MACROFOTOGRAFIA – Considerações gerais


Nikon D200 + Nikkor 60mmf/2.8 AF-D
(ISO 100; f/4; 1/160seg. + Flash -0,3 Ev)
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O “post” desta semana vai, provavelmente, impressionar alguns mais sensíveis. Macrofotografia de aracnídeos…? Bom, quem já não gostar de ver estas pequenas criaturas a alguma distância, vistas desta maneira…
Contudo, a macrofotografia é absolutamente fascinante e permite-nos observar pormenores e pequenos detalhes que outros tipos de fotografia não alcançam.
O que precisamos para realizar este tipo de fotografias? Além, claro está, da câmara precisamos duma objectiva que nos permita captar imagens a pequenas coisas de muito perto e com uma boa resolução óptica.
Este tipo de objectivas são vulgarmente conhecidas como objectivas Macro. No caso da Nikkor, são denominadas de Micro (no fundo é só uma questão de terminologia). Embora existam objectivas zoom com a designação “Macro”, na realidade, não se podem chamar objectivas verdadeiramente Macro (excluindo a Nikon Nikkor 70-180mm, que é efectivamente a única objectiva zoom capaz de relações de reprodução desde 1:1.32 a 1:1 que a Nikkor produziu). Isto é, o que distingue uma “verdadeira” objectiva Macro é a relação de reprodução (entre a imagem/reprodução em filme 35mm) que é capaz. Uma relação de tamanho real de 1:1 é o mínimo exigível para estarmos na presença daquilo que chamo de macro-fotografia. Abaixo dessa relação de reprodução (entre 1:1 e 1:7) acho mais correcto usarmos o termo” Close-ups”. Simplificando, se fotografarmos um insecto com 2cm de comprimento e se no filme/slide/sensor (FX) ele fica somente com 1cm estamos perante uma relação de reprodução de 1:2. O objecto ficou reproduzido com metade do seu tamanho real.
A Nikkor tem tradição no fabrico deste tipo de objectivas e teve variados modelos, ao longo dos anos, capazes desta relação de reprodução e até de relações superiores. Isto é, capazes de duplicar (2:1), ou até triplicarem, em tamanho de filme 35mm o tamanho do objecto fotografado. Estou a lembrar-me, por exemplo das objectivas Nikkor produzidas há já alguns anos (especificamente destinadas a fins científicos e médicos – fotografias pormenorizadas de dentes, olhos, etc) designadas de Medical Nikkor. A Medical-Nikkor 120mm f/4 consegue (através dum conjunto de “lentes” – tipo filtro de aumento) vários níveis de relações de reprodução. O máximo é de 3:1! Além desta, que foi talvez o modelo mais popular de objectiva “Medical” a Nikkor fabricou ainda um outro modelo: a Medical-Nikkor 200mm f/5.6. Quer uma, quer outra, tiveram várias versões e distinguiam-se das restantes objectivas Macro comercializadas por aquela marca pela capacidade de recorte e ainda pelo facto de incorporarem um flash na extremidade da objectiva. Esse flash era alimentado por uma bateria externa AC ou DC através de um cabo ligado ao seu corpo. No fundo, este tipo de flash, era o equivalente aos existentes nos dias de hoje específicos para fotografia macro.
Esquecendo agora um pouco este tipo de objectivas (Medical) cuja utilização predominantemente, se não quase única, era hospitalar e laboratorial, a Nikon produziu e continua a produzir vários modelos de objectivas macro.
Para dar uma ideia (não sei se esqueço alguma) aqui fica uma lista:
  • Nikon Nikkor 55mm f/3.5 Micro (três versões): 55mm AI, 55mm AI-S e 55mm AF
  • Nikon Nikkor 60mm f/2.8 Micro (três versões): 60mm AF; 60mm AF-D – foto ao lado - e 60mm G
  • Nikon Nikkor 105mm f/2.8 Micro (quatro versões): 105mm AI-S; 105mm AF; 105mm AF-D e 105mm VR G AF-S
  • Nikon Nikkor 200mm f/4 (três versões): 200mm AI; 200mm AI-S e 200mm AF-D
  • Nikon Nikkor 70-180mm f/4.5-5.6 AF-D Micro

Embora a Nikon denomine, quer as objectivas 45mm PC, quer as 85mm PC, de Micro Nikkor estas só conseguem reproduções máximas de 1:2 (metade do tamanho real).
Outra curiosidade – todas as objectivas Micro Nikkor são para utilização em formato FX. Esse facto acaba por se tornar numa mais valia, pois quer dizer que qualquer uma delas, quando usada numa câmara Nikon de formato DX, “vê” a sua distância focal aumentar 1,5x sem alterar a abertura! OU seja uma Nikkor 60mm passa a equivaler a uma 90mm (60mm x 1,5). Como tal, a ampliação que proporciona será maior!
Voltando ao tema… em cima disse que o necessário para macrofotografia era uma câmara e uma objectiva macro. É um princípio… mas quem quiser explorar um pouco mais as potencialidades deste tipo de fotografia não chega! Pois é! A seguir, vem um bom tripé, uma boa cabeça de tripé, um cabo disparador, um ou mais flash’s, os anéis de extensão, os TC’s, os macro-bellows, …
Uma das grandes dificuldades neste tipo de fotografia são as reduzidas aberturas e, consecutivamente, as baixas velocidades de obturação com se trabalha a fim de obter alguma profundidade de campo, que associadas á pouca distância ao objecto tornam aconselhável o uso de flash’s. Existem os dedicados, também, para macrofotografia que são acoplados na extremidade da objectiva difundindo a luz de maneira suave e homogénea evitando-se as indesejadas sombras duras. Por outro lado, o uso de flash com potência incorrecta correcta leva a resultados com subexposição ou sobreexposição. Daí que umas quantos fotos e uma “olhada” ao histograma antes de tentar o registo final sejam aconselháveis. No caso de fotografia a insectos, aranhas, gafanhotos… é usual haver reflexos do flash (espelhado) na superfície do corpo dos mesmos pelo que, pessoalmente, costumo retirar um pouco à potência do flash (como foi o caso da fotografia do topo em que a reduzi em -0,3 Ev). Uma fotografia com luz “espelhada” sobre a superfície dos insectos, além de alterar as suas cores torna-os pouco naturais. Além disso, em pós produção, é sempre mais fácil resolver um pouco de subexposição que o caso das altas luzes.
Depois há ainda que ter em conta que é um tipo de fotografia que exige paciência, persistência, condições de tempo (refiro-me, por exemplo, a isenção de vento – tentar macro-fotografia a insectos ou flores com vento é absolutamente frustrante).Além de tudo o que acima ficou dito é preciso ainda saber que para obter bons resultados é necessário alguma técnica e treino. Os resultados começam a aparecer com o tempo… regra geral, as primeiras tentativas no mundo da fotografia macro não são satisfatórias pelo que sabendo isso de antemão não se deve desistir! Dada a reduzida distância de trabalho entre o plano focal e o objecto a fotografar, a profundidades de campo que dispomos é diminuta, pelo que a focagem deve ser feita em modo manual e com precisão milimétrica!
Outro registo desta espécie (um pouco mais perto):

Nikon D200 + Nikkor 60mm f/2.8 AF-D
(ISO 100; f/4; 1/125seg. + Flash)
Até aqui falei de macro fotografia (a que eu considero efectivamente como tal) tendo por base uma utilização de objectivas especificamente Macro. Claro que esta será a melhor forma para uma abordagem a este tipo de fotografia mas tem o seu preço: as objectivas designadas de Macro (ou Micro como lhe chama a Nikon) são sempre equipamentos precisos, bem construídos e com muito boa resolução óptica. Não nos esqueçamos que são os indicados para fotografar pequenas coisas conseguindo aos mesmo tempo evidenciar todos os detalhes. Por isso, também, comparativamente a outras objectivas de idêntica abertura e distância focal são, usualmente, mais onerosas. Um dos motivos que faz com que assim seja é precisamente a maneira como são construídas, com boas lentes, com sistemas de correcção de distorções, etc.
Todavia, existem outras maneiras mais acessíveis de conseguir fotos com bastante aproximação e alguma qualidade (close-ups).
  • As duas mais usuais serão através da utilização das comuns câmaras digitais compactas, bastante acessíveis hoje em dia e, caso estejamos a usar uma SLR, a utilização de teleobjectivas de distância focal superior a 200/300mm. No primeiro caso, praticamente todas possuem um modo “Macro”. No caso da utilização das tele, estas devem usar-se aproveitando a sua distância mínima de focagem ao sujeito aliada á maior distancia focal que proporcionam.
  • Existe também a possibilidade de “aumentar” a capacidade duma objectiva “normal” usando os chamados “Filtros de aumento” (filtros de close-up) de +1, +2, +3,.. Este é um processo simples e barato. Consiste na simples colocação, na frente duma objectiva “normal” (enroscando como se tratasse dum outro filtro qualquer), dum filtro de aumento (tipo lupa). Os filtros Close-up permitem a redução da distância entre a objectiva e o objecto permitindo uma focagem mais próxima do mesmo. Os resultados obtidos estão na proporção do preço pago… há melhores e há piores mas, regra geral, conseguem-se fotografias com alguma qualidade no centro da imagem enquanto que os bordos apresentam distorções, reflexos… Experimentei umas quantas vezes esta técnica e nunca gostei dos resultados! Ainda mantenho comigo estes filtros mas já não os uso há séculos!
  • Outra técnica, mas que exige um pouco mais de conhecimentos e implica alguns inconvenientes (a nível de risco de montagem, de obtenção da correcta exposição, de dificuldade na focagem, entre outros…) que permite, todavia, obter grandes ampliações, é a técnica conhecida como “inversão de objectivas”. Não vou aqui explorar este tema… mas, basicamente consiste na utilização de objectivas “normais” de distância focal fixa ou variável (zoom) “ligadas” ao corpo da câmara, a um tubo de extensão ou uma à outra de modo invertido através dum anel adaptador. A frente da objectiva que foca o objecto passa a ser a parte traseira duma objectiva acoplada a outra (frente com frente), ou a um tubo de extensão que por sua vez está montado da maneira tradicional na câmara.
  • Outra maneira de “ganhar” um pouco mais de ampliação: Os já mencionados Tubos de Extensão mesmo que montados da maneira tradicional (entre a câmara e a objectiva). Vantagens: não existe perda da qualidade óptica, pois não possuem elementos de vidro. Desvantagens: perda de luz.
  • Uso de teleconversores (TC’s). Permitem multiplicar a distância focal da objectiva. Por exemplo o TC 200 da Nikkor “montado” na Nikkor 300mm f/2.8 transforma-a numa 600mm f/5.6 mantendo a mesma distância mínima de focagem, o que traduz numa maior ampliação do sujeito. Desvantagens: perda de luminosidade.
  • Por último, dos métodos que me recordo de momento e pese embora nunca tenha experimentado, existe algo parecido com os filtros de “close-up” mas que proporciona mais qualidade e aumento. Trata-se de um tipo de “objectiva” destinada a ser acoplada numa outra “normal” ou mesmo “Macro” através de uma adaptador (desde 52 a 67mm) vendido no mesmo Kit. Estas objectivas são vendidas, publicidade á parte, pela “RAYNOX” que comercializa diversos modelos e combinações possíveis.

Red Bull Air Race 2009 Porto - Portugal. Fotografias da corrida...


(Fotos em slide show – o carregamento e recomeço automático das imagens pode demorar uns segundos…)


O Red Bull Air Race é efectivamente um acontecimento!
Este ano o número de espectadores que se deslocaram para ver o evento e que se dividiram entre a Ribeira e o cais de Gaia foi de cerca de um milhão!
Toda esta massa humana confere aquele lugar uma outra dimensão e moldura mas, para quem pretende captar fotografias dos aviões, por vezes nem o facto de chegar cedo é garantia de um bom lugar.
Sabendo isso de antemão desloquei-me ao Cais de Gaia na passada sexta-feira, supostamente dia de treinos, a fim de conseguir escolher melhor o lugar donde fotografar os aviões durante essas sessões. Devido ao denso nevoeiro que pairava na zona costeira os aviões não chegaram sequer a descolar e ao final do dia a frustração de vir embora sem um único registo era evidente.
Uma das perguntas mais frequentes que se coloca a quem pretende fotografar aviões neste evento é precisamente qual a melhor localização para o fazer. Embora não haja nenhuma predefinida como sendo a melhor e, dependendo do tipo de fotografias que queremos fazer e da distância focal da objectiva que utilizamos, pode haver várias. Isto é, por exemplo se pretendermos captar fotografias que transmitam alguma envolvência, não precisamos de objectivas de grandes distâncias focais e, por exemplo, um lugar com uma vista sobrelevada sobre o rio (como os vários muros que ligam ao centro de Gaia ou a Serra do Pilar) podem ser bons lugares. Se, pelo contrário, pretendermos fotografias que “mostrem” os aviões em grandes planos devemos escolher um lugar mais próximo e ao nível donde os mesmos voam.
Pessoalmente prefiro fotografar os aviões do Red Bull Air Race a partir do Cais de Gaia tendo por pano de fundo a Ribeira ou a Ponte D. Luís.
Os motivos são vários: um deles já o referi – o colorido fundo formado pelas casas e espectadores do lado da Ribeira. Depois, não menos importante, a orientação do sol (designadamente a partir da tarde), a proximidade que permite, a maior isenção de obstáculos…
Este ano, embora já não contasse ir, lá fui mais uma vez “carregado” com a Nikkor 80-400mm VR (a única que levei). E bem jeito deu o sistema de redução de vibração da objectiva! Pois é, há pouco disse que nem o facto de chegar cedo era garantia de um bom lugar… algo confuso não!? Na realidade até é assim, mas só até chegar alguém que se coloque ao nosso lado e que não se preocupe de empurrar quem fotografa, algo que acontece com frequência nestes eventos! Feitas as contas ainda fiquei com algumas dezenas para registo do dia…!

Além das máquinas participantes na corrida – Red Bull Air Race – o público foi ainda “brindado” com a presença de muitas outras, a saber (por ordem cronológica):
F-16 (FAP)
Piper Pa-18 super cub
Boeing Stearmam
De Havilland Canada DHC-1 Chipmunk (FAP)
Westland Lynx (Marinha Portuguesa)
Airbus A310 (Sata)
Douglas DC-3
L-39 Albatros
Extra 300
Alfa Jet’s
Alouette (Rotores de Portugal)

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Red Bull Air Race 2009 Porto - Portugal. Fotografias dos bastidores...



O Red Bull Air Race é um daqueles eventos com que cada vez mais nos vamos familiarizando. Este ano, pela terceira vez, os céus do Porto ficarão de novo animados com as belíssimas máquinas voadoras que fazem parte desta corrida aérea. De ano para ano já nos vamos habituando, também, à usual “enchente de gente” que ocorre à Ribeira ou ao Cais de Gaia equipada com câmaras fotográficas esperando captar algumas imagens dos pequenos aviões ou somente apreciar este espectáculo único. Enfim, como é salutar, o Red Bull Air Race no Porto já vai fazendo parte dos planos de fim semana para muitos que não se contentam somente em ver a corrida pela televisão e apesar do muito movimento não perdem esta oportunidade.
Mas tudo o que se passa nesse fim-de-semana, quer nos treinos oficiais, quer na corrida, é fruto de muitas horas de trabalho em afinações, testes, etc.
Essa parte oculta é o trabalho de dezenas de pessoas, pilotos, mecânicos, técnicos… que se esforçam por fazer com que cada volta seja mais rápida. O Red Bull Air Race é uma corrida de aviões! E é levado muito a sério por todos aqueles que nele intervêm.
Pois bem, este ano decidi ir com o amigo Pedro Ferreira fotografar os bastidores do Red Bull Air Race. Os aviões encontraram-se, até se mudarem para o Parque da Cidade do Porto, no Aeródromo de Vilar de Luz na Maia onde nos deslocamos por duas vezes.
A acesso que tínhamos era total e permitia-nos deslocar livremente por todo o aeródromo, desde atravessar a pista, a entrar nos hangares…
O primeiro dia (08.09.2009, quarta-feira) não foi de todo proveitoso. Saímos de lá sem uma única fotografia! Chegamos um pouco tarde, já não havia aviões a descolar e as afinações eram feitas em terra à “porta fechada”. Qualquer tentativa no sentido de nos aproximarmos de (alguns) hangares levava automaticamente a que o staff da organização fechasse os enormes portões a toda a pressa… todo este evento é feito de marketing, de segredos, de timings para que apareçam fotos na internet ou noutros meios… enfim, percebemos o recado e nada mais havia a fazer do que ir beber umas colas, no bar do aeródromo, para refrescar do imenso calor que se fazia sentir antes de regressar a casa!
O segundo dia, 09.09.2009, já foi, de certo modo, mais proveitoso. Aviões, de facto, já não havia muitos… tinham descolado para o Parque da Cidade do Porto e restava somente, por se encontrar com alguns problemas mecânicos, o avião MXS-R de Peter Besenyei, o húngaro fundador destas corridas.
Apesar disso, de estar manifestamente atarefado e aborrecido com o facto, o afável e simpático Peter Besenyei, ainda me concedeu algum do seu tempo para uma breve troca de palavras e para uma simpática foto.
Aviões que participam no Red Bull à parte, mais duas coisas haviam dignas de registo. A primeira foi a chegada do “velhinho” Douglas DC-3 Dakota no qual viaja, de prova para prova, o Staff do Red Bull Air Race e o helicóptero a jacto que acompanha e faz as filmagens dos aviões em voo que usualmente vemos em directo na televisão! O primeiro estava de chegada e o segundo estava de partida para o Porto juntamente com a máquina de Peter!
Ah! A propósito, houve umas fotografias que ficaram por captar… as do interior do cockpit do Douglas DC-3 onde também me foi facilitada a entrada! É altura de começar a pensar levar para este tipo de eventos (com acesso aos hangares e aviões) além da Nikkor 80-400mm VR uma objectiva ultra-grande angular ou até uma fisheye! Nunca se sabe…!
Algumas fotografias desse segundo dia no Aeródromo de Vilar de Luz na Maia:



(slide show contínuo com recomeço automático no fim após breves segundos)

Agora só resta esperar pelos treinos oficiais e pela ansiada corrida!

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Fotografar em tempo de férias – Que equipamento escolher?


Como nem só de textos vive um blog, principalmente se o tema dominante for a fotografia e assuntos relacionados, hoje aproveito para deixar aqui alguns registos de sítios por onde passei nestas férias.
Devo dizer que férias são férias e aproveitar este período para captar fotografias constitui sempre um dilema. Por um lado, porque as férias são momentos a aproveitar para estar em família. Quantos de nós já não se sentiram “culpados” por fazer esperar as pessoas com quem nos encontramos para “aproveitar” para fazer o tal “clique”? Pois é! Muito embora, regra geral, quem nos acompanha já esteja habituado e nos dê alguma tolerância ou “aquele desconto”, o que é facto é que nunca estamos “à vontade” para demorarmos o tempo necessário para fotografarmos como pretendemos: escolher o melhor lugar, luz, composição, exposição, etc. Por outro lado, existe a questão logística. Levar atrás de nós um saco repleto de material como tripé, câmaras, objectivas… além de ser mais um peso a carregar (em baixo podem ir fazendo contas aos kg), implica sermos obrigados a ter alguns cuidados extra nas viagens designadamente na hora de estacionar o carro e deixar lá o equipamento (não só devido a evitar eventuais furtos mas também, por causa do calor gerado no interior das viaturas quando expostas ao sol). Férias são alturas para esquecer obrigações, preocupações e, acima de tudo, para descontrair…
Todavia, apesar dos inconvenientes acima referidos as férias são, sem dúvida alguma, uma excelente oportunidade para fotografar diferentes locais, paisagens, pessoas ou outros motivos por onde vamos passando.
Tendo em conta, por um lado, os inconvenientes e, por outro, as oportunidades que não se podem “perder”, mais uma vez, tive de seleccionar o que iria este ano “levar para férias”. Como não esperava, este verão, ter tempo suficiente para “ir aos pássaros”, ou por outras palavras, fotografar aves, estava fora de questão ir carregado com grandes teleobjectivas. Objectivas como a Nikkor 80-400mm VR ou Nikkor 300mm 2.8, (que pesa 2,5Kg) aliada ao seu fiel “companheiro” TC 300 (mais quase 400g) ficavam em casa. Estava decidido! Já quanto ao tripé, que habitualmente utilizo, e respectiva cabeça de rótula (Manfrotto 055XPROB e 468MGRC2) ficavam-me algumas dúvidas… vai, não vai? Sempre eram menos cerca de 3,5Kg! Por fim, decidi este ano ser simplista! Levei somente a Nikon D200 com a Nikkor 24-70mm.
Um conjunto que se viria a revelar, como de resto já contava, polivalente e extremamente versátil. Uma objectiva zoom é sempre mais versátil que uma objectiva de distância focal fixa e no caso da 24-70mm o único senão é o seu tamanho e peso (quase 1Kg). A única solução que tenho para aligeirar ainda mais o peso a transportar é “levar” a pequena Nikkor 50mm 1.4 AI. Já o fiz em viagens mais distantes e, embora me tenham escapado muitos outros registos, não fiquei completamente desamparado…
De resto, continuo-o em fase de testes com a Nikkor 24-70mm e esta era mais uma oportunidade de ir formando opiniões…
Recapitulando… a D200, a Nikkor 24-70mm, um filtro polarizador e um saco de transporte. Decidi que isto era tudo quanto precisava e foi só o que levei! Também quanto ao saco poupei mais uns kg. O que iria carregar cabia no pequeno saco Nikon podendo prescindir do Hamma Defender 210 (mais outros, ou melhor, menos outros 2,5Kg)! Feitas as contas, fui pouco “carregado” para férias e acabei por vir também pouco “carregado” de fotografias. Não por falta de equipamento mas porque as ocasiões não foram mais! Todavia, houve uma ou outra altura em que não deixei passar a “oportunidade” e parei para fazer uma ou outra fotografia (sempre de maneira rápida… para não fazer esperar a família!). Mas chega de conversa! Aqui ficam, não sei se lhe fazendo, ou não, a devida justiça, alguns (meros) registos que ilustram aprazíveis locais por onde passei: