí… se iniciar o processo sem encerrar a sessão, da segunda vez tudo é mais rápido e já não há mensagens de erros (pelo menos várias pessoas já tiveram este problema)! Caso tenham instalada, ainda, a versão CS3 e se deparem com uma destas mensagens no CS4 ao tentar fundir imagens a partir de ficheiros NEF usem antes a versão 3 e verão que sem mudar qualquer configuração ela processará à primeira todas as imagens!

Adiante… muito sinteticamente…

Como fazer para processar em Photoshop fotografias em HDR:
  1. Abrir o Photoshop e seleccionar File > Automate > Merge to HDR
  2. Procurar (Browse) as fotos que queremos “fundir” (no mínimo 2, mas quantas mais capturas c/diferentes exposições do mesmo assunto mais pormenor teremos)
  3. Se as fotos tiverem sido captadas num tripé pouco estável seleccionamos a opção “Automatic Align Source Images”
  4. Escolhemos a profundidade de 32 bits para obtermos uma maior gama dinâmica (menu – “Bit Depht”)
  5. Concluída esta fase do processo movemos o cursor de acordo com a previsão que nos parecer melhor e clicamos em OK para criar a imagem fundida (o aspecto é nesta fase bastante mau, mas ainda há muito para fazer…)
A partir daqui, passamos a “trabalhar” a nossa imagem em 32 bits (notar rastos de compressão de imagem ou cores esquisitas, nesta fase do processo, não é nada de anormal. Os monitores não estão preparados para lidar com esta profundidade e gama dinâmica de cores)

Regra geral as imagens necessitam de variadíssimas correcções/ajustes até se tornarem realistas (acerto de níveis, correcção de cor, saturação…)

Para ficarem com uma ideia geral, acerca do início do processo, aqui ficam as 6 fotografias que originaram a foto HDR do topo:


Findos esses “acertos” chega a vez de “guardarmos” a nossa imagem. Ou em 16 bits (TIF) ou para o mais corrente formato JPG (8 bits). Para isso, antes de guardar temos então ainda de converter a nossa imagem em 16 ou 8 Bits consoante o formato pretendido. Como? Menu “Image”> 8 bits ou 16 bits.

Carl Zeiss Jena Tessar 50mm f/2.8






Hoje, ficamos quase só com imagens.  
O razão é que, na verdade, não sei bem o que dizer desta velha objectiva Carl Zeiss com mais de 30 anos!
Estas objectivas, produzidas sob vários modelos, estiveram em comercialização desde 1945 até 1975. Actualmente continuámos a poder utiliza-las em câmaras digitais, designadamente da Nikon e Canon através de um anel adaptar M42. Este é o motivo que faz com que lhe faça referência neste espaço. Com a chegada do “digital” e com a possibilidade de imediata visualização das fotos captadas, nomeadamente para efeitos de verificação dos resultados: histogramas, focagem, etc., as antigas objectivas de foco Manual conquistaram o seu espaço entre alguns dos fotógrafos. São ainda, todavia, poucos os que continuam ou, por outro lado, os que já descobriram o valor e a qualidade dalgumas destas antigas objectivas. Digo, “dalgumas” porque nem todas merecem que percamos tempo a tentar fotografar com elas.
Esta Carl Zeiss Jena Tessar 50mm f/2.8, na minha opinião, é precisamente um desses casos!

Senão vejamos:
- Para as utilizar com as duas marcas de SLR-D mais comuns, refiro-me obviamente à Canon e à Nikon, necessitamos de lhes acoplar um anel adaptador M42. Até aqui nada de mal, excepto que há que ter cuidado, no caso de as acoplamos numa Nikon, para que o espigão que estas Tessar têm não danifique a alavanca existente no interior do encaixe da baioneta destinada a actuar a abertura automática do diafragma das objectivas Nikkor. Se valesse a pena a utilização de maneira mais consistente destas Carl Zeiss 50mm f2.8 este seria um problema de fácil resolução. Bastaria remover os três parafusos que se encontram na sua parte posterior e, após essa operação, pelo interior retirar simplesmente esse espigão e voltar a fechar a tampa traseira da objectiva.
- Outro motivo: O “Bokeh” destas Tessar 50mm f/2.8 fica entre os piores que tenho visto! É duro, agressivo… não é de todo nada agradável.
- De igual modo, o recorte/definição destas objectivas é mediano.
- A medição de luz, bem assim como a focagem tem de se fazer manualmente. Só em certas câmaras é possível a utilização do programa de prioridade à abertura (após inserção dos dados referentes à abertura máxima da objectiva e da sua distância focal na câmara).
- Como se o anteriormente descrito não bastasse, aqui fica o aviso: estas objectivas acopladas através dos adaptadores M42 não focam ao infinito. Nas Nikon, a distância máxima de focagem não vai além de 1,5m! A razão disso prende-se com a distância existente entre o sensor da câmara e os elementos ópticos destas Carl Zeiss Tessar 50mm. Para que focassem normalmente ao infinito essa distância deveria ser menor.
Por isso: 1,5m de distância máxima de focagem; “bokeh” desagradável; exposição e focagem manual… vale a pena? Tudo depende… Há quem tenha um gosto esotérico em usar este tipo de objectivas. Sinceramente, acho que aquilo que podem ter, eventualmente, de diferente face às recentes é um tipo de “blur” característico motivado pela qualidade das ópticas e pela sua falta de revestimentos (“coatings”).

Mas, aqui ficam algumas das fotografias “possíveis” com esta objectiva e, já agora, algo que não é muito normal apresentar… o seu interior!

Fotografias de exemplo:





Qualidade Óptica
★★☆☆☆
Qualidade de Construção
★★★★
Versatilidade *
★★☆☆☆
Manuseamento
★★★☆☆
Valor
★★☆☆☆

* Em câmaras D-SLR Nikon